domingo, 18 de novembro de 2007

Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada

Celebra-se-se hoje, domingo, o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, instituído pela ONU para lembrar que os acidentes de viação matam mais pessoas do a maior parte das guerras. Os Governos Civis vão promover acções de segurança rodoviária nos 18 distritos de Portugal, com o lema "Morte nas estradas, vamos parar com esse drama".

Cada vez mais se usa o automóvel.

Para contrariar o aumento do tráfego automóvel, a ferrovia de alta-velocidade é fundamental.

Na União Europeia o número de vítimas das estradas mantém-se inaceitavelmente elevado: 1,3 milhões de acidentes rodoviários por ano que provocam 40 000 mortos e 1,7 milhões de feridos. O comportamento dos condutores é a primeira causa dos acidentes mortais: velocidade, consumo de álcool ou droga, cansaço, falta de cinto de segurança ou capacete, etc.

Por cá em Lisboa, pintam-se passadeiras. Em Setúbal lançam-se balões. Em Santarém, temos as cerimónias oficiais pelo espectáculo triste de este ser o distrito com mais mortes na estrada. Mas a "guerra" vai continuar. Queixamo-nos da falta de civilidade, mas nós próprios não mudamos os nossos hábitos quando nos sentamos atrás do volante. Apontamos as falhas de infraestruturas rodoviárias mas continuamos a acelerar indiferentes ao perigo. Grande parte dos acidentes acontece por excesso de velocidade e o sentimento generalizado é que queremos ir sempre mais depressa, como isso fosse apanágio de um mundo desenvolvido.

  • Na Suécia, se um condutor fôr apanhado em excesso de velocidade a mais de 30 km/h, fica sem carta. Nós por cá é uma contra-ordenação grave.
  • Na Suécia, se um condutor fôr apanhado a conduzir com a taxa superior a 0,2 e inferior a 0,75 , é multado. Nós por cá temos o lobbie do vinho e da cerveja a esticar o limite para 0,5 .
  • Na Suécia, se um condutor fôr apanhado a conduzir com a taxa superior a 0,75, vai para a prisão. Aqui, é uma multa, até 1,2.
  • Na Suécia, o limite de velocidade nas Auto-Estradas é de 110 Km/h. Nas estradas fora de localidades, 90km/h. Com atrelados, 80 km/h. Nas cidades, 50 km/h. Perto de escolas e centros de dia, 30 km/h. Agora comparem com Portugal.
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13 comentários:

antonio manuel bento disse...

Por isso não ando de carro e uso os transportes públicos.

António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade

Anónimo disse...

Então, Xô Bento; já não guia na marginal? já deixou de molhar os ciclistas com o esguicho dos limpa-vidros quando há provas e a BT fecha uma das vias aos automobilistas?

Edmundo Afonso disse...

Penso que a má formação dos condutores advém da falta de civismo de muitos, que veêm a estrada como um escape aos problemas diários. A nossa polícia tem uma atitude de "caça à multa", ao invés de muitas outras, que primam pela prevenção, o que torna os condutores alvos de perseguições absurdas, com sinais de luzes incluídos, onde tudo se faz para os mais distraídos ultrapassarem os limites de velocidade impostos... e tudo feito, imagine-se, por carros descaracterizados da autoridade... será esta a polícia de que necessitamos?
Certo que há muito ainda a fazer, que os condutores possuem comportamentos desadequados ao volante, penso no entanto que a postura da polícia deverá ser alterada, passando a estar "mais" visível, menos escondida, mais presente, prevenindo os maus comportamentos.

Cumprimentos,

Edmundo Afonso

Anónimo disse...

Um dos defensores de policias de trânsito à paisana em carros descaracterizados foi o ex PR Jorge Sampaio.

E disse...

Não concordo, Edmundo.

Não me parece que o problema seja a polícia. O problema está em NÓS, condutores. Custa muito admitir porque isso implica mudar os hábitos de condução, todos os dias. É um enorme sacrifício. Mais difícil do que deixar de fumar.

É mais fácil atirar as culpas à polícia. E se não fosse a polícia, eram as estradas. Ou os governantes. Ou as mulheres. Ou os imigrantes. Os condutores de pesados. Os taxistas. Etc, Etc, Etc, mas nunca o condutor comum.

Esse não. Esse não têm culpa nenhuma. Matou 700 pessoas nas estradas em Portugal este ano, mas continua a não ter culpa nenhuma.

Não estou a dizer que somos uns homicidas em potencial, mas a verdade não anda muito longe disso, infelizmente. Vale a pena cada um reflectir sobre isso.

Isabel Magalhães disse...

DC;

Em resposta a "somos uns homicidas em potencial" li hoje nas notícias TV da manhã, em rodapé...

Nos últimos quatro anos seis mil mortos nas estradas de Portugal.

Que belo negócio para as funerárias - digo eu!

***
I.

Unknown disse...

.

Os condutores portugueses são... PORTUGUESES...

Aí é que reside o problema.

Portam-se na estrada, na condução, como se portam em qualquer outro lugar e/ou actividade. Em particular em casos e situações em que detêm um certo nível de 'autoridade' e 'poder'. Em que 'mandam'.

Falta de BOM SENSO;
Falta de CIVISMO;
Falta de SOLIDARIEDADE;
IRRESPONSABILIDADE;
ARROGÂNCIA;
IRRACIONALIDADE;
EGOÍSMO;
DESINTELIGÊNCIA;
ETC., ETC., ETC., ETC...

O problema é genérico e é uma questão de MENTALIDADE e de ATITUDE.

Na estrada tem muita visibilidade porque muitas das vezes causa mortos e isto VÊ-SE e afecta-nos muito.

Mas comparem com outros contextos, por exemplo, viajar num transporte público, e vejam como se comporta a maioria dos passageiros, e não só em hora de ponta: empurrões, atropelos, discussões, insultos, ignorância pela ordem de chegada, ignorância pelos idosos e deficientes, 'tudo ao molho e fé em Deus'...

O problema dos portugueses é serem PORTUGUESES...

.

Provedor de Oeiras disse...

Senhor Direct Current,

Concordo em absoluto com o que escreve, de facto é muito fácil apontarmos culpas a tudo e a todos excepto a nós, condutores… a culpa é sempre “dos outros” e invariavelmente morre solteira… Trata-se sem dúvida de um problema de falta de civismo na estrada. Há com certeza muitas outras causas mas a falta de civismo é a meu ver o principal problema.

Diogo Castro

Provedor de Oeiras disse...

Senhor José António,

Subscrevo as suas palavras.
Diogo Castro

Provedor de Oeiras disse...

Senhor Edmundo Afonso,

Infelizmente acho que a “caça à multa” acaba por ser um mal necessário. Só com multas pesadas os condutores moderam a velocidade, cumprem o código, respeitam os passeios, as passadeiras e os outros utentes da via pública. Em Portugal morrem mais pessoas na estrada do que em guerras contemporâneas, o “ceifar” de vidas nas estradas tornou-se banal, já ninguém se espanta. É um pouco como quando ouvimos falar de um ataque bombista no Iraque… já ninguém se comove.
O problema está na falta de civismo, na falta de respeito pelos outros. Quem cumpre o código da estrada não tem que se preocupar com multas…

Diogo Castro

Provedor de Oeiras disse...

Senhora Isabel Magalhães,

Um belo negócio para as funerárias sem duvida mas um peso tremendo para o serviço nacional de saúde e por conseguinte para todos nós que pagamos impostos. Pior do que os mortos, são os feridos graves, vidas desfeitas e de sofrimento fisico e psicológico.

Diogo Castro

Isabel Magalhães disse...

Caro anónimo [19 Novembro, 2007 00:56]

Subscrevo o seu comentário pois a esse respeito tive oportunidade de alinhavar umas linhas em maio 2005.

Saudações.
IM

http://a-redea-solta.blogspot.com/2005/05/preocupaes-de-uma-condutora.html

Isabel Magalhães disse...

Caro Diogo Castro;

Sem dúvida!

IM