Ontem
O caso é que o combate à corrupção não está na agenda dos governos há demasiado tempo.
Com grande estrondo mediático e foguetório entrou em vigor o Tratado de Lisboa. José Sócrates, ofereceu-se para ser o anfitrião da festa e o protagonista central do evento e, assim, a capital portuguesa foi palco da cerimónia junto à emblemática Torre de Belém.
O evento conta como cabeça de cartaz com o próximo presidente permanente do Conselho Europeu, o ignoto Herman Van Rompuy, primeiro-ministro da Bélgica que, assim, interrompe funções e também da desconhecida Catherine Ashton para a chefia da diplomacia europeia. Desta forma, o arranque deste Tratado não prenuncia nada de bom.
Para já ninguém o vai ler, a menos que a isso seja obrigado. As personagens envolvidas são desconhecidas e desinteressantes. Depois, todo o processo envolvente de génese e de ratificação é opaco e, mesmo, manhoso. Apenas para dar um pálido exemplo, a nível do sistema decisório, o Conselho Europeu pode deliberar, de forma unânime, que um determinado domínio da acção da União passe da regra da unanimidade à da maioria qualificada.
Significa isto que um Estado deixa de ter um verdadeiro direito de veto se todos concordarem, num determinado momento, que assim vai ser, sujeitando doravante os países à tirania da maioria e não ao travão da unanimidade. Eu sei que razões de eficácia institucional o recomendam, mas a qualidade dos políticos europeus e nacionais não o aconselha, a começar por Portugal, passando por Itália, Reino Unido ou França.
No Tratado, fundamentalmente, só se fala em direitos e omitem-se os deveres, designadamente dos Estados e das pessoas que os governam, que devem não só estar acima de qualquer suspeita, como devem dar um exemplo de vida e de comportamento. Nunca vi nem nestas nem noutras negociações de Tratados anteriores, por exemplo, esboçar-se sequer a tentativa de inserir normas inequívocas a favor de uma política anti-corrupção nos seus vários aspectos e cambiantes.
Só que agora com o novo Tratado, um grupo de pelo menos um milhão de europeus pode obrigar a Comissão Europeia a apresentar propostas legislativas relacionadas com esta e outras questões. O caso é que o combate à corrupção não está na agenda dos governos há demasiado tempo.
Depois queixam-se que os cidadãos não se interessam pela União e que há um divórcio entre governados e governantes. É natural que assim seja, enquanto não se fizer um esforço para exigir um comportamento ético e moral dos seus decisores. Aí os europeus perceberiam, que os outros, os grandes, têm tantos ou mais deveres que eles meros cidadãos incógnitos e que esta Europa pode servir, pelo menos, como guardiã da degradação acelerada de valores a que, de forma quase impotente, hoje assistimos.
4 comentários:
Tenho apreço pela Isabel Meireles, compreendo o que ela diz neste caso em concreto, mas estou mais preocupado com os PSD que estiveram ao lado dela e são IOMAF e apoiantes há mais de 20 anos do Isaltino Morais, buscando na corrupção concelhia, meios materiais e favores políticos.
Conhecemos muitos desses «militas» do PSD, os manos CRUZ e o Luis Rocha, o man da night e das ucranianas.
Temos de Nos libertar dessa mafia
Quem são os Manos Cruz?
Estamos mais preocupados com os militantes que apoiaram o IOMAF nestas autárquicas e que foram em posições elegíveis para a distrital do PSD.
Isso sim,é preocupante!
Força Isabel Meirelles tens de manter acesa a chama da resistência ao compadrio, tráfico de influencias, putedo, corrupção, abuso de poder que infelizmente predominam em Oeiras.
Peço desculpas,
Queria dizer manos LUZ (os dois manos iluminados, que são protegidos do IOMAF).
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