quinta-feira, 16 de Julho de 2009 19:02
O ex-presidente do PSD Marques Mendes disse hoje que, à semelhança do que defendeu em 2005, continua a considerar que Isaltino Morais "não tem condições de credibilidade indispensáveis a uma candidatura política".
"Considerei então e continuo a considerar hoje que o doutor Isaltino Morais não tinha nem tem condições de credibilidade indispensáveis a uma candidatura política", declarou à Agência Lusa Marques Mendes, após o seu nome ter sido hoje mencionado pelo presidente da Câmara Municipal de Oeiras, que acusou o Ministério Público (MP) de ter sido “permeável a certas influências do PSD” ao longo do julgamento em que o autarca é arguido.
À saída do julgamento, Isaltino Morais escusou-se a concretizar as acusações, mas adiantou aos jornalistas que “todos se recordam do que Marques Mendes disse” acerca dele quando assumiu a candidatura à Câmara de Oeiras.
Reagindo às declarações do autarca, Marques Mendes referiu à Lusa que, ao contrário do que foi dito, nunca teve "qualquer contacto com o MP sobre este assunto".
"É completamente falso por isso mesmo que tenha feito qualquer pressão. Verdade sim é a decisão que tomei em 2005 de impedir que o doutor Isaltino Morais fosse candidato do PSD", vincou o ex-presidente do PSD, acrescentando: "Dessa decisão não me arrependo. Se voltasse atrás, voltaria a fazer o mesmo".
Marques Mendes reiterou ainda que Isaltino Morais continua a não reunir condições de credibilidade indispensáveis a uma candidatura política, seja à Câmara de Oeiras ou outra.
Nas alegações finais do Ministério Público, a 9 de Julho, o procurador Luís Eloy pediu a condenação do autarca de Oeiras a uma pena efectiva de prisão superior a cinco anos e a inibição de exercício de cargos públicos durante o mesmo período de tempo.
Na quarta-feira o advogado de Isaltino Morais pediu ao colectivo a absolvição de todos os crimes imputados ao autarca, e criticou o MP, considerando que este processo “foi uma tentativa de assassinato cívico e político”.
Neste processo estão ainda envolvidos a irmã do autarca, Floripes Almeida, acusada de branquear capitais, o jornalista Fernando Trigo, acusado de branqueamento e participação em negócio, e os empresários Mateus Marques e João Algarvio, acusados de crimes de corrupção activa.
O colectivo de juízes marcou para 3 de Agosto a leitura do acórdão.
Diário Digital / Lusa