domingo, 22 de junho de 2008

Crise dos preços - alimentos e combustíveis

'Verdes' propõem novo modelo alimentar de produção e consumo local

O partido Ecologista Os Verdes defendeu hoje que a actual crise dos preços dos alimentos e dos combustíveis pode ser superada com um novo modelo de política alimentar baseado no consumo da produção local

«Promover o consumo local, através da produção local» é a fórmula apresentada hoje pelo Conselho Nacional do partido, reunido em Mirandela, no Distrito de Bragança.

Os conselheiros discutiram os principais temas da actualidade nacional e internacional com destaque para a crise dos combustíveis, dos alimentos e do Tratado de Lisboa, depois do "não" irlandês.

Segundo a dirigente nacional, Manuela Cunha, "Os Verdes entendem que é altura de promover uma nova política alimentar, já que o modelo de crescimento económico que se tem promovido é extremamente frágil e negativo e chegou a um beco sem saída".

«A alimentação faz milhares de quilómetros, por camiões ou barco, consumindo combustíveis, o que se reflecte no preço final», disse. Para "Os Verdes", «se se promovesse a produção local e o consumo do que é produzido mais próximo, haveria mais postos de trabalho, uma agricultura mais amiga do ambiente e mais equilibrada e com menos custos energéticos».

A dirigente deu o exemplo da região transmontana, que «não tem capacidade de escoamento dos seus produtos, nomeadamente da batata, quando o país é deficitário nesta produção e está a importar de outros países».

Um modelo com o poder mais próximo dos cidadãos é também o que o partido defende para a União Europeia, considerando que o "não" no referendo da Irlanda deveria levar os governantes, nomeadamente o primeiro-ministro português a tirar conclusões.

«É fundamental que o primeiro-ministro tire conclusões e que não faça do tratado uma questão de carreira pessoal, mas uma questão fundamental para o país», afirmou Manuela Cunha.

Para a dirigente, «em vez de se tentar encontrar interpretações para a recusa do povo irlandês, o único chamado a pronunciar-se, devia reflectir-se porque é que os povos da Europa não sentem simpatia por esta construção». «Um modelo federalista, centralista, que tira poder às nações, não é aceite pelos cidadãos», considerou.
Lusa/SOL

12 comentários:

Unknown disse...

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Só não vê quem é cego...

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Anónimo disse...

o governo?

Unknown disse...

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Cara Elsa,

Não só, mas também, ou mesmo SOBRETUDO... :)

Cumps

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Anónimo disse...

Amigos oeirenses,

Produção LOCAL versus consumo LOCAL?

Então o povo de Oeiras vai morrer à fome...

Produzimos em cima dos telhados ?

Os solos aráveis, estão destruídos pela política do betão, imposta pelo Isaltino Morais nos últimos 22anos de governação.

Conseguiu destruir a REN e a RAN (reserva ecológica e grícola nacional).

Pedro (Barcarena)

Unknown disse...

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Caro Pedro (Barcarena),

Sem deixar de lhe dar razão no que concerne aos solos agrícolas, e à ocupação destes pelo 'betão', questão que já aqui abordámos imensas vezes, permita-me que lhe diga que essa sua interpretação da noção de LOCAL parece-me de uma grande pobreza e ingenuidade.

Acha que por 'consumir o que se produz localmente' isso significa que cada lugarejo, cada sítio, cada aldeia, cada vila, cada cidade, cada terrinha, tenha que se bastar a si própria?!
Não acha isso uma ideia ridícula, incapaz de resistir a uma reflexão profunda?
Não leu o texto com atenção, pois não?


Interpreto a noção de LOCAL duma forma muito mais abrangente e que tem que ser dimensionada à medida de cada povoação, concelho e região, caso a caso.
Se no concelho ao lado, num caso qualquer, se produzir excedente em alhos, p.ex., porque carga de água o próprio e os limítrofes, ou mesmo outros mais longe, terão que os importar de Espanha?!

O exemplo da batata fornecido pelos Verdes é bastante válido e útil.
Estamos a importar batata do estrangeiro quando temos excesso de produção interna!!
Mais perto, logo mais barato.

Se nalguns produtos, o que é importado é mais barato (e de pior qualidade), isso deve-se ao facto de se ter permitido que certos grupos económicos estrangeiros tomassem conta do nosso mercado. Nomeadamente os espanhóis, mas não só, os chineses vêm aí...

Isto não é irreversível. Há muitos exemplos históricos.
Os chineses e os árabes dominaram no passado as rotas das especiarias e da seda.
Depois os portugueses tomaram 'conta do assunto'.
Quem é que as domina agora?
Bastam umas quantas leis, e o governo é pródigo nesta matéria, para resolver o assunto duma penada.


Desculpe que lhe diga, mas o Pedro deve ganhar muito bem, certamente, para não o preocupar o pagar a um preço o que podia ter, talvez, pela metade - sem falar na qualidade...

n.b.: Não tenho qualquer simpatia pelos Verdes - para mim, verde, só o SPOOOOOORTING ! - Apoio é as boas ideias, venham elas donde vierem.

Cumps

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Isabel Magalhães disse...

Nas 'boas ideias' também sou 'daltónica'* e aprovo-as venham de onde vierem. Foi, aliás, essa a razão da escolha do artigo.

Temos aqui uns quantos leitores - cuja opinião muito respeitamos, mesmo na divergência, e a quem agradecemos a visita, - que aproveitam todo e qualquer bocadinho para 'bater' no PCMO.
Tb já muito se falou na deficiente organização do território, nos erros cometidos, no excesso de betão, mas o que eu gostaria é que me explicassem, bem explicadinho, já que tb há uns quantos que gostam de me pôr 'rótulos' só pelo facto de eu ser pintora - devidamente inscrita nas Finanças locais, já agora - onde é que iriam residir os munícipes e sedear as grandes, médias e pequenas empresas que têm contribuido para o desenvolvimento do concelho de Oeiras. (Esta é expressamente dirigida aos que assiduamente manifestam um atitude xenófoba e até racista a tudo o que não seja nascido no concelho de Oeiras.

Quanto ao resto subscrevo o Zé Baptista - SPOOOOOORTING!



* NB - Eu sei que o daltonismo só afecta os homens.

Anónimo disse...

Caro cidadão José António,

O senhor é useiro em insultar e tratar mal as pessoas que lêem e comentam neste BLOGUE, mediante as (suas) próprias interpretações, violentas e por vezes grosseiras. A minha interpretação e noção acerca de «Promover o consumo local, através da produção local» detém a dimensão da própria expressão, não lhe admito que a comente como sendo «de uma grande pobreza e ingenuidade».

Nasci no concelho de Oeiras, na freguesia de Barcarena, onde ainda vivo, e sempre convivemos com esse conceito de consumo local e produção local. Sempre se criou gado e criação, sempre tivemos árvores de fruto e sempre se plantaram produtos hortícolas. Isso é, em nosso entender produzir e consumir, localmente. Muitas famílias ainda o fazem, por cultura e bem-estar. Porque nem todos se venderam nem ao betão, nem ao isaltinismo.

Não produzimos nem drogas, nem tabacos, nem bebidas alcoólicas, porque na nossa cultura (familiar) isso são comportamentos sociais desviantes, de risco e adições perigosas, são estilos de vida perigosos que dispensamos. A produção dos bens através da terra e da Natureza, sempre o fizemos antes dos verdes e dos vermelhos, ou outros que sejam.

Naturalmente que este conceito e cultura dos oeirenses, não se aplica a quem nos quer colonizar pela ocupação e consumo de apartamentos e prédios de 7 e 15 andares.

Mais: outrora, num passado recente de há menos de 40 anos, havia na nossa propriedade e nas outras adjacentes, quer a montante, quer a jusante, quem vivesse dessas actividades económicas. Onde se produziam e consumiam localmente (dentro da nossa freguesia) os produtos, e ainda se vendiam para fora, durante todo o ano.

Este conceito de sempre, exclui naturalmente todos os outros que não partilhavam nem no tempo, nem no local, esse mesmo conceito, que deverá ser o seu caso pessoal, provavelmente.
Referimos épocas vividas nos anos de 1930 ao presente momento.

Para tanto, ainda existem nos PDM, os conceitos de REN e RAN, que tem por fim salvaguardar no plano legal e do ordenamento do território, precisamente aquilo que o senhor ora ridiculariza.

Ainda possuímos terrenos e solos aráveis, onde tudo isso se podem fazer e manter.

Pedro Alberto

Unknown disse...

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Anda aqui um provocador a precisar que o mandem ir dar banho ao cão...

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Anónimo disse...

Estimada Isabel,

Aquilo a que chama de PCMO, é uma ofensa séria, a todos os portugueses e autarcas que são verdadeiros presidentes de autarquia. Mas não é disso que falamos, mas das consequências impostas por esse tipo de exploradores, alguns dos quais (poucos ainda …), estão hoje a contas com a justiça, por graves indícios de crime e corrupção.

Se assim não fosse, não estaríamos aqui a analisar estes temas, que são consequência de modelos de colonização gravíssimos.

Este território e toda a região metropolitana de Lisboa, está um CAOS. A questão da produção e do consumo local, foi durante décadas debatida e exemplificada por um homem de grande valor e integridade, que se chama Ribeiro Teles, e sobre tudo isto ele sabe mais e melhor do que qualquer um de nós, e de todos esse medíocres autarcas que tem explorado e colonizado a AML com betão (na busca de lucros e chorudas contas em bancos na Bélgica e Suíça).

Os munícipes dos concelhos de toda a região de Lisboa (que aumentou em 300% nos últimos 40 anos), se tivessem mantido nos locais onde nasceram, teriam contribuído para desenvolver Portugal de forma mais integrada e harmoniosa, e assim, tem vindo a provocar a desertificação de muitas regiões, e a dar crescentes lucros ao Belmiro de Azevedo e a outros comerciantes, que vêm na concentração urbana, infindáveis fontes de riqueza (miséria para todos os outros).

As empresas que diz que se fixaram no concelho de Oeiras terão dado menos de 15% de emprego aos munícipes nascidos no concelho de Oeiras (incluindo funcionários da CMO) pois os seus quadros e empregados vêm todos de fora do nosso concelho.

O que o município ganha é através das finanças (excluindo os que põe o dinheiro na Suíça e não o declaram ao fisco).

Não ofendam as pessoas, que tiveram a infelicidade de nascer neste concelho, ninguém gosta de se ver excluído (por xenofobia e racismo branco), imposto por aqueles que nos estão a excluir e até a explorar.

Quem acredita que os munícipes nativos do concelho de Oeiras, são menos competentes e menos capazes do que aqueles cidadãos que vem de fora do concelho, para ocupar empregos nessas empresas e até nos concursos públicos da autarquia?
Eu não acredito que os oeirenses sejam menos capazes.
Podem e não andar infiltrados em esquemas de poder e influência.

Pedro Alberto

Anónimo disse...

Eu sou do tempo em que se ia do Esparagal a Oeiras pelo meio de cereal (penso que era trigo) terras de um Canas que dizem que um dia partiu para o Alentejo. E nessa zona havia vacarias que suportavam as necessidades de leite em P. Arcos. Claro que tudo tem o seu tempo. Agora defendo que se devia continuar (e ainda há meia dúzia) a cultivar, produzir e consumir dentro das nossas fronteiras e importar qualquer falta não fazer da importação o n/ suporte. Já aqui falámos do abandono dos laranjais do Algarve. Eu continuo tanto quanto possível a comprara portugês.
Clotilde

Anónimo disse...

Minha prezada Clotilde,

Não vamos mais longe no tempo, o que diz é verdade, e isso sustentava de forma ambiental, a ecologia social do nosso concelho.

É certo que nesse tempo não havia Internet, será que ela faz assim tanta falta, além de encher de lucros a PT e etc.

Olhe só em Barcarena:

Há apenas 5 anos atrás, existiam a Quinta da Franca que produzia horticolas para as praças de Algés Paço de Arcos e Queluz, além de vender localmente.

Haviam ainda a Quinta da Ponte, a Quinta do Cordes, o Casal da Pinta, todos eles com gado, leite e queijos, e muitas outras propiredades mais, como a Quinta da Moura.

As terras dos Canas e do Cabranita, com gado ovino, caprino e produção de cereais, trigo e aveia, forragens para o gado.

Em 20 anos as politicas do isaltinismo, destruiram tudo.

A estratégia é a de concentrar a plebe: para a poder controlar e obrigar.

Tudo tem a ver com o consumo, e o fornecedor único (os Pingos Doce etc. mais o cartel de preços ...), em todos os ramos, comércio e serviços, transportes, imobiliário, alimentação, telecomunicações, electricidade, saúde, e muitos etc.

Pedro

Isabel Magalhães disse...

Estimado anónimo 'Pedro Alberto';

Não votei 'IOMAF' mas, e tanto quanto consta na imprensa, o PCMO foi pronunciado pela segunda vez mas ainda não foi julgado. Aguardemos, com a calma necessária em vez de fazer julgamentos na praça pública...

Agora uma questão que se prende com o seu comentário sobre o Sr José António Baptista; por mais voltas que dê ao comentário dele não vejo razão para os adjectivos com que o 'brinda'.

Sobre o seu comentário 'alargado' a pontos que não abordei / foquei sequer, fica a sua opinião.

Apenas mais uma nota, registo com agrado a referência ao Arquitecto Ribeiro Teles.