terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Um discurso pesado



Foi um discurso claro e pesado. Desta vez ninguém pode acusar o Presidente da República de não ter conseguido explicar ao País as suas ideias. Cavaco não poupou nos adjectivos nem nas expressões duras. E ainda bem que o fez.



Ricardo Costa
Director Operacional de Canais SIC

opiniao@sic.pt


“A qualidade da nossa democracia sofreu um sério revés”. O estatuto foi aprovado por “razões meramente partidárias”. “Está em causa uma questão de lealdade entre órgãos de soberania". “É uma situação absurda”. Citações como estas não costumam fazer parte das mensagens que um Presidente da República faz ao país. Desta vez fizeram porque Cavaco Silva entende que a aprovação do Estatuto dos Açores levanta um precedente gravíssimo.

Esta questão é pouco relevante para o país. Mas não será irrelevante para as relações entre Belém e São Bento. A lealdade foi posta em causa e isso, normalmente, não se esquece. Vamos ter, seguramente, meses agitados entre o Presidente e a maioria socialista.


P.S. Quando, daqui por uns meses, o Tribunal Constitucional disser que o Estatuto está mal feito, o que é que o PS vai dizer?

6 comentários:

Tiazoca de Oeiras disse...

O PR devia ser consequente e dissolver a AR dado a gravidade da situação que lhe mereceu já duas comunicações ao país porém, promolgou o Estatuto dos Açores.

Mas a pergunta fundamental que deve responder é:Porque não mandou de imediato para o Tribunal Constitucional?

Não é só o PS que tem de responder, o PR também nos deve uma explicação .

Isabel Magalhães disse...

Por muito menos Jorge Sampaio dissolveu a A.R.;
a Cavaco Silva faltou-lhe a 'coragem'...

(lembra-me o Poeta Alegre que vota com 'eles' embora depois faça declarações de protesto!)

Anónimo disse...

Cavaco Silva, ficará denominado com o cognome de "O Queixinhas"
Quem o colocou neste posto, saberá porquê.
Não pode com o Parlamento, talvez porque nunca se sentou por lá.
O senhor Professor sempre foi demasiado importante, diria petulante, para se rebaixar e ser parlamentar.
Esquece-se que os diversos orgãos de soberania, incluido o Parlamento, são soberanos.
Os elementos do parlamento, são eleitos, tal como ele, por voto secreto.
Não tem que retirar legitimidade aos seus actos.
Tinha sido mais honesto, se tivesse mandado publicar a Lei, com um daqueles eus "papelinhos2 de mau gosto a explicar as razãoes porque o tinha feito.
Nunca teve perfil, nivel intelectual e arcaboiço politico para o cargo de Presidente da República.
Assim, dá umas "barracas" destas.
A maioria dos portugueses não que saber do que se passa nos Açores ou na Madeira. Ainda não terá percebido isso?

Anónimo disse...

Mas que democracia é esta em que o Parlamento, não passaria de uma caixa de ressonância do Presidente da República.
Cada um com a sua opinião.
Alguem aí no Continente, quer saber o que se passa nos Açores ?

Anónimo disse...

Um acto que abre precedentes gravíssimos. Quem não percebeu uma coisa tão simples que leia o que vários analistas publicaram ontem sobre o assunto. Está on-line, basta procurar.

Jorge Pinheiro disse...

Tempestade num copo de água. Tudo se devia ter resolvido antes do famigerado discurso inicial de Cavaco há uns meses. Então eles não falam às 5ª feiras? O país não percebe esta trapalhada que desislutra todas as partes envolvidas.