sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Cortesias, reverências e vénias


O PM e o PR falaram ao país na habitual quadra festiva.

Com a devida vénia, brincaram às cortesias habituados que estão a que à função seja inerente a reverência.

Ares sérios, ambientes institucionais cheios de pompa e circunstância, poses estudadas, olhares intencionais e pó de arroz na cara por mor de imperfeições e brilhos indesejáveis.

Nas mensagens os "representantes" devidamente enquadrados desceram ao povo para anunciar uma crise. Cada um a seu modo ... está claro!

O PM anunciando tempos difíceis dado que a crise era internacional, tirou logo da cartola a baixa das taxas de juro. Inventariou até obsessivamente o modo como contribuiu para que em Portugal ainda 20% de pessoas vivam abaixo do limiar da pobreza. E nem pestanejou de vergonha .

O PR anuncia um ano difícil, informando até que as ilusões pagam-se caro. Pois pagam: Isso já nós sabíamos.

Um fala mentira, outro fala verdade a mentir.

Porque sabem muito bem que o contributo de cada um foi relevante para o estado a que isto chegou, e porque nestas cortesias reverências e vénias vieram dizer o óbvio, o que a maioria deste povo já sabe há muito tempo.

Mas, como a educação é um bem a preservar, já agora, se me permitem gostaria de dizer o óbvio, em reposta ao PM e ao PR: As políticas que VEXAS defendem para combater a crise nunca deram resultado. É que a crise portuguesa já é "antiga" não sei se perceberam... e não houve governo nem PR que trouxesse prosperidade ao país de modo a que hoje, todos pudéssemos dizer, numa crise internacional, vamo-nos aguentar!

Sabem, é difícil acreditar para quem está desempregado ou ficará no desemprego, sem direitos e sem perspectivas de um emprego estável, que o futuro lhe reserva apenas o aprender a gerir a pobreza económica, cultural e social a que fomos remetidos pelas ganância de alguns, esses mesmos no poder hoje.
Já não chega a fórmula "alguma coisa tem de mudar para que tudo fique na mesma".

Assim sendo, com a devida vénia, parafraseando Almada Negreiros dir-vos-ei que "quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só falta uma coisa - salvar a humanidade".

Portanto, deixemo-nos de cortesias e vamos ao essencial: O que estão VEXAS a pensar fazer? A mim não me chega as cortesias. O problema não está no que se faz, mas no como se faz e no que fica por fazer. No exercício da minha cidadania exijo que sejam claros, rigorosos e transparentes . Será que estão à altura da minha exigência?

3 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Tiazoca;

Na 'mouche'!

AFS disse...

Belo post, Tiazoca.
Uma exigência que é de todos nós.

Clotilde Moreira disse...

Tiazoca,
"Eles não sabem nem sonham..." como se sai da crise.
Clotilde