sábado, 23 de maio de 2009

Tratolixo: 2,5 milhões para remover resíduos



Empresa vai tratar da remoção de toneladas de lixo acumulado na estação de tratamento de Trajouce


A Tratolixo vai gastar mais de 2,5 milhões de euros na remoção de toneladas de lixo acumulado na estação de tratamento de Trajouce, cujos solos terão sido contaminados estando ainda a ser avaliada a sua perigosidade, avança a agência Lusa.

O presidente do conselho administrativo da Tratolixo, Domingos Saraiva, afirmou esta sexta-feira à agência Lusa que foram encontrados nos terrenos cerca de «150 toneladas de resíduos» acumulados há vários anos e cuja perigosidade ainda está a ser avaliada.

«Detectámos esse problema e naturalmente que mantivemos as autoridades ambientais informadas do processo», referiu, acrescentando que a solução encontrada pela empresa para a retirada do lixo poderá custar entre 2,5 e 10 milhões de euros.

A verba envolvida está dependente do grau de dificuldade da operação e do tipo de resíduos ainda a ser avaliados.

«Os resíduos terão que ser confinados nalgum local, numa cela previamente licenciada para isso. Os resíduos perigosos, se detectarmos alguns e esperemos que não, serão encaminhados para as soluções que neste momento já existem em Portugal e que até há pouco tempo não existiam: tratamento local para resíduos perigosos», disse.

A necessidade de expandir a estação de tratamento de Trajouce e de construir uma nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) no local levou a empresa a iniciar um plano de intervenção, no qual, na sua fase preparatória detectou a presença destes resíduos nos terrenos, situados entre a antiga lixeira de Cascais e um aterro já encerrado.

«Quando estávamos a analisar e a iniciar os briefings necessários ao desenho do novo plano director detectámos que havia terrenos que manifestavam possuir alguns problemas que obrigam a uma intervenção mais profunda», explicou Domingos Saraiva.

Estação de tratamento mecânico-biológica

De acordo com o responsável, os resíduos contemplam detritos de origem calcária, de terras, de parte de composto e outros materiais como restos de obras que, durante anos, foram instalados naqueles terrenos tendo provocado lixiviados (resíduos líquidos que resultam da oxidação do lixo).

Domingos Saraiva referiu que já foram encontradas as medidas para solucionar o problema e que da parte dos accionistas da Tratolixo - Câmaras de Sintra, Cascais, Oeiras e Mafra - «há instruções rigorosas para que a empresa proceda, no mais curto espaço de tempo possível, à aplicação destas soluções».

O responsável garante que a Tratolixo vai dar início a «um estudo hidrológico para tentar observar se também a nível de águas subterrâneas existem problemas que exijam igualmente uma intervenção desta complexidade».

«No nosso projecto de expansão prevemos a construção de uma nova ETAR, pois a que temos está ultrapassada, que dará resposta à recuperação de alguns lixiviados que possam estar a ser produzidos pelo próprio aterro», reforçou.

«Neste momento, tecnicamente a situação está bem definida e é uma questão de tempo para que se possam executar os projectos. A expectativa é que no prazo de 6 a 8 meses possamos ter os resíduos confinados numa cela indicada para isso, em aterros, numa perspectiva de descontaminação daqueles solos», adiantou.

As medidas surgem numa altura em que a empresa pretende expandir a capacidade de tratamento de resíduos, uma vez que, segundo adiantou Domingos Saraiva, a estação de Trajouce foi construída há 19 anos como uma das soluções tecnológicas mais avançadas para a época, mas agora encontra-se ultrapassada.

«Esta unidade viveu estes anos todos e tecnologicamente envelheceu. É uma estação de tratamento mecânico-biológica de primeira geração e que tem problemas na sua degradação», disse.


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