Um ponto de encontro. Um espaço de cultura. Um local onde falamos do concelho de Oeiras, de Portugal e do Mundo.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
FELIZ 2009!
blog Espaço e Memória
Caros, há algum tempo afastados deste espaço por motivos alheios à nossa vontade, regressamos hoje ao Vosso convívio com uma novidade que esperamos seja do agrado de todos.
Está online o novel blogue da Espaço e Memória - Associação Cultural de Oeiras.
Como sabem a Espaço e Memória dispunha já dum site que está AQUI, neste momento em fase de desenvolvimento e actualização.
O blogue que criámos é mais uma ferramenta para o nosso trabalho de divulgação da Espaço e Memória e das múltiplas actividades por esta associação desenvolvidas e a desenvolver.
Endereçamos assim a todos Vós o convite para que visitem o nosso novo espaço de convívio.
Esperamos que nele encontrem motivo de interesse, que a ele voltem regularmente para se irem mantendo informados das actividades que vamos desenvolver e, porque não, que o mesmo seja um incentivo para participarem nos eventos que promovemos e mesmo para se associarem a nós.
Quaisquer contactos e pedidos de esclarecimentos poderão ser feitos no próprio blogue através do email disponibilizado para o efeito.
Para aceder a este novo espaço copie e cole este endereço: http://espacoememoria.blogspot.com/
Ou clique AQUI
Desejamos a todos um Próspero 2009 !!
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Na minha estante
O humanismo é a nossa única - eu atrever-me-ia inclusivamente a dizer 'a nossa última e decisiva'- resistência às práticas inumanas e às injustiças que desfiguram a história humana."
Um discurso pesado
Director Operacional de Canais SIC
opiniao@sic.pt
“A qualidade da nossa democracia sofreu um sério revés”. O estatuto foi aprovado por “razões meramente partidárias”. “Está em causa uma questão de lealdade entre órgãos de soberania". “É uma situação absurda”. Citações como estas não costumam fazer parte das mensagens que um Presidente da República faz ao país. Desta vez fizeram porque Cavaco Silva entende que a aprovação do Estatuto dos Açores levanta um precedente gravíssimo.
Esta questão é pouco relevante para o país. Mas não será irrelevante para as relações entre Belém e São Bento. A lealdade foi posta em causa e isso, normalmente, não se esquece. Vamos ter, seguramente, meses agitados entre o Presidente e a maioria socialista.
P.S. Quando, daqui por uns meses, o Tribunal Constitucional disser que o Estatuto está mal feito, o que é que o PS vai dizer?
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Avaliadora avaliada
Porque a realidade excede os meus dotes ficcionais, esta Ficha de Avaliação da Doutora Maria de Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação, assenta nos critérios seguidos pelo seu Ministério incluindo, a terminologia usada na avaliação de docentes, o número de alíneas e a bitola de classificação.
Níveis de Pontuação: Mínimo 3, máximo 10.
A - Preparação e execução de actividades.
A - 1 Correcção científico-pedagógica e didáctica da planificação.
Classificação obtida - Nível 3
(Não efectuou as reformas previstas no Programa do Governo por falta de trabalho preparatório. As cenas de pugilato, luta greco-romana e intimidação por arma de fogo simulada nas áreas que lhe foram confiadas vão originar um aumento significativo da despesa pública com a contratação à Blackwater (por ajuste directo) de um mercenário israelita por cada sala de aula e dois nas salas dependentes da DREN).
A - 2 Adequação de estratégias.
Classificação obtida - Nível 3
(Não definiu linhas de rumo nem planos de acção que permitissem concretizar a missão delineada, usando como benchmarking nacional os parâmetros seguidos no sistema educativo da Faixa de Gaza.)
A - 3 Adaptação da planificação e das estratégias.
Classificação obtida - Nível 3
(Não obteve eficácia aferível em três anos de actividade, consumindo no processo a maior parcela de verba pública atribuída a um Ministério. Insistiu em manter o organograma dos seus serviços (em particular da DREN) inspirado no modelo das Tentações de Santo Antão de Jeronimus Bosh).
A - 4 Diversidade, adequação e correcção científico-pedagógica das metodologias e recursos utilizados.
Classificação obtida - Nível 3
(A observação empírica dos resultados é indiciária de um inadequado e/ou incorrecto aproveitamento de recursos disponibilizados em sucessivos Orçamentos de Estado em tal monta que fazem o BPP parecer uma operação rentável. Adicionalmente, o seu Ministério atingiu tal desordem que faz a Assembleia Geral do Benfica parecer um retiro de monges Cartuxos).
B - Realização de actividades.
Classificação obtida - Nível 3
(A avaliação conclui que à incapacidade da avaliada na "promoção de clima favorável" se junta a insuficiência de valências de conhecimentos gerais essenciais, como o atesta a confusão que fez a 23 de Junho de 2005 pp. em entrevista televisionada, falhando na distinção entre "República" e "Governo da República". Isto deu novas dimensões ao Estatuto da Autonomia dos Açores e inspirou o Chefe do Estado a crescentes afrontas à vontade do Parlamento com graves e desgastantes consequências para o executivo.
Nas secções C e D da Ficha de Avaliação do Ministério da Educação, nos quatro subgrupos, a avaliada obteve oito classificações de Nível 3, pelo que, feita a média aritmética dos dezasseis parâmetros cotados lhe é atribuída a classificação geral de Insuficiente. Recomenda-se que sejam propostas à Doutora Maria de Lurdes Rodrigues as seguintes opções: integrar o quadro de mobilidade especial até colocação em Baucau; frequentar um curso das Novas Oportunidades e/ou filiar-se no Movimento Esperança Portugal; aceitar o 12º lugar na lista de espera para o próximo Conselho de Administração da FLAD; frequentar o curso de formação do INA - Limites da Autonomia Regional; ser animadora de As Tardes de Maria de Lurdes na RTP África; integrar a quota ainda disponível para antigos executivos socialistas na Mota Engil, Iberdrola ou BCP
E em Oeiras quem paga?
E a CMO vai pagar ou não ?
domingo, 28 de dezembro de 2008
Umas ajudas ao Senhor Sócrates
Isto está mal, mas se o Senhor começar realmente a consertar pelo princípio talvez a crise seja superada e nos tornemos um exemplo na Europa.
Primeiro a terra: apadrinhe as iniciativas de cultivo da terra e patrocine redes de recolha dos produtos e a sua venda nas cidades. Por exemplo: acabe com a importação da laranja do Uruguai e dê lugar à laranja algarvia que apodrece no chão (José Júdice – Pública 21/9). E as batatas da nossa província?
Depois injecte os milhões que anda a oferecer aos bancos no preenchimento da falta de pessoal que existe nas escolas – contratação de auxiliares de educação e de professores diminuindo o número de alunos por turma o que ajudaria a relação aluno/professor/escola … Há falta de médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal auxiliar nos nossos hospitais. Ah! Olhe, até falta pessoal nos Museus. Precisamos que os quadros das Forças de Segurança tenham mais efectivos.
Na área dos transportes há necessidade de melhores e mais alargados meios de ligação para não deixar tão isoladas pequenas aldeias e lugarejos.
Muitos outros exemplos poderão ser dados para a promoção do emprego e da sua estabilidade. Com um salário seguro muitos portugueses iniciarão uma nova família. Outros poderão comprar todos os dias um pouco mais de alimentos e outros aventurar-se-ão em novos empreendimentos e, como uma boa bola de neve, as coisas boas irão crescendo.
Olhe Senhor Sócrates: decrete horários humanos para que as pessoas tenham possibilidade de, nos seus tempos livres, usufruírem do trabalho de outros e, sempre rolando e interligando criaremos riqueza gastando com uns o que ganhamos com outros.
Pergunte (Rui Tavares, Público de 17/12), informe-se. Há muitas sugestões e a maior parte bem simples de concretizar. Se precisar de mais ideias pergunte às donas de casa portuguesas, tão treinadas em esticar ordenados. Deixe de lado a globalização e concentre-se nos homens e mulheres da nossa Terra, no seu direito ao trabalho, ao salário, enfim, à felicidade.
Clotilde Moreira – Algés
sábado, 27 de dezembro de 2008
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Coisas de Algés - XXXII
estão a colocar semáforos na linha do eléctrico sentido Cruz-Quebrada/Algés, junto à entrada do Jardim de Algés, perto da entrada para a bomba de gasolina, que, penso, irão estar em sintonia com os colocados para peões, na entrada da Av. dos Combatentes.
Já lá passei várias a pé e de carro vindo do Dafundo e fiquei um bocado baralhada: é que em frente dos semáforos para informar os carros que vêm da Cruz-Quebrada, está uma placa azul a indicar que há passagem de peões a qual tapa as luzes dos semáforos para os carros.
Estes semáforos também me estão a fazer confusão: se há semáforos – até com botão – para os cidadãos é preciso estar uma placa a indicar que há passagem marcada para peões?
Outro pormenor é que esta passadeira bem como a da entrada da Av. dos Combatentes estão pintadas ao “alto” às riscas brancas largas - pormenor que se usa quando não há semáforos e indica prioridade aos peões. Quando há semáforos o espaço é delimitado por duas riscas brancas horizontais paralelas. Ou é porque os semáforos não vão estar a trabalhar todos os dias e assim já fica tudo "previsto"?
Um pequeno pormenor: os passeios onde se apanha ou sai do eléctrico ficaram afastados da porta dos mesmos, dificultando os carrinhos de compras e as cadeirinhas de bebé. Podiam ter medido um pouquinho melhor e seria uma única superfície.
2 – O Combus continua quase… quase vazio aqui em Algés (lembram-se do Lés-a-Lés que andava cheio?) As paragens não têm qualquer indicação de horário… ele passa de hora… a hora. Para quando o tal ajusto que dizem que andam a estudar?
3 - A Ribeira desde sábado último tem sido alvo de acções de corte de ervas e canas; está mais arejada. O parque de estacionamento é que continua vazio. Para quando um tarifário adequado às necessidades de estacionamento de meias-horas (por exemplo) como acontece nos outros parques? Porque se tem de pagar ou um dia ou uma noite? Também estão ainda a estudar?
Coisas de Algés deseja um ano de 2009 cheio de pequenas coisas boas!
Uma prenda para Oeiras
Continuam a existir muitas reclamações referentes aos horários, aos percursos, à falta de transportes no Município de Oeiras.
A Câmara diz, com frequência, que a responsabilidade é da Administração Central, concretamente, do Instituto da Mobilidade dos Transportes Terrestres e que a Autarquia apenas pode sensibilizar a transportadora existente – VIMECA – para as reclamações que recebe.
Porém se a Autarquia – apesar do número de casas vazias – continua a promover, a aprovar e a apadrinhar a construção de urbanizações e imóveis em zonas cada vez mais alargadas – veja-se os “bairros sociais” para onde são empurradas tantas famílias – deve promover e assegurar as necessárias ligações.
Conforme é obrigatório para aprovação das novas construções, conhecer as redes de água, esgotos e luz, também devia tornar-se obrigatório assegurar uma correcta rede de transportes, pois, muitas vezes, a distância destes aglomerados e a falta de transportes transforma-se numa barreira à aceitação de ocupações
A Autarquia anulou alguns ensaios de transportes locais (bastante utilizados) substituindo por um Combus que, de hora a hora, passa praticamente vazio prometendo (sempre promessas) que estão a estudar melhorias (?). E, se neste Natal, como prenda, houvesse um verdadeiro empenhamento da Autarquia em assegurar uma rede de transportes necessária a uma fácil mobilidade?
Maria Clotilde Moreira / Algés
O menino guerreiro está a passar por aqui
Opinião
Ricardo Araújo Pereira
Com a escolha contrariada de Santana Lopes, Ferreira Leite parece uma editora de livros que, por si, só publicaria Dostoiévski, mas que se vê forçada a lançar as obras completas da Corín Tellado porque o populacho (...) gosta daquilo
A escolha de Pedro Santana Lopes para candidato à Câmara Municipal de Lisboa coloca um problema ao eleitorado: qual é o PSD que os portugueses preferem? O PSD populista e demagógico de Luís Filipe Menezes, que aposta em Santana Lopes para cargos importantes, ou o PSD sério e credível de Manuela Ferreira Leite, que aposta em Santana Lopes para cargos importantes? Falta-me subtileza política para os distinguir, mas talvez prefira o primeiro, que tem aquela franqueza dos rústicos.
O PSD sério e credível parece-me um pouco dissimulado, mas talvez esse seja um requisito indispensável a quem pretende ser sério e credível em política.
O mais interessante no menino guerreiro, para além do facto de, segundo diz a canção, ser uma pessoa que também deseja colo, palavras amenas, carinho e ternura, e precisar de um abraço da própria candura, o que parece ser difícil de executar, é a circunstância de Pedro Santana Lopes ser o anti-Pacheco Pereira. Pacheco e Santana são o rigoroso inverso um do outro. As direcções do partido que respeitam Santana Lopes, apostam nele; as que não o respeitam apostam mais ainda. Foi vice-presidente do PSD no tempo em que o presidente era um homem que o definia como, e cito, «um misto de Zandinga e Gabriel Alves». Agora é apontado como candidato a presidente da maior câmara do País, quando o partido é presidido por uma pessoa que afirma publicamente ter repugnância em votar nele. Quanto a Pacheco Pereira, é igualmente ignorado pelas direcções que critica e pelas que apoia. É, aliás, curioso que Pacheco Pereira seja um comentador tão respeitado no País e tão desconsiderado no PSD. O sítio de Portugal em que as opiniões de Pacheco Pereira são menos valorizadas é o partido de que ele é militante. Há-de haver uma razão quântica que explique o motivo pelo qual Pacheco Pereira consegue ser um analista perspicaz em todo o lado, menos na Rua de São Caetano à Lapa.
Com a escolha contrariada de Santana Lopes, Ferreira Leite parece uma editora de livros que, por si, só publicaria Dostoiévski, mas que se vê forçada a lançar as obras completas da Corín Tellado porque o populacho, lamentavelmente, gosta daquilo. Ela não lê, mas se as pessoas compram, vê-se forçada a dar ao público o que ele quer. Há ainda a teoria segundo a qual Ferreira Leite oferece o cargo a Santana para reduzir o espaço de manobra à oposição interna.
O problema é que, se Santana ganhar, será ele o vencedor; se Santana perder, a derrotada será Ferreira Leite. Toda a gente já percebeu que Santana nunca perde. Ou ganha, ou passa a andar por aí. Derrotas, não há notícia de ter sofrido.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
O Milagre da Vida
Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.
Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
domingo, 21 de dezembro de 2008
Tudo como dantes, nada como dantes
A TURBULÊNCIA FINANCEIRA que atravessou o mundo e está longe de se dissipar, já provocou a mais completa série de verdades definitivas e sobretudo contraditórias. Têm de comum o disparate e a inabalável certeza dos seus autores. “Marx tinha razão”; “É o fim do capitalismo”; “Acabou a hegemonia americana”; “Nada será como dantes”; “O Estado tem de tomar conta da economia”; “Vão mudar os padrões de consumo”... Em sentido contrário, também temos: “O capitalismo vai recuperar”; “A iniciativa privada vai ultrapassar a crise”; “Vamos refundar o capitalismo”; “A crise gera novas oportunidades de negócio”; “A União Europeia vai liderar a recuperação das economias”... Sem comentários.
Mais uma vez, anuncia-se um “novo paradigma”. Não se sabe o que quer dizer, mas é “chique”. E misterioso. Mais poder político? Mais supervisão e regulação? Mais justiça? Mais ética? Novos padrões de consumo? Mais Estado? As únicas certezas são o menor crescimento, o desemprego e a redução do conforto. O resto é uma incógnita. Até porque as mudanças de comportamentos demoram décadas. E as mudanças de leis e de instituições exigem políticos e legisladores à altura, com autoridade e legitimidade. O que também é uma incógnita.
A regulação falhou. É o que todos dizem, menos os reguladores. Convinha saber por que falhou a regulação. Os vigaristas têm meios mais sofisticados. Os reguladores, a justiça e as polícias estão atrasados. Estas são as razões superficiais. Mas há outras. Os reguladores e os políticos conhecem intimamente os especuladores e os predadores. Não só se conhecem, como se estimam e convivem. Têm mesmo, simultânea ou sucessivamente, interesses comuns. O triângulo formado pelos políticos, os reguladores e os especuladores constitui um percurso pessoal que muitos fazem airosamente nas suas carreiras. Muitos políticos e muitos reguladores consideram que os predadores e os especuladores têm o direito de se entregar às suas actividades, de operar no mercado livre, de ter sucesso e de vencer nos negócios. Se é verdade que houve Estado a menos, também é certo que Estado a mais não é a resposta. Pois o Estado é... os políticos!
POR UMA VEZ, os políticos deste mundo não parecem ser os principais responsáveis. Mas não estão isentos. Falharam na regulação, na fiscalização e na inspecção. Falharam na justiça, na investigação e na penalização. São, frequentemente, parceiros, cúmplices e amigos dos bilionários e dos predadores. Os governos, a começar pelo português, têm dado lições inesquecíveis que todos os manipuladores do mercado usam como inspiração. Mentira, leis retroactivas, mudança inesperada de regras, intrusão na vida privada dos cidadãos, instabilidade fiscal, falta de cumprimento de cláusulas contratuais, adjudicações de favor, licenças sem concurso público, favoritismo e nomeações de altos dirigentes por confiança partidária, tudo tem justificação, tudo se explica pela necessidade de vencer, de crescer e de ganhar eleições. Os políticos, tanto de esquerda como de direita, contribuíram decisivamente para a criação deste clima doutrinário e espiritual. O poder político, entre nós como no resto do mundo, não revelou ter padrões morais superiores aos dos predadores. Não mostrou ser mais digno de confiança. Não garantiu que impede a promiscuidade e o livre enriquecimento dos políticos. Não tornou evidente seguir uma regra ética superior à que tem guiado os especuladores e seus amigos.
As doutrinas da força, do líder, da vitória, do condicionamento da informação e da propaganda impuseram a “visão” positiva” do mundo e das coisas, consagraram o “optimismo” como dogma de atitude. Os que duvidam foram definitivamente arrumados na categoria de pessimistas e frustrados. A ideologia do sucesso, a qualquer preço, com qualquer lei, domina a cena pública há anos. As ideias, os valores e as normas que regem a vida dos capitalistas e dos gestores responsáveis pelas crises e pelas fraudes são o resultado de uma consolidação doutrinária e moral com meia dúzia de décadas.
POR ISSO não é realista esperar pela “mudança de paradigma”. Alguém pensa que é possível as famílias decidirem por si próprias diminuir o consumo? Renunciar às segundas casas? Deixar de passar férias no Brasil ou no México? Abdicar de ter um ou dois carros, dois ou três computadores, três ou quatro televisões? Desligar o aquecimento e o ar condicionado? Reduzir o consumo de máquinas de lavar, de frigoríficos e de Bimbys? Abandonar o carro particular e utilizar os transportes públicos? Ninguém o fará. A não ser que a isso sejam forçados pelo desemprego, pelo corte de crédito, pelos aumentos de preços e pela diminuição de rendimentos.
As pessoas mudam por consciência e esforço voluntário, quando têm real interesse nisso. Interesse material ou espiritual. Mas não mudam voluntariamente para diminuir o seu conforto e as suas aspirações. Mudam quando não têm alternativas. Por necessidade. Ou por imposição. Quem vai fazer mudar os comportamentos? As forças do mercado? Será doloroso. A necessidade? Ainda mais. Os políticos? Não têm vontade, nem legitimidade para o fazer. Eles aplicam à política os mesmos valores que os especuladores, as mesmas regras que os predadores, os mesmos critérios que os aldrabões aplicam às finanças internacionais.
Há trinta ou quarenta anos que as populações aspiram às delícias da vida moderna. Os que já lá chegaram querem mais e não renunciam. Os que ainda não chegaram consideram uma suprema injustiça serem agora travados. Foram condicionados pelos mais poderosos aparelhos de publicidade e informação que a humanidade jamais conheceu. A propaganda política deu uma ajuda poderosa. Há décadas que os governos, as televisões, a imprensa e os grandes grupos económicos comungam um punhado de ideais que presidiram à nossa vida colectiva. Para usar o lugar-comum conhecido, o ter substituiu o ser. O critério de vida é vencer. Sempre, a qualquer preço. Vencer significa derrotar e liquidar os outros. Quem vence tem razão. E tem razão porque vence. É a democracia no seu pior. Maior. Mais alto. Mais depressa. Mais pesado. Mais forte. Mais rápido. Já não se trata de jogos olímpicos, eles próprios transformados em feira de animais. Trata-se da vida quotidiana. Para se chegar lá, ao “topo”, para se ser “líder”, tudo o que se pode fazer deve ser feito. Incluindo aldrabices, ilegalidades, golpes, mentira, publicidade enganosa e corrupção. Tudo o que justifique ganhar votos, vender mercadoria e eliminar os rivais não só pode ser feito, como deve ser feito. Sob pena de ser designado na praça pública por perdedor, incapaz ou parvo. E ninguém quer ser parvo!
E também no "Jacarandá"
sábado, 20 de dezembro de 2008
PONTOS DE VISTA por JORGE MIRANDA
A HISTÓRIA PASSOU AO LADO
Temos, por experiência própria, que só se sente e compreende uma terra quando se conhece a sua história. Verifica-se então uma integração, uma assimilação, que torna mais clara a leitura do presente. E quanto maior e intenso for o mergulho na história mais apurado será o entendimento do espírito do lugar, do seu património intangível. É esta escalada que gera o sentimento de pertença que implica, por sua vez, a assunção da cidadania. A nível concelhio, estimula a emergência do munícipe consciente e interventor, na defesa de soluções em prol do território que sente como seu.
Nesta perspectiva, entendemos que uma das tarefas que se colocam às câmaras municipais, a nível das prioridades, será a realização de acções que visem a divulgação e o alargamento do conhecimento do passado, nas suas múltiplas valências. E todas as oportunidades serão poucas para o fazer.
O assinalar de significativas efemérides será uma ocasião propícia e estimulante para se dar mais um passo no conhecimento do passado.
No entanto, no presente ano, que está prestes a terminar, verificaram-se pelo menos três relevantes acontecimentos do pretérito que não foram assinalados no concelho de Oeiras.
No quadro das Invasões Francesas, ocorreu em Setembro, o segundo centenário da Proclamação à Nação Portuguesa, proferida pelo general britânico Dalrymple, no Dafundo, na então quinta do Monteiro (onde se encontra instalado o Instituto Espanhol), em que anunciava a “restauração da monarquia nacional” e a reassunção de funções do legítimo Conselho de Regência. Não seria este um bom pretexto para se revisitar o período das Invasões Francesas neste território e reflectir sobre a sua importância militar?
Também se verificou, a 18 de Setembro, o primeiro centenário da promulgação da carta de lei que instituiu a região demarcada do vinho de Carcavelos. Mais do que uma visita simbólica do ministro da Agricultura à Estação Agronómica Nacional e de um artigo na agenda cultural 30 Dias merecia a comemoração da efeméride.
Ainda em Novembro, passou totalmente despercebido, o primeiro centenário da vitória das listas republicanas nas juntas de paróquia de Oeiras e Carnaxide. Foi, de facto, em 30 de Novembro de 1908, que os republicanos de Oeiras ganharam estes órgãos de poder. Dada a relevância do acontecimento, não se entende como nem uma palavra, tanto quanto sabemos, se proferiu. É incrível!
Cremos que foi o Prof. Pais da Silva que escreveu que país sem memória ou sem passado é um país sem futuro. Extrapolemos o mesmo para os municípios…
Senhores autarcas, tenham em atenção a importância da História! Não podemos perder a nossa memória.
Jorge Miranda
jorge.o.miranda@gmail.com
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Centros vão cobrar mensalidade a deficientes
Pertencentes a instituições de solidariedade social
A mensalidade terá como base a declaração de rendimentos das famílias e não deverá ultrapassar os 140 euros, noticia esta quinta-feira a rádio TSF.
O Ministério da Solidariedade Social, contactado pela rádio, indicou apenas que estes centros são apoiados pelo Governo mas pertencem a instituições de solidariedade social, remetendo para estas a responsabilidade da decisão.
O Sr Sousa é um benemérito...
Parlamento: Plano anticrise do Governo
Idosos levam 13 € e CGD mil milhões
No mesmo dia em que o primeiro-ministro anunciou um aumento de 3,3 por cento para o complemento solidário de idosos em 2009, também divulgou que a CGD vai receber um reforço de mil milhões de euros. É o terceiro aumento de capital no espaço de um ano do banco público, que gere o BPN. »»»
votos de boas festas
Todos os anos há Natal
Apesar da guerra
Apesar da fome
Apesar dos homens sem pátria
E dos povos sem nação
Apesar das lágrimas
Das dores das mães
Das crianças famintas,
Das crianças soldados
Apesar da ganância
Das leis injustas
Das angústias dos sem trabalho
Dos desalojados
Apesar de tanta injustiça
A terra move-se
As tardes caiem
As noites acontecem
E há sempre uma manhã
que nasce Natal!
Paz aos homens de boa vontade
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
NATAL EM ARTE ANTIGA
MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA
19 Dezembro 2008 21h00 –24h00
ENTRADA LIVRE
Concerto 21h30
Grupo de Música Antiga IL DOLCIMELO
Colectânea de Vilancicos do século XVI – canções ibéricas ao Menino e à Virgem.
Selecção de peças musicais alusivas ao ciclo de Natal, provenientes dos cancioneiros ibéricos renascentistas.
Visitas guiadas 22h15 – 23h15
À volta do Ciclo do Natal, da exposição temporária de Rembrandt e da nova exposição permanente de Pintura Europeia e Artes Decorativas Europeias
De 15m em 15m, em simultâneo
Venda de Natal da APPDA 21h00 – 24h00
Átrio principal
Ceia de Natal 23h15
Com chocolate quente e bolo-rei
O Museu encerra às 24h00.
Actualizado em: 16 de Dezembro de 2008
TOOLS - Feira de objectos e de ferramentas artísticas usadas
Horário:
Sábado - das 14H00 às 00h00
Domingo – das 12H00 às 18h00
Entrada e Venda Livre.
Ver cartaz »»»
Oeiras entrega mais 30 casas
30 famílias de Oeiras já vão passar este Natal nas suas novas casas. A Câmara Municipal de Oeiras entrega as respectivas chaves no próximo sábado, dia 20 de Dezembro, numa cerimónia que tem lugar no Alto dos Barronhos.
Estas habitações, de tipologias T2 e T3, destinam-se a agregados familiares com baixos rendimentos e situações graves de saúde.
As casas disponibilizadas localizam-se no empreendimento dos Barronhos, freguesia de Carnaxide. As famílias são provenientes de outras freguesias do concelho de Oeiras.
CMO - Newsletter nº 78
DESTAQUES
Lançamento de Cartão Oeiras Sénior 65+ durante almoço Sénior
Amanhã, dia 17 de Dezembro, a Câmara Municipal de Oeiras apresenta o Cartão Oeiras Sénior 65+ durante o almoço e baile de Natal para mil idosos que decorre no Parque Desportivo Carlos Queiroz, em Outurela/Portela, na freguesia de Carnaxide.
Número Verde - 800 201 205 - 10-12-2008
O Número do Ambiente da Câmara Municipal de Oeiras foi alterado. Agora, os munícipes devem ligar para o novo Número Verde, que é o 800 201 205.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
O FUTURO DO SPORT ALGÉS E DAFUNDO – SAD
Há uns tempos fixaram (quem?) que as actuais instalações do SAD não assegurariam a continuidade deste Clube e começou a falar-se dos “interesses” da sua passagem para a frente ribeirinha. Nomeada uma Comissão de Estudo e Planeamento das Novas Instalações Sociais e Desportivas em 4 de Julho último, apresentou aos presentes, na Assembleia de 5 do corrente, as recomendações a que chegou.
Entretanto já começaram as entrevistas visionárias, as vozearias sobre os verdadeiros donos da zona ribeirinha, os projectos, os planos, as parcerias, as marinhas, os hotéis… a envolvente da Cruz Quebrada, o Alto da Boa Viagem… blá blá sobre um “já está” que a ser concretizado será conversa para 50 anos se eles cá continuarem.
Apenas duas reflexões: o que está determinado, aprovado e quando estará pronta a ligação harmoniosa para viaturas e peões se moverem entre o lado de cá e o lado de lá, não esquecendo uma rede de transportes públicos?
O que está aprovado oficialmente e respectivo calendário da execução do edificado do outro lado da linha de comboio e qual a verdadeira localização das instalações do Clube?
Tudo está vago mas há uns tantos que se entretêm a calcular o valor das actuais instalações e, como há falta de casas em Algés, a idealizar projectos de apartamentos, escritórios e dois parques subterrâneos de estacionamento.
Vamos continuar a apoiar o SAD optimizando a sua organização. E alguns que só falam em mega projectos para o Município, porque não começam por limpar as ribeiras e as suas margens, a manter vivos os Jardins, a tapar os buracos dos passeios e estradas, a não deixar cair o património construído, a activar uma verdadeira rede de transportes, enfim a resolverem os etc’s de cada Freguesia?
Maria Clotilde Moreira / Algés
Nota - Este artigo também foi publicado na secção 'Correio do Leitor' do 'Jornal de Oeiras' desta data.
Isabel Magalhães - 'Construção'
... morreu na contra-mão atrapalhando o tráfego!
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Chico Buarque - Construção
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague
CONSTRUÇÃO/LETRA MÚSICA: CHICO BUARQUE/ ROSANA BUARQUE
os professores descansam à ganância...
Infelizmente ainda não conseguimos averiguar onde foi publicado este texto nem por quem.
Contudo, o seu estilo leva-nos a considerar por hipótese que se trate de uma resposta de um blogger a um comentador 'anónimo indignado com os professores'...
Como também os temos (anónimos indignados) por aqui no Oeiras Local, e certamente sempre com os mesmos argumentos bacocos que não colam a quem conhece bem a realidade do ensino e das escolas, seja professor, auxiliar, estudante, encarregado de educação ou tão só parente de alguém ligado ao Ensino, como também os temos por aqui dizia, para eles e para quem advoga os mesmos argumentos, implícitos neste texto, aqui fica a resposta:
Caro anónimo indignado com a indignação dos professores...
Caro anónimo indignado com a indignação dos professores, homens (e as mulheres) não se medem aos palmos, medem-se, entre outras coisas, por aquilo que afirmam, isto é, por saberem ou não saberem o que dizem e do que falam.
O caro anónimo mostra-se indignado (apesar de não aceitar que os professores também se possam indignar! Dualidade de critérios deste nosso estimado anónimo... Mas passemos à frente) com o excesso de descanso dos professores: afirma que descansamos no Natal, no Carnaval, na Páscoa e no Verão, (esqueceu-se de mencionar que também descansamos aos fins-de-semana). E o nosso prezado anónimo insurge-se veementemente contra tão desmesurada dose de descanso de que os professores usufruem e de que, ao que parece, ninguém mais usufrui.
Ora vamos lá ver se o nosso atento e sagaz anónimo tem razão. Vai perdoar-me, mas, nestas coisas, só lá vamos com contas.
O horário semanal de trabalho do professor é 35 horas. Dessas trinta e cinco, 11 horas (em alguns casos até são apenas dez) são destinadas ao seu trabalho individual, que cada um gere como entende. As outras 24 horas são passadas na escola, a leccionar, a dar apoio, em reuniões, em aulas de substituição, em funções de direcção de turma, de coordenação pedagógica, etc., etc.
Bom, centremo-nos naquelas 11 horas que estão destinadas ao trabalho que é realizado pelo professor fora da escola (já que na escola não há quaisquer condições de o realizar): preparação de aulas, elaboração de testes, correcção de testes, correcção de trabalhos de casa, correcção de trabalhos individuais e/ou de grupo, investigação e formação contínua. Agora, vamos imaginar que um professor, a quem podemos passar a chamar de Simplício, tem 5 turmas, 3 níveis de ensino, e que cada turma tem 25 alunos (há casos de professores com mais turmas, mais alunos e mais níveis de ensino e há casos com menos - ficamos por uma situação média, se não se importar). Para sabermos o quanto este professor trabalha ou descansa, temos de contar as suas horas de trabalho.
Vamos lá, então, contar:
1. Preparação de aulas: considerando que tem duas vezes por semana cada uma dessas turmas e que tem três níveis diferentes de ensino, o professor Simplício precisa de preparar, no mínimo, 6 aulas por semana (estou a considerar, hipoteticamente, que as turmas do mesmo nível são exactamente iguais -- o que não acontece -- e que, por isso, quando prepara para uma turma também já está a preparar para a outra turma do mesmo nível). Vamos considerar que a preparação de cada aula demora 1 hora. Significa que, por semana, despende 6 horas para esse trabalho.
Se o período tiver 14 semanas, como é o caso do 1.º período do presente ano lectivo, o professor gasta um total de 84 horas nesta tarefa.
2. Elaboração de testes: imaginemos que o prof. Simplício realiza, por período, dois testes em cada turma. Significa que tem de elaborar dez testes. Vamos imaginar que ele consegue gastar apenas 1 hora para preparar, escrever e fotocopiar o teste (estou a ser muito poupado, acredite), quer dizer que consome, num período, 10 horas neste trabalho.
3. Correcção de testes: o prof. Simplício tem, como vimos, 125 alunos, isto implica que ele corrige, por período, 250 testes. Vamos imaginar que ele consegue corrigir cada teste em 25 minutos (o que, em muitas disciplinas, seria um milagre, mas vamos admitir que sim, que é possível corrigir em tão pouco tempo), demora mais de 104 horas para conseguir corrigir todos os testes, durante um período.
4. Correcção de trabalhos de casa: consideremos que o prof. Simplício só manda realizar trabalhos para casa uma vez por semana e que corrige cada um em 10 minutos. No total são mais de 20 horas (isto é, 125 alunos x 10 minutos) por semana. Como o período tem 14 semanas, temos um resultado final de mais de 280 horas.
5. Correcção de trabalhos individuais e/ou de grupo: vamos pensar que o prof. Simplício manda realizar apenas um trabalho de grupo, por período, e que cada grupo é composto por 3 alunos; terá de corrigir cerca de 41 trabalhos. Vamos também imaginar que demora apenas 1 hora a corrigir cada um deles (os meus colegas até gargalham, ao verem estes números tão minguados), dá um total de 41 horas.
6. Investigação: consideremos que o professor dedica apenas 2 horas por semana a investigar, dá, no período, 28 horas (2h x 14 semanas).
7. Acções de formação contínua: para não atrapalhar as contas, nem vou
considerar este tempo.
Vamos, então, somar isto tudo:
84h+10h+104h+280h+41h+28h=547 horas.
Multipliquemos, agora, as 11horas semanais que o professor tem para estes trabalhos pelas 14 semanas do período: 11hx14= 154 horas.
Ora 547h-154h=393 horas. Significa isto que o professor trabalhou, no período, 393 horas a mais do que aquelas que lhe tinham sido destinadas para o efeito.
Vamos ver, de seguida, quantos dias úteis de descanso tem o professor no Natal.
No próximo Natal, por exemplo, as aulas terminam no dia 18 de Dezembro. Os dias 19, 22 e 23 serão para realizar Conselhos de Turma, portanto, terá descanso nos seguintes dias úteis: 24, 26, 29 30 e 31 de Dezembro e dia 2 de Janeiro. Total de 6 dias úteis. Ora 6 dias vezes 7 horas de trabalho por dia dá 42 horas. Então, vamos subtrair às 393 horas a mais que o professor trabalhou as 42 horas de descanso que teve no Natal, ficam a sobrar 351 horas. Quer dizer, o professor trabalhou a mais 351 horas!! Isto em dias de trabalho, de 7 horas diárias, corresponde a 50 dias!!! O professor Simplício tem um crédito sobre o Estado de 50 dias de trabalho. Por outras palavras, o Estado tem um calote de 50 dias para com o prof. Simplício.
Pois é, não parecia, pois não, caro anónimo? Mas é isso que o Estado deve, em média, a cada professor no final de cada período escolar.
Ora, como o Estado somos todos nós, onde se inclui, naturalmente, o nosso prezado anónimo, (pressupondo que, como nós, tem os impostos em dia) significa que o estimado anónimo, afinal, está em dívida para com o prof. Simplício. E ao contrário daquilo que o nosso simpático anónimo afirmava, os professores não descansam muito, descansam pouco!
Veja lá os trabalhos que arranjou: sai daqui a dever dinheiro a um professor. Mas, não se incomode, pode ser que um dia se encontrem e, nessa altura, o amigo paga o que deve.
recebido via email
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Receita para uma Árvore de Natal
domingo, 14 de dezembro de 2008
Oeiras passou na TSF
Caros, o programa Terra-a-Terra de sábado último passou por Oeiras!!
Ao longo de toda a emissão, de cerca de 2h., nele intervêm diversas pessoas e personalidades ligadas ao nosso concelho sobre os mais diversos assuntos e temáticas.
De entre os muitos intervenientes como sejam António Coutinho (director do Instituto Gulbenkian de Ciência), Arlete Alves da Silva (Centro de Arte Manuel de Brito/Palácio Anjos), Artur Duarte (pescador), Carlos Malato (Casa das Queijadas de Oeiras), Francisco Simões (escultor/Parque dos Poetas), Fernando Silva (jornalista/Voz de Torcena), Isaltino Morais (presidente da CMO), Madalena Castro (vereadora/Passeio Marítimo), Pedro Carrilho (arquitecto/Centro Histórico), destacamos o nosso estimado amigo dr. Jorge Miranda que ao longo da emissão tem várias intervenções sobre a História de Oeiras, origens, litoral, povoamento, conventos e fortificações, evolução da malha urbana, Marquês de Pombal, o vinho de Carcavelos e a doçaria.
A emissão dura um total de 84:46 e pode ouvi-la online AQUI
Recomendamos vivamente a sua prazenteira audição.
Programa Terra-a-Terra
Aos Sábados, das 09h10 até às 11h00 na TSF - 89.5 FM (Lisboa)
Para saber outras frequências consulte esta página
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Cruz Quebrada - SIMECQ
Aos administradores do blog
Os meus cumprimentos.
J. Graça
Ei lá!!!
Espero estar redondamente enganado!
Será que a SIMECQ vai deixar de ter a gestão que sempre conhecemos?
Pela Cruz Quebrada, correm rumores acerca da intenção da atribuição da gestão da SIMECQ, à Câmara Municipal de Oeiras. Sendo correcta a informação, que diferenças notaremos no seio da Sociedade da freguesia?
· Alteração dos Estatutos e Regulamentos Internos: cadeias hierárquicas, funções ideológicas e regulamentos;
· Corpo dirigente indicado pela Câmara Municipal de Oeiras: os dirigentes serão indicados pelo Presidente da Câmara;
· Afastamento da opinião local nos órgãos de poder decisivo da Sociedade: os fregueses deixam de estar afectos à direcção da Sociedade;
· Decisões que afectam a população local, serão tomadas por quem não reside forçosamente na freguesia: quem não reside, nem sempre tem consciência real;
A ser verdade o boato, estamos perante mais um episódio de "job-for-the-boys" ou "tacho" se optarmos pelo português trivial.
sábado, 13 de dezembro de 2008
"Crisis? What crisis?"
Oeiras disse...
Ou como diriam os Supertramp:
"Crisis? What crisis?"
A palavra "crise" já é em si mesma um "fait divers" usado por toda a gente para se desculpar das dificuldades que ainda não têm mas acham que virão a ter.
São os particulares a dizer que não investem e não compram nada porque "a crise vem aí", são os governos a inventar mais impostos para "fazer face à crise que vem aí"... é extraordinário.
Começo a acreditar naquele livro "O Segredo": só quando tivermos pensamentos positivos nos começarão a acontecer coisas boas.
Já agora, alguém me explica porque é que empresas que continuam a ter centenas de milhões de euros de lucro (embora menos lucro que nos anos anteriores) dizem que têm que despedir trabalhadores? Eu percebi mal ou essas empresas continuam a dar lucros das arábias? Os seus accionistas não poderiam ficar um ano sem ganhar tantos milhões e manter os postos de trabalho de quem lhos dá a ganhar?
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Canção da nova Campanha de Solidariedade!
"Salvem os Ricos - Os Contemporâneos"
O Natal que eu quero
30.11.2008, Daniel Sampaio
Ninguém me pediu opinião, eu sei. Na escola é costume não ligar muito ao que pensam os alunos. Mas eu gramo a escola, gosto dos meus amigos e há uma data de professores que até são fixes.
Ando no 8.º, tenho bué de disciplinas, algumas não dá para entender. Estudo acompanhado para um gajo de 14 anos? Formação Cívica? Não percebo bem, é uma coisa de 90 minutos por semana em que o stôr, que é o director de turma (nós dizemos DT), está sempre a mandar vir, a dizer para nos portarmos bem. Da Matemática não me apetece falar, o stôr tem pouca pachorra para tirar dúvidas. História é um bocado seca e percebo mal o livro, faço confusão porque não contam a vida dos reis como o meu avô me explicava, por isso estudo para os testes e depois esqueço tudo.
Não, não pensem que venho aqui criticar a escola, já disse que gosto de lá andar. O problema é que aquilo anda mesmo esquisito, podem crer. Já o ano passado os stôres andavam às turras com a ministra e apareciam nas aulas chateados, um gajo mandava uma boca e levava logo um sermão, às vezes diziam mesmo para nos queixarmos à ministra, como se chibar fosse coisa que desse jeito. Mas este ano está bem pior: falamos com os professores nos intervalos, "olá, stôr!" e eles andam mesmo tristes, a minha stôra de Inglês, que eu curto bué, diz que está "desmotivada" e que está farta de grelhas de avaliação e de pensar em objectivos. Eu de grelhas não percebo nada e, quanto aos objectivos, os meus são divertir-me uma beca e passar o ano, não quero mesmo ficar para trás porque os meus pais dão-me nas orelhas e fico sem os meus amigos, que é uma das coisas porreiras que a escola tem.
Por isso peço a todos que se entendam. Ver os professores aos berros na rua é uma coisa que eu compreendo, têm todo o direito porque nós às vezes também andamos, o problema é que assim ainda há menos gente a preocupar-se connosco. Os nossos pais não têm tempo, andam sempre a trabalhar e ficam descansados porque estamos na escola a aprender e a lutar pelo nosso futuro, mas agora a coisa está preta, os nossos stôres estão cansados, o que é mau para nós: quem nos ajuda quando estamos aflitos? Eu sempre contei com um ou dois dos meus stôres, o ano passado quando me achava um monstro (cheio de borbulhas e a sentir que as miúdas não olhavam para mim) foi a stôra de Português que me chamou no fim da aula e conversou comigo, bastou ela ouvir com atenção e dizer que compreendia o que eu sentia para me sentir muito melhor. E quando o Tavares disse que se ia matar porque a rapariga com quem andava foi vista a curtir com um gajo qualquer, foi o nosso DT que falou com ele e lhe arranjou uma consulta no psicólogo.
Não percebo nada da guerra dos professores, só sei que deve ser justa porque eles esforçam-se muito, já pensaram no que é aturar a malta, sobretudo alguns que só querem fazer porcaria, põem-se aos berros nas aulas e não obedecem, às vezes até palavrões dizem para os stôres? Muitos de nós querem aprender, mas o barulho é grande e há muita confusão, há lá gajos, repetentes e isso, que só lá estão porque são obrigados, depois há outros que são de fora e não percebem bem português, outros ainda têm problemas em casa e passam mal, a Vanessa que tem um pai alcoólico e que chora quase todos os dias ainda por cima foi empurrada na aula por um colega que só lá está a armar confusão... o DT disse que nós devíamos ser responsáveis e que tínhamos de acabar com isso, mas eu acho que a ministra devia era dar força aos professores para serem melhores, o meu pai diz que ela às vezes está certa mas eu não concordo, se vejo todos, mesmo todos os stôres da minha escola contra ela devem ter razão, os professores às vezes erram mas são importantes para nós, precisamos de estudar para ver se nos livramos do desemprego, isso é que é verdade!
Por isso espalhem este mail, façam forward para quem quiserem. Digam aos que mandam para terminarem com as discussões que já estamos fartos e como na minha escola somos todos contra isso dos ovos (uma estupidez), digam à ministra e aos sindicatos que já chega! Façam uma escola melhor, ajudem os professores a resolver todos os problemas das aulas (ninguém pode fazer isso em vez dos stôres) e arranjem maneira de nós aprendermos mais, para ver se percebemos melhor o mundo e nos safamos, o que está a ser difícil.
Quem quiser dê opinião, o meu mail é brunovanderley@gmail.com, sou do 8.º E da Escola Básica 2/3 do Lá Vai Um.
Gang de bicicleta assalta filho do PM
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
A crise está em crise
Ricardo Araújo Pereira
A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado
Ou estou fortemente enganado (o que sucede, aliás, com uma frequência notável), ou a história de Portugal é decalcada da história de Pedro e o Lobo, com uma pequena alteração: em vez de Pedro e o Lobo, é Pedro e a Crise.
De acordo com os especialistas – e para surpresa de todos os leigos, completamente inconscientes de que tal cenário fosse possível – Portugal está mergulhado numa profunda crise. Ao que parece, 2009 vai ser mesmo complicado.
O problema é que 2008 já foi bastante difícil. E, no final de 2006, o empresário Pedro Ferraz da Costa avisava no Diário de Notícias que 2007 não iria ser fácil. O que, evidentemente, se verificou, e nem era assim tão difícil de prever tendo em conta que, em 2006, analistas já detectavam que o País estava em crise. Em Setembro de 2005, Marques Mendes, então presidente do PSD, desafiou o primeiro-ministro para ir ao Parlamento debater a crise económica. Nada disto era surpreendente na medida em que, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal, entre 2004 e 2005, o nível de endividamento das famílias portuguesas aumentou de 78% para 84,2% do PIB. O grande problema de 2004 era um prolongamento da grave crise de 2003, ano em que a economia portuguesa regrediu 0,8% e a ministra das Finanças não teve outro remédio senão voltar a pedir contenção. Pior que 2003, só talvez 2002, que nos deixou, como herança, o maior défice orçamental da Europa, provavelmente em consequência da crise de 2001, na sequência dos ataques terroristas aos Estados Unidos. No entanto, segundo o professor Abel M. Mateus, a economia portuguesa já se encontrava em crise antes do 11 de Setembro.
A verdade é que, tirando aqueles seis meses da década de 90 em que chegaram uns milhões valentes vindos da União Europeia, eu não me lembro de Portugal não estar em crise. Por isso, acredito que a crise do ano que vem seja violenta. Mas creio que, se uma crise quiser mesmo impressionar os portugueses, vai ter de trabalhar a sério. Um crescimento zero, para nós, é amendoins. Pequenas recessões comem os portugueses ao pequeno-almoço. 2009 só assusta esses maricas da Europa que têm andado a crescer acima dos 7 por cento. Quem nunca foi além dos 2%, não está preocupado.
É tempo de reconhecer o mérito e agradecer a governos atrás de governos que fizeram tudo o que era possível para não habituar mal os portugueses. A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado. Agora, somos o povo da Europa que está mais bem preparado para fazer face às dificuldades.
Visão – 11-12-2008