quarta-feira, 2 de julho de 2008

Consulta pública de alteração aos regulamentos tarifários e de actividades do sector da energia eléctrica

Exmos. Srs,
Pelo que o meu parco conhecimento de matemática e de português me deu a entender, a entidade reguladora propõe nesta alteração que a resultante das perdas de exploração motivadas por faltas de cobrança seja incluída na composição do preço final ao consumidor no ano, ou período de acerto, subsequente aquele em que a perda ocorre.
Corrijam-me se eu estiver equivocado, isto é equivalente a dizer aos operadores que independentemente das suas boas prácticas de gestão, o diferencial obtido pela aplicação das tarifas de venda à energia fornecida, deduzido dos valores reais de facturação (Quebras ou perdas de facturação) ser-lhes-á sempre pago, senão pelo "pecador", pelo sempre malfadado "justo".
Não posso deixar de manifestar o meu desacordo com tal pretensão, visto que a mesma é atentatória da obrigatoriedade de bem gerir a "coisa pública" (porque como tal considero a energia eléctrica).
Se eu for proprietário de um restaurante deixar-me-ão cobrar aos clientes que pagam a sua conta, uma parcela da despesa dos que fogem sem pagar?
Ou terei eu como é normal a obrigação de na qualidade de gestor e de empresário assumir por minha conta os riscos de exercer uma actividade empresarial livre?
Exmos Srs., com esta política, devo dizer que exijo imediatamente a nacionalização do mercado e das redes, porque o único empresário neste país que tem direito a não assumir riscos somos nós, o Estado, os cidadãos.
Se vamos colocar o mercado nas mãos de privados, conceder-lhes compensações de juros fixadas nos termos do mercado e das flutuações das taxas directoras, cobrir as parcelas de risco empresarial e tudo o mais, mais vale devolver o sector ao estado e fazê-lo funcionar com os nossos "excedentes da função pública", que sempre bem nos serviram sem exigir mais do que era de seu direito.
Na minha qualidade de cidadão e de consumidor e cliente da EDP, reclamo contra esta proposta. Mais útil seria que exigissem que o estado reduzisse o valor das ecotaxas aplicadas nas lâmpadas economizadoras, ou que majorassem os benefícios fiscais sobre as energias alternativas e lhe incluissem nos incentivos os valores de custo e manutenção dos seus sistemas de suporte (falo de painéis fotovoltaicos e termodinâmicos de uso doméstico).
Podiam ainda incluir um factor de incentivo à poupança energética aos consumidores domésticos que tivesse por base a "impressão digital de CO2" (carbon impression) per capita dos lares e das empresas. Estou certo que teria efeitos mais pedagógicos, benéficos e duradouros do que estas alterações meramente "formais" mas desprovidas de conceitos inovadores e princípios "sustentáveis" que tanto se desejam.
Esta alteração não mais é do que uma operação cosmética para mais um mercado "liberalizado".
Em suma, não a esta alteração... Não!
Mudem, mas para bem da comunidade e não de interesses privados disfarçados sobre pretextos de melhoria da qualidade de serviço (sempre mais caro).
A minha consciência e o meu direito de consumidor o exigem, o meu dever de pai de família e de cidadão patriota também.
Viva a justiça, viva a liberdade, viva o rigor e o dever, viva a responsabilidade, viva o direito e a obrigação, Viva Portugal... para todos e de todos, e não de alguns para alguns!
Sejam Portugueses... conforme a vosa consciência vos ditar!
Obrigado.
Com os melhores cumprimentos
Ricardo Castel-Branco
Cidadão Eleitor n.º 10727 / MAIA-MAIA
[Recebido por e-mail]

4 comentários:

Anónimo disse...

Cambada de GATUNOS. Este país está a saque.

victor simoes disse...

Só tenho a salientar a cobardia da EDP, que não está a divulgar que o vai fazer, como deveria!
Repugna-me, que nesta República da Bananas, tenhamos um Governo que aceita que estes senhores, façam e desfaçam, mandem e desmandem.
Afinal foram eleitos, para bem governar e defenderem os cidadãos, com medidas promotoras do bem estar social e geral, em lugar disso apoiam as multinacionais, e o grande patronato, deixando o povo, cada vez mais à míngua.

Como é que uma empresa com o lucro de milhões, pretende cobrar por todos as divídas dos caloteiros?
Qualquer dia o padeiro e o peixeiro, começam também a cobrar as dívidas dos seus caloteiros, aos clientes pagadores!
Será isto justo? Não me parece!

Quem ganha, com esta operação? Todos os capitalistas accionistas da EDP, portanto quem beneficia, são os já muito ricos.

É lamentável que tenhamos uma autoridade da concorrência que nada faz, senão levar o dinheiro ao fim do mês, sem nada fazer e que demonstra estar do lado, dos agiotas consumidores de oxigénio, sanguessugas sem escrupulos do sangue dos cada vez mais pobres portugueses.

Um abraço

Isabel Magalhães disse...

Caro Victor Simões;

Não posso estar mais de acordo.

[]

I.

Unknown disse...

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Ponha SANGUESSUGAS nisso !!!

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