quarta-feira, 5 de março de 2008

8 de Março, Dia Internacional da Mulher


No Dia 8 de Março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução de 16 horas de carga diária de trabalho para dez horas, e ainda, a equiparação dos seus salários com os dos homens (as mulheres recebiam um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com tal violência, as mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada, e cerca de 130 mulheres morreram carbonizadas.

No ano de 1910 na conferência da Dinamarca, ficou deliberado que o dia 8 de Março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica americana em 1857. Mas só no ano de 1975, a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas.

HOJE NADA TERIA DE EXCEPCIONAL, ESTA CONQUISTA, SALVO O FACTO DE:

Em Portugal, no ano da Graça de Deus de 2008, haver trabalhadores que são obrigados, a ter de realizar 16 horas consecutivas de trabalho, sem que lhes sejam pagas horas ou compensações extraordinárias, com apenas 1 hora para refeição.

Mais, em diferentes lugares do Nosso país, na região de Lisboa e noutros locais, trabalhadores portugueses, em pleno século XXI, são obrigados a trabalhar sem interrupção para refeições, ou mesmo idas à casa de banho, durante mais de 6 horas consecutivas, e a paragem para uma refeição, ao fim dessas horas, reduz-se a uma sandes, e não excede os 15 minutos.

Entidades oficiais, quando colocadas ao corrente do assunto, não reagem, face à Lei do Trabalho, Direitos Liberdades e Garantias dos Cidadãos.

Assim vai Portugal na primeira década do século XXI. Onde o desemprego, o empobrecimento do Povo, já justificam todo o tipo de medidas de repressão.


[recebido por e-mail]

16 comentários:

Anónimo disse...

Obrigada Isabel por estas informações e chamadas de atenção.
Clotilde

Unknown disse...

.

Cara Isabel,

Bem lembrado este episódio INDIGNO da condição humana.

Bem lembrada a actual e INACEITÁVEL condição de milhares de trabalhadores portugueses.

Bem lembrado o ATRASO de Portugal no que se refere, entre outras, aos DIREITOS HUMANOS - consignados na CONSTITUIÇÃO.

Bem lembrada a CEGUEIRA de muitos POLÍTICOS, MAGISTRADOS, LEGISLADORES, FISCAIS, PATRÕES e 'COMPADRES' de todos estes, em Portugal.

Bem lembrado, nas entrelinhas, que tudo isto acontece num país que se diz DEMOCRACIA...

Bem lembrado que esta INFÂMIA acontece num Portugal governado pelo SÓCRATES e pelo PS (ex-socialista).

BEM LEMBRADO !!

.

Anónimo disse...

Faltou dizer "bem lembrado que o PSD tem governado tantos anos como o PS desde o 25 de Abril e também não fez nada"...

Isto das condições laborais é cíclico, como quase tudo na vida, aliás; são os cidadãos que têm que se mexer, não podemos ficar à espera que os empresários dêem melhores condições aos trabalhadores, porque isso custa-lhes dinheiro.

Lá por estarmos no séc. XXI, isso não quer dizer que não seja necessária uma revolução de vez em quando para fazer as coisas andar. Não falo necessariamente de revolução armada, acho que ainda não chegámos a tal ponto, mas uma revolução de ideias, de mentalidades.

Relembro que nunca na História alguém se tinha lembrado de resistir sem violência, até que um senhor chamado Ghandi convenceu milhares a marchar pacificamente contra as tropas.

Alguém duvida que, se todos fizéssemos greve durante uma semana, o governo que lá estivesse não teria outra hipótese senão vergar? O Estado somos nós, não quem está em São Bento e em Belém.

Difícil é galvanizar a sociedade a tal ponto que as pessoas saiam realmente à rua. Não falo das manifestações ridículas de algumas centenas de pessoas que as centrais sindicais organizam, isso até as enfraquece cada vez mais; falo de greves gerais como aconteceu bem recentemente em Espanha e na França, que paralisam totalmente o país.

Portugal, brandos costumes... é difícil fazermos isso cá.

antonio manuel bento disse...

Senhora Clotilde,

As mulheres são seres adoráveis e que merecem todo o respeito, atenção e cuidado no trato por parte dos Homens; agora, Senhoras de Classe e de nível rareiam cada vez mais no nosso estimado Concelho de Oeiras. Elas são como as sereias ou os príncipes encantados: devemos acreditar que existem e manter a esperança de um dia os encontrar, todos nós temos as nossas utopias. Quem sabe em Oeiras não resida a mais preciosa das sereias...

António Manuel

Anónimo disse...

Caros Amigos,

Infelizmente, sou testemunha desta realidade. Hoje vemos muitos «novos gestores» em companhias que exploram os seus quadros técnicos, mas que depois ostentam riquezas, carros, cartões de crédito, mas em seguida recusam pagar aos seus colaboradores, tudo aquilo que a Lei do Trabalho determina.

Portugal assim não consegue ir longe, estamos pior do que antes da «revolução dos cravos», nesse tempo, o meu patrão era uma multinacional inglesa, e pagavam tudo aquilo que era devido a um operário. Hoje não fazem o mesmo, nem esses novos patrões portugueses.

antonio manuel bento disse...

Pois é, e sabe porquê? Simples: António de Oliveira Salazar.

António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da Comunidade

Fernando Lopes disse...

Estou farto de salazarentos.

É certo que a História por vezes parece repetir-se...mas recordar Salazar...t´arrenego. Só de lembrar o meu avó que tinha 8 filhos, mulher e tia para sustentar e, porque era funcionário público, o dito desceu-lhe o ordenado. Assim arrumou as finanças. O triste é que parece que alguém parece querer seguir-lhe as pisadas.

Anónimo disse...

... Quem sabe em Oeiras não resida a mais preciosa das sereias...

Este AMB é um prato ! Deve ser um verdadeiro FAUNO !! Ou então é um OGRE...

Agora deu-lhe para o lirismo !

Meta-se com 'sereias' que inda vai parar à tal ilha...
Depois não diga que não o avisaram.

Unknown disse...

.

"... O triste é que parece que alguém parece querer seguir-lhe as pisadas."

Bem... porque não ? Sabem o que acabou por acontecer ao sal-e-azar...

Só se lamenta o tempo que demorou. Pode ser que este seja rápido já que estamos na era do TGV...

.

Anónimo disse...

«ou os príncipes encantados»

Ele não descarta os príncipes... as sereias podem ser só para disfarçar.

Anónimo disse...

Amigos,

Deixemos o salazarismo, e pensemos na forma digna de um povo governar e fazer desenvolver a sua sociedade e o seu país, com prosperidade, e de uma forma socialmente justa (para todos).

É triste ver que alguém aqui disse que antes do 25 de Abril de 1974, muitas empresas respeitavam e cumpriam leis do trabalho, e que hoje, em pleno século XXI, 34 anos depois, essas leis, não são cumpridas, até por organismos do estado, empresas com capitais públicos, por bancos com lucros imensos.

É sobre isto, que devemos reflectir.

José Ferreira

Fernando Lopes disse...

Tem alguma razão o J. Ferreira.

Veja lá já passaram 34 anos. Perece que foi ontem...Desfizeram-se e refizaram-se fortunas. A distribuição da riqueza produzida foi melhor distribuída e já piorou.Os bancos voltaram a ser das tais famílias e dos testas de ferro. O que se passou em certo Banco brada aos céus. Até no mais liberal dos States isto não passava impune - aqui não!Quanto às empresas de capitais públicos...mas eles saltam de umas para outras.Já não sei qual é a diferença.

Rui Freitas disse...

Tens razão, Boavida Pires, quando questionas o habitual: "assim, não vamos lá"! Mas lá, onde?
À aberração do AMB, com o seu "canto da sereia"? Ao regresso do salazarismo? À continuação da opressão da Mulher e de todos os que produzem neste desgraçado País?
Afinal, o que queremos que ele seja? Um lugar mal frequentado, como já é? Por favor...
Do que Portugal menos precisa agora, é da bipolarização entre Homens e Mulheres... Precisamos de todos, mas mesmo TODOS, para colocarmos um PONTO FINAL no disparate que grassa por aí!
Só lamento ter o meu blog com problemas técnicos... Se não, deixaria nele a mais bela flor para TODAS AS MULHERES DO MEU PAÍS, em humilde homenagem ao ENORME VALOR e IMPORTÂNCIA que elas têm na nossa vida.
Pensem apenas numa coisa simples: sem uma Mulher, como teríamos nascido?

Anónimo disse...

Caro Rui Freitas,

Concordo consigo quando afirma que a MULHER tem uma enorme importância e valor nas nossas vidas, concerteza que todos temos uma opinião semelhante, são porventura ideias já concebidas e repetidas vezes sem conta... infelizmente muitas vezes esquecidas e mal interpretadas por muitos.
Agora diga-me, será que se esqueceu da necessidade, irrevogável, da intervenção masculina para o acto da concepção? Afirma que "sem uma Mulher, como teríamos nascido?" e eu pergunto-lhe se conhece alguém que tenha nascido sem intervenção masculina, seja ela presencial ou não, dadas as evoluções científicas. Rui Freitas, valorize-se a si e a todos nós, os homens, são também muito importantes na sociedade, não desprezando nunca a MULHER.

Boa noite,
Luis Miguel

Rui Freitas disse...

Caro Luís Miguel,
Ainda bem que nos encontramos "on-line"!
Em primeiro lugar - ainda que o julgue desnecessário - eu sei respeitar os adversários políticos, concedendo-lhe a si o mesmo "estatuto".
Mas, francamente, aquilo que eu quis dizer - e que pode ser uma redundância - foi o quanto respeito a condição feminina... Nada mais!
Será isso uma expressão de "machismo"? Não sei! Até admito que sim, embora a minha intervenção não pretendesse ser (NUNCA) nesse sentido!
Obviamente, eu não estaria aqui, sem a "intervenção" do meu Pai e da minha Mãe...
Aquilo que quis Homenagear, foi o Dia Internacional da Mulher, esse Ser único nas nossa vidas.
A minha Mãe, a sua Mãe...
Por ora, fico-me por aqui, na certeza de que, ainda hoje, lhe responderei a outras intervenções neste "blog" que "acusa" de laranja... puxando para o encarnado!
Esteja atento e, se acreditar, receba um abraço Amigo!

Isabel Magalhães disse...

'Caro' anónimo [5/Mar/2008 17:36:00]


Mal lembrado, por si, que tanto quanto sabemos o PS esteve mais tempo que o PSD no governo o que, obviamente, não isenta o PSD de erros mas já que insiste em ser 'rigoroso' convem que o seja. Não acha?

Grata pela sua participação.