Isto está mal, mas se o Senhor começar realmente a consertar pelo princípio talvez a crise seja superada e nos tornemos um exemplo na Europa.
Primeiro a terra: apadrinhe as iniciativas de cultivo da terra e patrocine redes de recolha dos produtos e a sua venda nas cidades. Por exemplo: acabe com a importação da laranja do Uruguai e dê lugar à laranja algarvia que apodrece no chão (José Júdice – Pública 21/9). E as batatas da nossa província?
Depois injecte os milhões que anda a oferecer aos bancos no preenchimento da falta de pessoal que existe nas escolas – contratação de auxiliares de educação e de professores diminuindo o número de alunos por turma o que ajudaria a relação aluno/professor/escola … Há falta de médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal auxiliar nos nossos hospitais. Ah! Olhe, até falta pessoal nos Museus. Precisamos que os quadros das Forças de Segurança tenham mais efectivos.
Na área dos transportes há necessidade de melhores e mais alargados meios de ligação para não deixar tão isoladas pequenas aldeias e lugarejos.
Muitos outros exemplos poderão ser dados para a promoção do emprego e da sua estabilidade. Com um salário seguro muitos portugueses iniciarão uma nova família. Outros poderão comprar todos os dias um pouco mais de alimentos e outros aventurar-se-ão em novos empreendimentos e, como uma boa bola de neve, as coisas boas irão crescendo.
Olhe Senhor Sócrates: decrete horários humanos para que as pessoas tenham possibilidade de, nos seus tempos livres, usufruírem do trabalho de outros e, sempre rolando e interligando criaremos riqueza gastando com uns o que ganhamos com outros.
Pergunte (Rui Tavares, Público de 17/12), informe-se. Há muitas sugestões e a maior parte bem simples de concretizar. Se precisar de mais ideias pergunte às donas de casa portuguesas, tão treinadas em esticar ordenados. Deixe de lado a globalização e concentre-se nos homens e mulheres da nossa Terra, no seu direito ao trabalho, ao salário, enfim, à felicidade.
Clotilde Moreira – Algés
Artigo publicado hoje no Jornal Público – Cartas ao Director.
4 comentários:
Excelente Clotilde
E para isto não precisamos de "ingineiros". Parece simples a proposta da Clotilde mas está cheia de sabedoria. Ora é isso que nos faz falta na "governance".
Até os feijões verdes vêm de Marrocos. E eu bem vi que ali os campos ainda são cultivados. Os alhos do Continente vêm da China ou da Espanha!!! Já tinham reparado. Claro que optei pela Espanha...pelo menos não devem ter melamina.
Fala-se tanto de sustentabilidade...mas só da boca para fora.
Clotilde;
Um grande aplauso.
É como diz o Fernando Lopes 'uma proposta cheia de sabedoria'.
Cada vez é mais difícil encontrar o produto nacional entre milhentos que são importados. Até o Turismo, uma das poucas fontes de rendimento está mal gerido, basta lembrar a infeliz CAMPANHA de promoção do ALGARVE, - o 'ALLGARVE' - do sr. ministro Pinho, pródigo em gaffes como todos sabemos...
Clotilde: Gostei.
Agora, o sr. Pinto de Sousa é demasiadamente arrogante para perceber, e só está concentrado na propaganda.
Apoiado!!
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