BOM AUGÚRIO
O ano de 2009, que se avizinha, será de festa no concelho de Oeiras. A motivação é a comemoração dos 250 anos da sua autonomia administrativa, isto é, da elevação do lugar à categoria de vila e, concomitantemente, à constituição do município. A data é relevante – um marco que funciona como uma certidão de nascimento ou de alforria.
Consciente deste magno valor simbólico, a câmara anunciou o propósito de estender a comemoração a todos os meses do ano, ultrapassando o hábito de assinalar o acontecimento confinado, anualmente, ao período de cerca de 20 dias em torno de 7 de Junho. No entanto, não obstante nos encontrarmos à beira de Janeiro, o que se presume constituir um maciço e diversificado programa ainda não foi divulgado. Já tarda! E não se apresenta uma razão para tal. Apenas circulam hipóteses e muito pouco de concreto. Há pois que desbloquear a informação e fazê-la sair do Olimpo, do “segredo dos deuses”, e ganhar a rua.
Até agora, apenas uma ponta da cortina de silêncio se entreabriu, deixando passar um raio de luz. Quem cometeu a “indiscrição” foi a agenda cultural 30 Dias, na edição deste mês de Dezembro. E fomos colhidos de surpresa. Finalmente, vinha a lume, de fonte segura, oficial, algo de concreto. A informação já não radicava em hipóteses ou opiniões que, por ausência de comunicação, circulavam – e continuam a circular. Foi criada uma elevada expectativa e o silêncio propícia a especulação. Esta só cessará com a divulgação integral do programa, que urge.
Este raio de luz veio divulgar que, durante o ano de 2009, será realizado o ciclo de conferências “10 Luzes num Século Ilustrado”, no auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras. Trata-se de conferências sobre o Iluminismo, numa evocação do pensamento dominante no século XVIII, em que Oeiras “nasceu”.
Não só pelos temas agendados mas também pela reconhecida qualidade cultural dos conferencistas esta iniciativa atingirá, de certo, uma elevada craveira. Nela participarão prestigiados homens de cultura quer estrangeiros, como George Steiner, Umberto Eco e Manuel Castells, quer nacionais, como José Barata Moura, Mário Soares, Olga Pombo, Eduardo Lourenço, Alexandre Quintanilha, Gonçalo Ribeiro Teles e Luís Miguel Cinta.
A realização agora divulgada constitui, sem dúvida, um bom augúrio para o programa que irá “atordoar” Oeiras em 2009.
Jorge Miranda
jorge.o.miranda@gmail.com
O Oeiras Local agradece ao Autor e ao Jornal da Costa do Sol a cedência do artigo e à revista municipal Oeiras Actual o uso da foto.
10 comentários:
Divulgue-se o Programa.
Caro Jorge Miranda;
A lista dos Conferencistas é de peso. Vou ficar atenta.
Abraço
I.
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Urge divulgar o programa completo das 'festas', para podermos ir preparando as nossas agendas, nomeadamente tendo em conta eventos já programados e atempadamente anunciados por outros agentes culturais (Espaço e Memória, p.ex.).
Aqui só para nós, acho inadmissível um atraso destes.
É de bom tom e demonstra rigor, planeamento, competência e organização, que programas para um determinado ano sejam, o mais tardar, divulgados no último mês do ano anterior. Mas enfim...
Sobre a conferência, será que é desta que vou conseguir ouvir um dos meus autores preferidos, e com quem muito tenho aprendido sobre Comunicação e Semiótica, U. Eco? A ver vamos...
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para o espaço??????
droga....azar o meu....queridíssima I.
QUE É FEITO DOS TEUS espaços????
:((((((
saudades....
sempre....
Pianíssima;
Os meus espaços andam um bocado votados ao ostracismo... com excepção deste (o meu tempo anda cada vez mais curto...).
E reafirmo... saudades... Muitas! ;)
Eu diria que este é o mandato dos anúncios.......e das divulgações....
A curiosidade mata-me. Eu quero mesmo ver o programa das festas.
A ser verdade, tiro o meu chapéu !
Mas a tiazoca é uma optimista céptica portanto, manda o bom senso,esperar para ver.
Boa informação.
Ainda a propósito dos 250 anos de Oeiras, o 30DIAS de Janeiro, levanta (mais) umas pontinhas do véu:
– no editorial que o Presidente assina;
– no(s) destaque(s) dedicado(s) (em exclusivo) a “Celebrar Oeiras”, anunciando a sua tripla dimensão – Relembrar o Passado, Viver o Presente e Projectar o Futuro – e os quatro eixos fundamentais – Oeiras Pombalina, Encontro de Culturas, Oeiras I&D e Descobrir Oeiras, para os quais anunciam-se quinze eventos nucleares (ainda sem data, embora um deles já tenha bilhetes à venda, em http://www.offf.ws);
– na apresentação da primeira conferência do ciclo “Dez Luzes num Século Ilustrado”, com José Barata Moura a falar sobre Kant e as Luzes;
- e em dois artigos inspirados no tema, um sobre o Marquês de Pombal e outro sobre “os primeiros paços do concelho”.
Talvez seja insuficiente para começar o ano e alguns já quisessem ver algo mais consistente, a exemplo do que se vê em http://aveiro250anos.com, onde Aveiro, sem ofensa mas aquém de ser uma cidade que marque o ritmo, vai mais à frente na celebração dos (seus) 250 anos. E confronte-se com o que está em http://www.cm-oeiras.pt (clicar no logo Oeiras 250 Anos, na coluna da esquerda).
E acredito que, pelo andar da carruagem, a outros isto possa parecer uma festa de aniversário para a qual, aproveitando o desconchavado mote, “nós” (ainda) não fomos convidados por “eles”. Mas será que “eles” podem fazer a festa sem “nós”? Ou “eles” fazem a festa, deitam os foguetes, e “nós” apanhamos as canas? Pão e circo, outra vez. Ou mais circo e menos pão. Ou com papas e bolos se enganam os tolos. De certeza que não vão faltar os foguetes, e “nós”, no dia do juízo final (ou das eleições), vamos bater palmas à obra feita, como sempre fizemos.
Por isso, e antes que alguém diga que apenas se critica e não se apresentam propostas, deixo a sugestão a todos aqueles que estão preocupados com o que a Câmara Municipal de Oeiras não anunciou, não faz ou não vai fazer, ou vai fazer assim ou assado. Metam mãos à obra e celebrem à vossa maneira. Ocupem o espaço público e façam coisas – peguem nas bicicletas (e nas pernas), levem as famílias, os amigos e os vizinhos e vão passear, projectem fotografias nas fachadas dos prédios, desdobrem lençóis e mostrem filmes, estendam cordel entre árvores e nas vedações e exponham fotografias presas com molas, escrevam poemas, tirem fotocópias e distribuam à entrada das escolas, nas estações de comboio, nos pára-brisas dos carros, contem histórias, plantem legumes e flores em espaços abandonados, organizem piqueniques, noites de fado e bailes, ipod battles, feiras de trocas de tudo o que têm a mais, criem sites e blogues. Divulguem as vossas actividades. Mostrem o que está mal e o que está bem. Apresentem propostas e soluções. Estudem, aprendam, ensinem, inventem, encontrem-se, discutam e divirtam-se. Qual foi a última coisa que se fez neste concelho sem a Câmara Municipal? Não precisamos de esperar pelo Estoril Open, pelo Mexa-se na Marginal ou pelo Oeiras Alive.
Veja-se o exemplo de algumas Capitais Europeias da Cultura ou outros grandes eventos, onde surgiram programações paralelas, independentes e alternativas mostrando outra(s) face(s) da realidade, muitas vezes virtual, em torno da qual se programam estas iniciativas.
Se as comemorações oficiais se desenham e decidem no recato dos gabinetes e em salões, durante jantares e entre fumo de charutos e palmadinhas nas costas (quentes), nada impede que aqui e/ou noutro lado qualquer se possa abrir uma nova frente. Tal como em Nova Iorque, a Broadway tem um off-Broadway e um off-off-Broadway, também Oeiras 250 Anos pode acomodar um outro programa de comemorações fazendo deste ano um momento de afirmação cívica. E não precisamos de esperar mais 250 Anos. Podemos começar hoje.
PS. E no dia 1, foi inaugurado um pato... perdão, um cisne (metálico) no jardim de Miraflores. Por falar nisso, como estamos de casa-de-banho e de bar de apoio?
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Caro visitante desconhecido (6 de Janeiro de 2009 19:19),
Não vou comentar tudo o que diz, pois isso obrigar-me-ia a um comentário demasiado extenso que não se justifica.
Digo apenas que com algumas coisas concordo, com outras não, e outras há que merecem aprofundamento. Como é o caso da ideia, em parte correcta, de que em Oeiras nada se faz sem a presença da CMO. À qual acrescento as juntas de freguesia. A resposta é simples e prende-se habitualmente com questões estratégicas e de logística, que podem ser disponibilizadas por tais entidades, aliás uma das suas responsabilidades e competências, aspectos mais difíceis de gerir por quem quiser promover alguma iniciativa, e que frequentemente esbarram contra barreiras intransponíveis.
Seja como for, aproveito para lhe indicar uma iniciativa direccionada para as comemorações dos 250 Anos de Oeiras, um Ciclo de Conferências, em preparação pela Espaço e Memória - Associação Cultural de Oeiras, cujo programa previsional, que inclui outras iniciativas, pode ser consultado no blog da Espaço e Memória, blog este que recentemente operacionalizei, justamente para entrarmos neste ano comemorativo com mais um veículo de comunicação com a população oeirense.
O endereço é o que segue:
http://espacoememoria.blogspot.com/
Desejo que a visita lhe seja agradável e nele encontre motivo para voltar.
Cumps
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