«A exuberância da campanha eleitoral de Isaltino, superando a dos candidatos apoiados por partidos, legitima apreensões.
A singularidade de que se revestem as próximas eleições autárquicas em Oeiras confere a um acto político de incidência local dimensão não local. Estamos perante um teste à democracia real que se repercutirá a nível nacional.
A situação é grave.
Supunha-se que, em nome do mais elementar bom senso e respeito pela dignidade, Isaltino de Morais faria o que muito sensatamente dissera ser sua intenção. Não aceitar exercer cargos políticos enquanto não fosse provada a sua inocência. Pertenço ao grupo daqueles que, de forma sincera, desejaram ver provada em tribunal a inocência de quem deixou obra no concelho. Porém, o que aconteceu foi o contrário. Não só a inocência não foi provada, como o tribunal condenou o arguido a pena de prisão. O colectivo de juízes considerou provados crimes cometidos no exercício das funções autárquicas. Já não estamos perante uma acusação. Estamos, sim, perante uma condenação. A ser eleito, o prevaricador manter-se-ia assim no lugar onde prevaricou, até ser cumprida uma decisão judicial vexatória da imagem do município, caso o recurso que interpôs seja considerado improcedente. A exuberância da campanha eleitoral de Isaltino, superando a dos candidatos apoiados por partidos, gera novas suspeitas e legitima apreensões. Quem está a pagar tão luxuosa campanha? E porquê?
(...)
Muito estimaria ver provada a inocência de quem deixou obra de mérito em Oeiras. Mas, na situação actual, o voto em Isaltino é voto cúmplice de um alegado crime. É obscenidade política. Com tal voto, o eleitor confessa-se: se eu lá estivesse, teria feito o mesmo; teria prevaricado.
Se o voto popular legitima a imoralidade e a política sem ética, então é porque o povo não presta. Assim sendo, a democracia faliu. Sim, porque a democracia é, por definição, o governo do povo. Se o poder está na mão de quem não exibe excelência, senão que menoridade moral e intelectual, então esse poder só pode ser um péssimo poder.
É o valor da democracia real que vai a votos em Oeiras.»
Texto de João Maria de Freitas Branco, disponível integralmente aqui
3 comentários:
Faliu!
Mais grave que isso é cada vez mais o Concelho está próximo de países de 3º Mundo em vez de Países mais desenvolvidos.
Hoje em Porto Salvo comes e bebes, ministros de outro país.
É o vale tudo por parte da IOMAF.
E quem é que paga isto tudo? Nós cidadãos de Oeiras contribuímos para esta vergonha.
Dizem que somos um Concelho de Drs... Só se for da Mula Russa porque a ver por ontem e diversas coisas que se tem sucedido somos um Concelho de IGNORANTES E BURROS!
Pior que isto é mesmo vendidos e sem entidade própria!
Mas é isto que o povo gosta, não é?
Excelente artigo. Esta é do meu ponto de vista a opinião consensual( excepto para Isaltino) da generalidade da população.
Precisamos de gente que não esteja ligada a esta forma de exercício do poder. Quanto a mim para além de tudo parece-me que Marcos Perestrello é demasidamante carreirista (é um paraquedista (saltita de sítio para sítio consoante a oferta).
Talvez aqui tenhamos de pensar claramente e pragmáticamente. Quem está em melhor condições para assumir a CMO e em simultâneo consiguir fazer a ruptura com estas formas de fazer política caracteristicas de Isaltino e Marcos Perestrello.
Oeiras é um case study.E tem a observação daqueles que, querem política com ética, ao serviço do cidadão e em simultâneo com a coragem de dizer não aos aparelhos partidários e à distribuição de benesses.
Isabel Meirelles terá, do meu ponto de vista de ser ainda mais clara . Ela própria aparenta distarciar-se daqueles que lhe impuseram partidáriamente. O facto de aparecer sem aquela máquina partidária ao seu redor, acaba por ser bom. Porém, terá força e capacidade de libertar Oeiras das grilhetas com que Isaltino a armadilhou .
E se posso perguntar: Porque nunca o Partido Socialista apostou em Oeiras no passado? E porque quando aposta em Oeiras, como diz que o faz agora, resolve candidatar um homem do aparelho?
Porque é que Perestrello quer um Hospital Central na ponta do Concelho "pegadinho a Lisboa"?
Pois, talvez os terrenos da desactivação como ele propõe do S. Francisco Xavier e do Egas Moniz sejam muito cobiçados pela "Mota e Engil". Já pensaram?
Sim, foi este governo que deu por ajuste directo durante 80 anos os contentores de Alcântara e Marcos Perestrello na CML, nem pestanejou.
Só espero que não tenhamos de passar pela humilhação de votar inconscientemente em Isaltino para posteriormente este perder o mandato por fraude fiscal, corrupção e etc.
Era a maior vergonha para um concelho e a sua população. E já agora que tenhamos a capacidade de equacionar pragmáticamente uma alternativa que não passe por Isaltino ou Marcos Perestrello.
Oeiras não precisa desta vergonha .
«É o valor da democracia real que vai a votos em Oeiras.»
Infelizmente há muitos no concelho que não sabem o que isto significa.
E há um que está a pagar a muitos para lá irem votar nele.
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