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O Octógono situado na Rua Desembargador Faria, singelo edifício que pertenceu à Quinta do Marquês e que até há pouco tempo foi Posto de Turismo de Oeiras — este mudou, ao que julgamos saber, para o Oeiras Parque (A) —, o Octógono dizíamos, é uma agradável caixinha de surpresas.
Quem passa pela rua e olha para ele não imagina que, passando o seu portão de acesso, logo à direita, existe um outro portão pelo qual se desce por uma escadaria, com uma pequena mas bonita fonte com uma mini-cascata, a meio.
Através desta escadaria acede-se a um aprazível recanto colocado por sobre o Jardim Municipal e com vista para este.
Este recanto contém uma outra fonte também com uma pequena cascata, cuja água, engenhosamente, parece brotar por magia da própria rocha.
Tem, além disto, árvores, alguns bancos e duas estátuas a decorá-lo. É sobre estas estátuas que nos debruçamos.
São duas estátuas modestas, colocadas no chão e em tamanho natural. Apesar de não serem nenhuma obra-prima da estatuária, não deixam por isso de ser dois interessantes e bonitos exemplares, que fazem companhia a quem ali queira passar uns momentos de relaxe sentado à sombra a ouvir a água correr nas fontes e a desfrutar da vista sobre o Jardim, infelizmente - mas é assim -, vista algo prejudicada pela ocupação do antigo Picadeiro pelo actual parque de estacionamento que ali assentou praça.
Confessamos que o nosso limitado saber é insuficiente para identificar as personagens representadas pelas estátuas. Talvez alguém queira dar uma ajuda.
O aspecto muito negativo, sobre estas estátuas, é que elas estão horrendamente danificadas e mutiladas duma forma que não acreditamos natural (chuva, vento, humidade). Será que já estariam assim, ou quase assim, quando ali foram colocadas? Desconhecemos e achamos duvidoso. Não compreendemos é o que levou alguém a mutilar aquelas estátuas. É deveras lamentável. Veja-se o que fizeram às pobres coitadas:
Alguém saberá o porquê - quem o fez sabe de certeza.
Temos suspeitas. Não de quem o fez, mas de quem, sem escrúpulos e apenas na mira do lucro, encomenda trabalhinhos destes...
Actos de vandalismo assim não dignificam Oeiras e os Oeirenses, e os responsáveis deveriam ser punidos. Sugerimos amarrá-los às estátuas e dar-lhes umas valentes cachaporradas no lombo...
post scriptum: Em calhando, quem sabe? é intencional estarem e deixarem-nas assim, para dar um ar de antiguidade... que ele há malucos para tudo...
(A) Oeiras Parque, que deve ser, na perspectiva da autarquia, um sítio considerado muito mais acessível para os turistas. Contestamos a ideia na medida em que achamos que os turistas (estrangeiros), se o Oeiras Parque está perto da auto-estrada, os turistas dizíamos, chegam ao Concelho sobretudo de comboio, parecendo-nos a Estação de Oeiras ou o Centro Histórico da Vila, ou mesmo o Porto de Recreio, o local mais adequado para a sua instalação. Mas quem somos nós para saber seja o que for? Eles é que sabem...
fotografias: 5 Março 2008, 16:39-16:54 © josé antónio / comunicação visual - CLIQUE PARA AMPLIAR
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7 comentários:
Olá Jose António
Belo trabalho, mais uma vez. Creio que estamos a falar da Quinta da Arriaga. Esta senhora foi contemporânea de Pombal e privou com D. Maria I. O octógono parece dialogar com o complexo do Palácio e Quinta do Marquês.
Talvez possamos saber pelo Dr. José Meco algo sobre as estátuas e sua importância.
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Caro Fernando Lopes,
Obrigado pelos encómios que, como de costume, considero um exagero.
Foi apenas uma simples recolha de imagens.
Quanto à Quinta do Arriaga (conheço-a designada no masculino), estou de acordo.
Estes terrenos pertenciam-lhe de facto.
Talvez as estátuas também lhe pertencessem, quem saberá ?
Parecem-me típicas estátuas decorativas de jardins de buxo.
Abraço
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J;
Tems que me 'levar' à Quinta do Arriaga. :)
Do post e das fotos gostei muito. Como sempre.
Lembra-me de te aumentar o ordenado! ;)
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I.
errata:
'tens', obviamente.
Obrigado pelo artigo, ora aí está algo que desconhecia, e logo na Freguesia onde nasci.
Meu caro J António...não são encómios e também não sei se é meu costume...mas lá que merece...merece (acho eu). Fiquei satisfeito por saber que lhe vão aumentar o "ordenado".
Já agora...é mesmo "da Arriaga". Esta senhora herdou do marido o nome, como era normal, mas sobreviveu-lhe muito tempo e associou-se o seu nome feminino (que diabo não pode ser estranho, até porque amanhã é o dia da mulher)porque ela reunia a fina flor da época na sua casa. Foi intima de D. Maria, mas não a acompanhou para o Brasil (é verdade fazem hoje 2oo anos da chegada)e deixou o património a um sobrinho. mas, segundo diversos autores, entre os quais o Dr. Jorge Miranda, é da Arriaga...e pronto!
Como todos sabemos a palavra do Jorge Miranda faz Fé!
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