sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Fábrica Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro

.


Salvam-se bancos e banqueiros com tanto dinheiro. Porque não salvar uma empresa centenária que produz… ARTE?!

recebido via email:

Carta Aberta a Sua Exa. O Primeiro Ministro

Em 1884, Bordalo Pinheiro funda uma fábrica de cerâmica artística, que pretende exemplar, nas Caldas da Rainha. Aí, aquele que muitos consideram o maior artista português do séc. XIX desenha, inventa, modela e pinta milhares de peças que concretizam, excedem e amplificam toda uma tradição, definindo um estilo que ainda hoje, tantos anos volvidos, todos identificamos imediatamente. Mais de cem anos após a sua morte, a fábrica herdeira do seu saber continua a produzir esta obra genial.

As notícias recentes e inquietantes sobre o futuro da Fábrica de Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro obrigam-nos neste momento a manifestar-nos publicamente. Por preocupação com um património histórico único e em defesa da obra de um artista que desde finais do séc. XIX integra o imaginário nacional.

Num momento em que a vida desta empresa conhece piores dias e quando se perspectiva a venda desta fábrica, apelamos a uma intervenção do Estado, qualquer que seja o seu futuro, no sentido de:

- Salvaguardar que o espólio do artista Bordalo Pinheiro (moldes, desenhos e peças originais) se mantenha na fábrica e seja a matriz de uma nova estratégia de qualidade e afirmação da marca Bordalo Pinheiro;

- Aprofundar a inventariação, estudo, preservação e divulgação deste espólio, promovendo o reconhecimento de uma faceta menos consagrada deste artista;

- Salvar uma fábrica única pela sua história e pelo saber especializado daqueles que aí trabalham, assegurando a transmissão deste na formação de futuras gerações, de modo a fazer também desta empresa um lugar de ensino;

- Estimular, simultaneamente, a renovação da marca Bordalo Pinheiro, envolvendo nomes prestigiados e novos valores do design e das artes;

- Contribuir para a definição de uma estratégia que reposicione a marca Bordalo Pinheiro num segmento de mercado de excelência, a nível nacional e internacional, investindo na sua divulgação, marketing e distribuição.

Os autores desta carta apelam pois ao Estado para que, neste momento crítico, olhe para a singularidade desta situação e, nós próprios, não nos demitindo das nossas responsabilidades enquanto cidadãos, disponibilizamo-nos para contribuir para essa reflexão.

Autores:

Raquel Henriques da Silva, Professora de História da Arte, FCSH Universidade Nova Lisboa.

Joana Vasconcelos, Artista Plástica.

Elsa Rebelo, Coordenadora do Atelier Artístico da Fábrica Bordalo Pinheiro

Henrique Cayatte, Designer, Presidente do Centro Português de Design.

Bárbara Coutinho, Directora do MUDE. Museu do Design e da Moda

Catarina Portas, Empresária A Vida Portuguesa

Lúcia Marques, Curadora Independente

Carmo Afonso, Advogada

ASSINE A CARTA ABERTA ATRAVÉS DO SEGUINTE ENDEREÇO:

http://www.petitiononline.com/Bordalo/petition.html

copie e cole, ou clique AQUI
.

3 comentários:

Isabel Magalhães disse...

J;

Boa ideia fazer este post.

(Já tinha assinado quando recebi o e-mail.)

Anónimo disse...

Óptimo J António e Isabel.
É a mesma luta da Fábrica Irmãos Steffens, dos bordados de Castelo Branco ou das tapeçarias de Portalegre, entre outras.
O que está em causa é a Memória e também a produção de Arte - única porque diferente e característica.

Unknown disse...

.

Tenho para mim como uma das 'missões' da minha vida o pugnar sempre, e por todos os meios legais e possíveis, pela nossa cultura e pelo nosso património histórico.

Não me furto a fazê-lo através da blogosfera, um excelente meio para comunicar e divulgar alguns casos que merecem a nossa atenção.

Este caso é, para dizer o mínimo, escandaloso. Temos que agir com todas as 'armas' que estiverem ao nosso alcance antes que seja tarde demais.

Para não chorarmos sobre leite derramado.

.