domingo, 18 de novembro de 2007

O correio dos leitores

Estive hoje no Colóquio "Nova Oeiras Património Moderno para Um Futuro Sustentável", que decorreu no auditório do Centro Paroquial, com uma assistência deveras significativa.

Nas palavras do Arq. José Manuel Fernandes, dinamizador e responsável no Gabinete de Apoio Local 9 (Nova Oeiras), todo o processo de requalificação parte de um plano que procura articular e pôr em contacto a comunidade, o município, os técnicos e outras instituições.
Diz-se, em documento distribuído, que O Bairro de Nova Oeiras "É reconhecidamente uma obra referencial entre a arquitectura, arquitectura paisagística e o urbanismo e uma marca indiscutível na vivência e existência diária entre os moradores." E, mais adiante, "A arquitectura, por si só, não foi capaz de resolver todos os problemas da cidade e ensaiam-se, hoje, novos modelos para uma cidade sustentável, em que é fundamental a convergência dos interesses dos vários agentes e dinâmicas sociais, das várias disciplinas, a emergência dos conteúdos culturais que subjazem e informam o carácter dos lugares e os desafios ambientais."

Ouvimos, sempre com muito interesse, a intervenção do Arq. Ribeiro Teles, que começou por afirmar que estamos numa grande cidade (Área Metropolitana) que não se sabe onde começa e onde acaba - A CIDADE REGIÃO. Mais adiante, problematiza a questão do abastecimento alimentar desta ou destas cidades e acrescenta a mobilidade como as duas questões centrais a que é preciso dar resposta.
Recordou a importância da relação cidade - campo desde épocas imemoriais, que terá permitido no Egipto a construção da pirâmides e na Mesopotâmia a abundância nas cidades que se transformaram em areia quando esta articulação deixou de existir. Citou os Livros de Horas, medievais, cuja iconografia contempla sempre a cidade como fundo de actividades campestres.
Contestou o artificialismo da arquitectura paisagística - espaços verdes, em defesa da paisagem mediterrânica com mata e clareira. Afirmou que se perde solo em Oeiras e que é imperiosa a existência de uma estrutura rural nem que seja necessário recriá-la.

Já a Arq. Ana Tostões ao abordar a temática do valor patrimonial de Nova Oeiras citou o exemplo do complexo urbanístico da Gulbenkian.

Por sua vez o Arq. Pedro Brandão recordou a importância da interdisciplinaridade e interacção entre a população, os poderes constituídos e os técnicos.

Ao encerrar a sessão, o Presidente da CMO abordou a temática das realizações no Concelho e dos projectos em desenvolvimento. De notar a referência a um estudo encomendado ao IST sobre as Ribeiras e Linhas de água do Concelho. Acabou defendendo o reforço da participação e envolvimento dos moradores nas de iniciativas da CMO. A este propósito, uma munícipe, membro da ONG - CIVITAS, aludiu à importância dos contributos dos munícipes no decurso das sessões promovidas pela CMO no âmbito da revisão da Agenda XXI Local.

O Arq. Ribeiro Teles aproveitou o período de respostas para reafirmar três princípios fundamentas no planeamento e gestão do território:

PROTECÇÃO DO MEIO. RECREIO. PRODUÇÃO.

Fernando Lopes


2 comentários:

Anónimo disse...

Obrigada pelas informações.Pois, Oeiras e outras regiões têm informação sobre como fazer e o que fazer mas quando chegam os homens do betão é uma tentação. Um mega projecto - pensam eles - será sempre recordado e um simples campo livre ninguém saberá quem lutou por ele.

Clotilde

Isabel Magalhães disse...

Caro Fernando Lopes;

grata. muito.

IM