sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O correio dos leitores

Hoje [22.11.2007] o Público publicou este meu desabafo. Servirá para o Oeiras Local?

Um abraço

Clotilde Moreira, Algés


EMPREGOS, ORDENADOS E CONTRASTES

Nunca se reclamou tanto da falta de empregos e dos baixos salários. Os despedimentos são uma constante e a insegurança social está a criar uma sociedade amedrontada com o futuro. Diz-se, a meia voz, que tudo se rebaixa para conservar o emprego e interrogamo-nos onde se irão empregar os jovens.

O fecho de empresas são notícias diárias, muitos ordenados estão atrasados, as reformas ameaçadas e até o Estado está em cacos: nada nos garante que amanhã haja pão em nossa casa.

Será da conjuntura, da globalização mas muito também se deve à desumanização das decisões dos nossos governantes: sem politicas que tenha o cidadão como motor e principal alvo das contrapartidas, sem decisões que assegurem um rendimento mínimo seguro aos trabalhadores e lhes possibilite projectar-se no futuro e além do trabalho poder usufruir de uma vida com alguns sonhos não haverá sociedade saudável. O País, mais cedo ou mais tarde, estiolará.

Há dias, o Instituto Gama Pinto anunciava uma vaga para médico oftalmologista com o vencimento de menos de dois mil Euros e uma Câmara Municipal abria concurso para engenheiro electrotécnico com vencimento de Euros 1.307. Se compararmos com o vencimento anunciado no despacho 22237/2005-2ª série do Ministério da Justiça de Euros 3.254 para assessoria na manutenção de conteúdos da página oficial daquele ministério, com um assessor que foi ganhar Euros 10.000, com algumas nomeações na GALP e os vencimentos de uns tantos no Banco de Portugal e mais a reforma de um técnico superior de 1ª classe que acumula com outras remunerações e mais umas nomeações, reformas e acumulações que nos saltam nos jornais ou das publicações oficiais ficamos com a certeza que há uns que comem bolos todos os dias e muitos, muitos com pouco mais que um caldo. E uma grande parte da população deita-se todos os dias mesmo sem um caldo.




5 comentários:

Anónimo disse...

Muito pertinente.

A reter!

Anónimo disse...

Já foram ao Oeiras Pública apresentar "cumprimentos" à escritora Sophia de Melo Breyner? :)

Isabel Magalhães disse...

Clotilde;

Mesmo a par da dura e triste realidade não se fica indiferente ao conteúdodo seu texto.

Obrigada.

I.

Isabel Magalhães disse...

Caro leitor MV;

..... de facto já pasei por lá.

Grata pela 'chamada de atenção'! :)))

Unknown disse...

.

Cara Clotilde,

Boa análise e muito pertinente.
A Verdade está à vista de quem a quiser ver !

Cumprimentos,

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