sábado, 17 de novembro de 2007

Carta-aberta ao sr. "menistro" das Finanças

À minha caixa de correio electrónico, também chegou esta corajosa missiva de um concidadão ao Exmo. Sr. Ministro das Finanças de Portugal, acompanhada deste comentário, que subscrevo:
"Se todos tivéssemos a atitude deste homem, que não conheço, certamente outras seguir-se-iam, tal o estado de calamidade e amorfismo a que tão tristemente chegámos, com gente que, usufruindo dos votos colocados nas urnas eleitorais, se apropriou do Poder e com ele está a impor uma autêntica ditadura de silêncio. Passem a todos este acto de coragem."
Eis o teor da carta-aberta:
"Ex.mo Senhor Ministro das Finanças,
Victor Lopes da Gama Cerqueira, cidadão eleitor e contribuinte deste País,com o número de B.I. 8388517, do Arquivo de Identificação de Lisboa, contribuinte n.º 152115870 vem por este meio junto de V.Ex.a para lhe fazer uma proposta: A minha Esposa, Maria Amélia Pereira Gonçalves Sampaio Cerqueira, foi vítima de CANCRO DE MAMA em 2004, foi operada em 6 Janeiro com a extracção radical da mesma. Por esta "coisinha" sem qualquer importância foi-lhe atribuída uma incapacidade de 80%; imagine, que deu origem a que a minha Esposa tenha usufruído de alguns benefícios fiscais. Assim, e tendo em conta as suas orientações, nomeadamente para a CGA, que confirma que para si o CANCRO é uma questão de somenos importância. Considerando ainda o facto de V. Ex.ª, coerentemente, querer que para o ano sejam retirados os benefícios fiscais a qualquer um que ganhe um pouco mais do que o salário mínimo, venho propor a V. Ex.ª o seguinte:
a) a devolução do CANCRO de MAMA da minha Mulher a V. Ex.ª que, com os meus cumprimentos, o dará à sua Esposa ou Filha.
b) Concomitantemente com esta oferta, gostaria que aceitasse para a sua Esposa ou Filha ainda:
c) os seis (6) tratamentos de quimioterapia.
d) os vinte e oito (28) tratamentos de radioterapia.
e) a angústia e a ansiedade que nós sofremos antes, durante e depois.
f) os exames semestrais (que desperdício Senhor Ministro, terá que orientar o seu colega da saúde para acabar com este escândalo).
g) ansiedade com que são acompanhados estes exames.
h) A angústia em que vivemos permanentemente.
Em troca de V. Ex.ª ficar para si e para os seus com a doença da minha Esposa e os nossos sofrimentos, eu DEVOLVEREI todos os benefícios fiscais de que a minha Esposa terá beneficiado, pedindo um empréstimo para o fazer.
Penso sinceramente que é uma proposta justa e com a qual, estou certo, a sua Esposa ou filha também estarão de acordo.
Grato pela atenção que possa dar a esta proposta, informo V.Ex.a que darei conhecimento da mesma a Sua Ex.ª o Presidente da República, agradecendo fervorosamente o apoio que tem dispensado ao seu Governo e a medidas como esta e também o aumento de impostos aos reformados e outras...
Reservo-me ainda o direito (será que tenho direitos?) de divulgar esta carta como muito bem entender.
Como V. Ex.ª não acreditará em Deus (por se considerar como tal...) e por isso dorme em paz, abraçando e beijando os seus, só lhe posso desejar que Deus lhe perdoe, porque eu não posso (jamais) perdoar-lhe.
Atentamente,
19/Outubro/2007
Victor Lopes da Gama Cerqueira"
Serão precisas mais e mais cartas destas para despertarmos do torpor?

12 comentários:

Unknown disse...

.

Anda tudo a mandar cartas abertas pra aqui e pra ali, pra acoli e pra acolá...

Temos mas é que começar a mandar-lhes cartas fechadas e com uns gramitas de gelemonite lá dentro...

Só assim vão ouvir os nossos protestos (um avo de segundo antes de verem a luz e fazerem a 'grande viagem...)

PERDIDO POR CEM, PERDIDO POR MIL !!

Post scriptum: Querem ver que ainda vou dentro por fazer apelos ao 'terrorismo' ?!?!?! FÓNIX !!!

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Isabel Magalhães disse...

.

Que marca fumas? eheheheh!

.

Isabel Magalhães disse...

Agora a sério...


Esta carta é um 'soco no estômago'!

Unknown disse...

.

Amiga,

marca VAECUED - Vou-me A Eles Com Unhas E Dentes... AHAHAH

A sério, é um 'soco', pois é, mas não no estômago deles, antes nos nossos.

Eles dormem descansadinhos a julgar pelo que transparece daqueles sorrisos cínicos naquelas trombas de pederastas com que se apresentam ante as câmaras das televisões...

bjs,

.

Isabel Magalhães disse...

J;

Nos nossos... obviamente!

bj
I.

Anónimo disse...

Exmos Senhores,

Penso que a realidade da doença é muito dura... conheço bem o que digo... mas daí a enviar cartas com este teor...
Por partes...
1. Que culpa tem o Ministro da doença da Senhora?
2. Benefícios fiscais retirados a pessoas que ganhem um pouco mais do salário mínimo, que benefícios?
3. Cartas com este teor (nulo) deverão ser banidas.

Obrigado.

João Miguel de Sousa

Anónimo disse...

Boa noite,

Após leitura atenta da carta, venho concordar com o comentário acima exposto, que penso ser pertinente, mas onde gostaria de acrescentar uns pontos.
Penso que a revolta sentida pelo Sr. Victor Cerqueira, que transparece para quem lê atentamente a carta, não deve ser levada em conta, pois o Sr. Victor encontra-se numa situação debilitada, causada pela doença da esposa.
Com frieza, penso que o desejo de troca da mesma (doença) pelos benefícios fiscais mencionados deverão ser desculpados.
Quanto aos benefícios mencionados, aproveito aqui para referir que estes deverão ser comprovados anualmente através de relatório médico.
Os pontos c), d), e), f), g) e h) são consequências da doença e o mesmo Ministro, uma vez mais, como mencionou o Sr. João Sousa, é alheio ao tema.
Quanto ao aumento dos impostos para os reformados, independentemente das opiniões emitidas, eu sou totalmente a favor da proposta governamental.
Antes de terminar, uma palavra de apoio ao Sr. Cerqueira e esposa, que tenham força e continuem a lutar, afinal trata-se de uma doença que em muitos e muitos casos tem um final feliz. Será concerteza o deste caso.

Obrigado e cumprimentos,

Edmundo Afonso.

Rui Freitas disse...

Caro leitor Edmundo Afonso,
Não sendo (felizmente, pelo motivo óbvio) o autor da carta, foi-me enviada e entendi por bem publicá-la. Por isso, perdoe-me - também a mim - a total franqueza: vocelência ainda conseguiu ser mais despojado de valores morais que o próprio "menistro" ou do que o "anónimo" que o precedeu.
No seu pequenino cérebro fez-se luz, e "percebeu" que o "menistro" não é o culpado directo do caso exposto. Dahhhhhhhhhh! Claro que não é!
"Descobriu" também, na sua "brilhante" análise, que o autor da carta é uma pessoa fragilizada com o facto do "mundo lhe ter desabado em cima"! Dahhhhhhhhhh! O que esperava? Um largo sorriso?
Perdoe-me, mais uma vez, a frontalidade da minha resposta, mas vocelência será certamente um qualquer "xuxialista" bem instalado na vida e, graças a Deus, nunca uma desgraça destas lhe bateu à porta. Se assim não fosse, perceberia perfeitamente que as alíneas (TODAS AS ALÍNEAS) desta carta têm por finalidade DESPERTAR CONSCIÊNCIAS!
A sua, infelizmente, está de tal forma empedernida que nem a "gelamonite" sugerida pelo Zé António conseguiria despertar.
Saiba, caro leitor, que nós aqui no OEIRAS LOCAL, sem demagogias, pomos o coração em primeiro lugar (penso poder falar pelos Amigos que aqui escrevem?). Recusamo-nos a fazer "análises frias", "secas" e sem sentido às aflições de seres Humanos... como nós!
Repito: não sou (felizmente) o autor da missiva ao sr. "menistro"; limitei-me a dá-la a conhecer aos leitores deste espaço.
Não lamento tê-lo feito... Só pelo seu estúpido comentário, VALEU A PENA!
Desconheço a sua idade; se está ou não à beira da reforma ou mesmo se é reformado. Se a si se aplica esta última situação, a reforma auferida deve ser tão avultada, que umas "migalhas" a mais ou a menos "roubados" pelo sr. "menistro" não chegam a beliscar o seu futuro. Que bom para si!
A carta foi-me envada por alguém em quem tenho absoluta confiança e sei que, como eu, se preocupa com o bem-estar dos outros... O que não é o seu caso, ser pequenino que acha que, ao fim de uma vida de trabalho e descontos, devemos descontar ainda mais.
O Sr. Victor Lopes da Gama Cerqueira - se ler o seu comentário -, deverá ficar-lhe eternamente agradecido pela sua "magnanimidade", pelas palavras de "apoio" e "optimismo" com que termina a sua estúpida intervenção.
Renovo o pedido de desculpas pela linguagem (não habitual em mim), mas, francamente... não encontrei outra forma de expressar o que senti ao ler as suas palavras!

antonio manuel bento disse...

Este senhor até pode ter razão.
Perde-a ma falta de respeito versus educação para com o modo como se dirige a uma figura do estado.

Edmundo Afonso disse...

Sr. Rui Freitas,

Verifico pela sua linguagem que ficou irritado com o meu comentário anterior. Não esperava, vindos do Sr., ataques directos e ofensivos à minha pessoa, tanto mais que NUNCA o tratei mal e penso que NUNCA, até ao dia de hoje me tinha dirigido a SI directamente.
No entanto, estes factos não o impediram de me insultar, ofendendo-me na minha honra e apelidando-me por mais de uma vez de "ESTÚPIDO" e "PEQUENO" o que, desculpe-me, não se encaixa de todo, nem mesmo em parte na minha pessoa.
O Senhor afirma ainda que eu devo ser socialista e de reforma choruda... engana-se Sr. Freitas, mais uma vez angana-se, encontro-me no activo e pelo andar da carruagem por mais uns bons anos, mas ao contrário do Senhor, entendo a política adoptada por este Governo para a reforma da Segurança Social, permita-me ter esta opinião, posso? Será por a expressar que sou PEQUENO??? Pequeno, no meu entender é aquele que só vê de um lado, de um campo, de um determinado ponto de vista, esquecendo-se dos outros... eu, embora directamente prejudicado, acredite que é bem verdade, compreendo a decisão política.
Quanto ao comentário da carta, apenas lhe vou responder da seguinte forma, que penso ser a mais adequada, pois a minha vida são números, não sou médico, mas infelizmente já vivi de bem perto uma situação similar à exposta com um final menos feliz... deixo-lhe apenas este conhecimento, para que da próxima vez que o Sr. Freitas entenda maltratar um comentador do blog que Administra seja pelo menos mais educado, coisa que, repito, não entendo o porquê, pois como Lhe disse, NUNCA lhe tinha dirigido a palavra e NÃO Lhe admito sequer lições de civismo.

Melhores cumprimentos e como disse no seu comentário, desculpe a linguagem menos simpática, mas quem se não sente...

Edmundo Afonso

Edmundo Afonso disse...

Solicito à Administração do blog que, caso o meu comentário aqui deixado há pouco não tenha sido colocado com a minha conta, insira este segundo comentário, pois reparo também, que por lapso, deixei um comentário como anónimo, coisa que nunca faço, mas infelizmente aconteceu. Ficam aqui as minhas desculpas por esse facto, não só aos Administradores do Blog, como também aos leitores.

Obrigado.

Edmundo Afonso

Rui Freitas disse...

Caro Senhor Edmundo Afonso,
Começo por pedir-lhe desculpa pela forma algo agressiva como lhe respondi, mas a verdade é que o seu primeiro comentário a isso me "obrigou"!
Não o conheço e penso que não me conhece, mas sou pessoa suficientemente humilde para lhe pedir que releve a agressividade.
Também eu já conheci em familiares próximos e que muito estimava essa malfadada doença que ainda não obteve antídoto...
Foi a forma e o conteúdo do seu comentário que me fizeram reagir. Intempestivamente? Talvez!
Com o coração (como sempre)?. Também!
Só que, nalgumas coisas, continuo a discordar de si... E MUITO!
Nomeadamente, na questão das reformas; no tirar a quem pouco tem para dar a quem tem muito!
É a saga de Robin Wood... ao contrário!
Isso, não aceito nem compreendo.
Há outras milhentas formas de "engordar o monstro"!