A HISTÓRIA PASSOU AO LADO
Temos, por experiência própria, que só se sente e compreende uma terra quando se conhece a sua história. Verifica-se então uma integração, uma assimilação, que torna mais clara a leitura do presente. E quanto maior e intenso for o mergulho na história mais apurado será o entendimento do espírito do lugar, do seu património intangível. É esta escalada que gera o sentimento de pertença que implica, por sua vez, a assunção da cidadania. A nível concelhio, estimula a emergência do munícipe consciente e interventor, na defesa de soluções em prol do território que sente como seu.
Nesta perspectiva, entendemos que uma das tarefas que se colocam às câmaras municipais, a nível das prioridades, será a realização de acções que visem a divulgação e o alargamento do conhecimento do passado, nas suas múltiplas valências. E todas as oportunidades serão poucas para o fazer.
O assinalar de significativas efemérides será uma ocasião propícia e estimulante para se dar mais um passo no conhecimento do passado.
No entanto, no presente ano, que está prestes a terminar, verificaram-se pelo menos três relevantes acontecimentos do pretérito que não foram assinalados no concelho de Oeiras.
No quadro das Invasões Francesas, ocorreu em Setembro, o segundo centenário da Proclamação à Nação Portuguesa, proferida pelo general britânico Dalrymple, no Dafundo, na então quinta do Monteiro (onde se encontra instalado o Instituto Espanhol), em que anunciava a “restauração da monarquia nacional” e a reassunção de funções do legítimo Conselho de Regência. Não seria este um bom pretexto para se revisitar o período das Invasões Francesas neste território e reflectir sobre a sua importância militar?
Também se verificou, a 18 de Setembro, o primeiro centenário da promulgação da carta de lei que instituiu a região demarcada do vinho de Carcavelos. Mais do que uma visita simbólica do ministro da Agricultura à Estação Agronómica Nacional e de um artigo na agenda cultural 30 Dias merecia a comemoração da efeméride.
Ainda em Novembro, passou totalmente despercebido, o primeiro centenário da vitória das listas republicanas nas juntas de paróquia de Oeiras e Carnaxide. Foi, de facto, em 30 de Novembro de 1908, que os republicanos de Oeiras ganharam estes órgãos de poder. Dada a relevância do acontecimento, não se entende como nem uma palavra, tanto quanto sabemos, se proferiu. É incrível!
Cremos que foi o Prof. Pais da Silva que escreveu que país sem memória ou sem passado é um país sem futuro. Extrapolemos o mesmo para os municípios…
Senhores autarcas, tenham em atenção a importância da História! Não podemos perder a nossa memória.
Jorge Miranda
jorge.o.miranda@gmail.com
O Oeiras Local agradece ao Autor e ao Jornal da Costa do Sol a cedência do artigo e à revista municipal Oeiras Actual o uso da foto.
3 comentários:
Tenho dito e escrito que "AS MEMÓRIAS SÃO OS ALICERCES DO FUTURO" e parece que tenho razão. Mas há gente que se vai esquecendo e quer substituir o passado por um presente sem consistência.
Clotilde
Isabel,
agradeço estar SEGUINDO o VARAL!
Aproveito para desejar bom Natal e um ótimo 2009!
Bjs
Caro Eduardo;
Nada a agradecer, é sempre com muito agrado que o faço. Naquele dia ía levar-lhe o código de um varal que encontrei na net mas deparei-me com uma notícia triste e não achei apropriado.
Daqui lhe envio os meus melhores votos para o Ano de 2009 e seguintes.
Abraço de Portugal.
I.
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