Estamos em pleno “verão quente” da crise!
Uma promiscuidade de interesses que sugam o sangue que escorre das feridas infligidas pelos golpes da crise económica!
Crise que por sua vez deriva, em grande parte, da guerra especulativa das bestas que regurgitam combustíveis fosseis por todos os orifícios cobrando tão pouco como a vida do nosso planeta, como se outro tivéssemos, …. quase “pró-bono”!
Vidas vítimas de campeonatos de “braço de ferro” entre grandes potencias que condicionam os ciclos económicos com caprichos sinónimos de ganância!
O suor que escorre com o oscilar dos braços num aperto mortal é o fluido obtido das famílias que ao pouco vão sendo esmagadas entre pressões de orçamento e profissionais… num impressionante contorcionismo!
Podia continuar indefinidamente com associações lógicas, mas todos sabemos o que se passa… mesmo os que não querem ver!
É incrível a crise nos combustíveis que estamos a enfrentar! O gasóleo já aumentou 30% este ano…
Quando vejo por todo o país as manifestações levadas a cabo por diversas entidades dos diferentes sectores económicos, como consequência do aumento do preço dos combustíveis, vem-me automaticamente um pensamento à cabeça…
Tudo começa com a Teoria do Caos, ou mais concretamente o Efeito Borboleta.
Muito resumidamente o Efeito Borboleta diz algo como: o batimento das asas de uma borboleta num determinado ponto do planeta provoca um ciclone no lado oposto.
Aplicando esta teoria aos combustíveis rapidamente conseguimos traçar uma cascata de acontecimentos causados pelo fenómeno aumento do preço.
Simplificando:
- O aumento do preço do combustível provoca o aumento do esforço económico de quem dele depende;
- As empresas e comerciantes dos diversos sectores económicos ficam perante a inevitabilidade do aumento do valor dos seus serviços/produtos;
- O consumidor final além de pagar mais pelo combustível terá de pagar mais pelos produtos e serviços de que necessita.
Complicando:
- Entidades dos sectores económicos manifestam-se pela baixa do preço do combustível:
- Começa pelo sector das pescas;
- Passa para as transportadoras de mercadorias;
- Ouvem-se ameaças da agricultura;
- Das empresas de táxis;
- Dos transportes colectivos….
- Fazem-se acordos obscuros. Como exemplo temos o que mais recentemente veio a público onde os transportadores de mercadorias podem aumentar o seu serviço de 8% a 10%;
- Quem irá pagar este aumento?!?
A questão fica no ar, mas no entanto está “previsto” que este aumento seja diluído por todos os intermediários, ficando algum a perder um pouco, mas não atingindo o consumidor final… a neblina que envolve esta parte do acordo é assustadora!!
Que tipo de acordo se vai fazer com outros combustíveis-dependentes que não têm intermediários?!?
Quando vamos ser atingidos pela onda de choque resultante do impacto nos intermediários?!?
Se calhar sou eu que não estou a ver a coisa, mas não iremos nós, o consumidor final, pagar sempre a factura!?!?!
Não pagamos também mais pelo combustível?!?
Não pagámos muito mais imposto pelo facto de comprarmos um carro a gasóleo?!? E nem sequer o podemos amortizar por não sermos uma entidade colectiva!!!
Não conseguem ver os sinais??!
Pela Teoria do Caos o consumidor vai pagar mais por tudo, sofrendo um rombo no seu orçamento e sendo a verdadeira vitima da crise!!
Um bando de abutres está a apanhar boleia na brisa provocada pelo batimento das asas da borboleta, fazendo aumentar drasticamente o vento, provocando dessa forma o ciclone, o qual vai arrasar as nossas “habitações”!!
Nesta situação caótica não nos deveríamos manifestar também?!?
O raciocínio lógico seria pedirmos aumentos como reflexo do aumento efectuado pelas entidades envolvidas nos produtos de que necessitamos!
Não será legítimo também exigir uma compensação pelo aumento dos preços?!
No fundo a “família” é a mais sagrada das instituições!!
Infelizmente hoje em dia até uma manifestação tem de ter outros interesses para além do manifestado! Existem muitos que se aproveitam da revolta de alguns desvirtuando os princípios e valores que estão associados à causa!
O que este país precisava era de manifestações como “dantes”!
Cumprimentos,
Rui Cabral
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