Apesar do número de casa novas vazias, das pequenas casas abandonadas à espera de caírem, dos letreiros a dizer “vende”, a freguesia de Algés continua a ser invadida por betão, não havendo qualquer política de conservação e reabilitação obrigatórias.
Até a Quinta do Palácio Foz, ali na Rua Mestre de Avis, está à espera da aprovação neste semestre, para a construção e comercialização ocorrer até ao fim do ano. Este empreendimento – São José de Ribamar –“ é composto por 22 fracções das quais 12 correspondem a uma nova área a edificar e que se compõe por dois conjuntos de moradias em banda, todas elas com vista directa para o rio Tejo e com tipologias que variam entre o T4 e o T5 +1.“ O resto será dentro do convento do século XVI e na moradia do início do século passado. E não havia uma capela, o que lhe vão fazer?
A aprovação deste projecto será a morte e o abastardamento deste legado de séculos. Não haverá outra alternativa para revitalizar este palácio mantendo-o enquadrado na sua quinta e na sua história?
E como irão ser resolvidos os problemas de acesso e mobilidade na Rua João Chagas já saturada em muitas horas do dia?
Há mais informação em "São José de Ribamar"
[Texto publicado hoje em "Correio dos Leitores" do Jornal de Oeiras]
12 comentários:
Clotilde;
Apesar de não retirar uma vírgula, sequer, ao seu artigo confesso que não me importaria mesmo nada de ser uma futura moradora. ;)
Isabel,
Eu sei que é tentador, mas esta quinta não deveria conservar-se e ser aberta... Cheguei atrasada ao nós por cá mas o que ouvi sobre o Mosteiro de Alcobaça e a sua não (?)rentabilidade... sou pelas palavras dos convidados. Aliás a Junta da Freguesia não sabia de nada quando lhes perguntei na reunião pública de 12 último. Disseram que se iam informar.
Clotilde
Caros amigos,
O Sr. Presidente da Câmara fez tanta questão em voltar à Autarquia, pois tinha de viabilizar muito mais betão,de luxo de preferência!
Vamos ver daqui a uns anos quem são os proprietários de algumas dessas vivendas!!!
Só depois de deixarem os seus actuais cargos,claro!!! Entretanto ficam no nome de algum familiar /amigo ou testa de ferro!!!
Aplica-se a políticos e também a dirigentes e técnicos dos serviços de urbanismo que propõem a aprovação!!!
Vejam no Correio da Manhã de hoje, o caso da Câmara Municipal de Braga!!!
Eu vi no C.M a foto da 'casinha'. Faltou-me tempo para ler mais do que o resumo da notícia mas sou capaz de adivinhar a assinatura do Arquitecto que é muito bom e caro! :)
NB - Nada contra os arquitectos, antes pelo contrário! Sou é contra os projectos de 'mestres-de-obras' assinados por 'engenheiros técnicos' que dão depois aquelas 'maisons com fenêtres' e apartamentos sobre vacarias que tanto contribuem para 'embelezar' o nosso Portugal.
Por muito que concorde com a Clotilde (e se concordo!), por outro lado por vezes penso se seria viável tornar todo o património edificado público.
Algés, apesar de tudo, não está mal servida, com o Palácio Anjos e o Palácio Ribamar a servirem como espaços culturais (esses, pela sua centralidade na freguesia, de indiscutível utilidade pública).
Espero não ser mal interpretado...
Parece que há uma bondade perversa nisto dos hotéis de charme e contrapartidas tais. Se não se urbaniza ou se lhe dá outra utilização não há como manter de pé casas, palacios, castelos e mosteiros...dizem. A memória vai-se esboroando em alterações tipo tira-lhe o miolo e deixa a fachada. Enfim... Mas não estou convencido.
Clotilde há cerca de 3 anos entrei na quinta e vasculhei um pouco por lá.
Era minha intenção visitar a capela, mas não encontrei ninguém que a abrisse.
Aquela quinta tem esculturas lindíssimas nos jardins. Um Casario lindo. Árvores tão bonitas!
Logo na altura fiquei a saber que uma construtora ia deitar mãos à obra, isto é ao betão...
Fiquei triste. Muito triste.
Será que Portugal é um País determinado a não guardar património nem história?????
Diz que vão encastrar apartamentos pela encosta abaixo.
'Diz-se' muita coisa!
Quando vedaram a Mata do Jamor também havia aqui em Linda-a-Velha quem afirmasse 'com convicção' - e divulgasse a notícia - que era para lá construir 'condomínios de luxo'!
Na encosta sob o Palacete da foto deve ser difícil edificar apartamentos. Quem conhece a zona sabe que no sopé do paredão está o passeio e a linha do eléctrico.
A serem verdade todos estes factos aqui trazidos à luz do dia pela Senhora Dona Clotilde, julgo que lucidamente será altura de, e mais uma vez, os oeirenses mostrarem a "fibra" de que são feitos!
Não nos devemos esquecer das vitórias recentes alcançadas por grupos de cidadãos, dos quais me orgulho de ter feito parte e dos resultados alcançados: A Cidade Judiciária não foi para Caxias, nem o Corte Inglês para a Quinta do Marquês. O Oeiras Local é um veiculo importante nesta luta e à qual desde já me solidarizo e voluntario para acções concertadas para pôr cobro a mais esta pouca vergonha!
António Manuel Bento
Se fosse nessa encosta, o "betão de luxo" teria vista para... a linha do eléctrico (que já não passa, mas sonhemos); a marginal; a linha do comboio; e a sede da APL. Que luxo, não é para todos ;)
Concordo com o artigo do Jornal de Oeiras e entendo as muitas palavras dos comentários. Claro que nem tudo pode ser público isto é: do Estado, Autarquias... Mas betão isto é casas para morar? como se sabe com tanta casa vazia? E os "nobres" antigos donos onde param? Não terão família para aqui voltarem? Ou tudo gira à volta de fazer fortuna?
Maria da Graça Torres
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