domingo, 12 de outubro de 2008

O Futuro do Magalhães



"Apesar dos muitos formulários para preencher, das várias comissões inventadas, das múltiplas áreas de projectos criadas, das reuniões de avaliação curriculares e outras reuniões obrigatórias, das aulas de substituição, da falta de funcionários administrativos e de acção escolares, das turmas com muitos alunos… apesar de outros sobrecarregos, os professores ainda preparam as matérias e vão dando aulas obrigando as “indefesas” criancinhas a ouvirem, a decorarem uns tanto conhecimentos que têm de debitar em provas que vão ser classificadas pelos tais professores que conseguem estender as 24horas do dia.

O Ministério estava admirado como esta classe – os professores – ainda existem e resistem. Então foi buscar o Magalhães. Fez festa e inaugurações na abertura do ano escolar, explicou esta “nossa” máquina e as vantagens (e até deu informações falsas: afinal o dito não é português e já era conhecido até no terceiro mundo), mas os professores lá estão a dar as suas aulas. É verdade que muito desgastados e desencantados, mas teimosamente a ensinar.

Há quem afirme que com o aprofundar dos conteúdos do Magalhães dentro em breve vão-se ver livres desta classe de profissionais. Cada criança transportará o saber necessário nesta bonita “pastinha” e, pronto: é só ir mudando de Magalhães todos os anos. E dizem também que o Ministério da Educação vai ser reestruturado ficando apenas a ministra para tutelar o Ministério do Magalhães. O que vão fazer às escolas? Nada, apenas fechá-las. "

5 comentários:

Anónimo disse...

E "elas" e "eles" a darem na "vaca fria", melhor "a serrar presunto".
Já lá vão muitos anos atrás havia um pequeno partido político na altura, que dizia que era uma epinha atravessada na gargante de Álvaro Cunhal.
POr aqui, a espinha está transformada em algo mais volumoso, o Magalhães.
Passam a vida a andar à nora, sempre à volta e não conseguem sair do mesmo sitio
Resmungão

Anónimo disse...

Que me desculpem os autores do Blog, mas ao que consta, a grande maioria dos professores, este ano, e só lá vai um mês de aulas, já recorreu à psicanálise.
Jáo não almoçam, jantam, passam as noites em claro, sem dormir, sonhos horríveis, pesadelo maior ao levantar. Não saber como enfrenatr os miúdos na escola - tanta foi a matéria que tiveram que estudar até às tantas da manhã, para terem a lição a dar na ponta da língua, a informática do Magalhães põe o mais descontraído cidadão for de si, tanta a complexidade.
Depois, os encargos adicionais em água, sabonetes e shanpoo, pois chegam a casa estafados, pior do que andar a abrir caboucos na construção civil e só um, dois ou três banhos, conseguem afastar o cheiro horrível a suor que trazem do seu dia de trabalho.Com a cabeça em água por causa dos inquéritos das avaliações de tanta burocracia, que mais parecem uns "mangas de alpaça" à moda antiga.
Assim é e, passados meia dúzia de dias, aí estão, a emborcar comprimidos para baixar o stress e para as insónias.
Por sorte, já estão a meio de Outubro e té às próximas férias do Natal, pode ser que ainda recuperem.
Vamos ver

meninaidalina disse...

Não deixa de ser interessante a forma apaixonada com que se comenta a educação e como aquilo que mais apaixona é a função de professor. Aceita-se que,
em todo o lado, há profissionais competentes e incompetentes e concerteza na classe dos professores também os há.

Não podemos é tomar o todo pela parte, nem reduzir a educação apenas a um dos seus actores (professores) e resolver “ cascar como se eles fossem os bodes expiatórios da nossa sensação de incómodo face à educação. “

Percebo a tentativa de ser irónico do anónimo das 11:21 porém, o comentário resume-se a lugares comuns e alguns preconceitos, porque aquilo que, do meu ponto de vista não percebeu, é que nas instituições, a sua organização disfuncional pode ter consequências graves nos trabalhadores que aí exercem funções. Falar em “ Burnout” será demasiado e não entenderá, tanto mais que a superficialidade é a mãe do populismo estéril.

O Magalhães só por si, sem ter enquadramento na forma como este será útil no processo educativo revela-se uma medida superficial e populista . Como tal geradora de muita contorvérsia.

E mais , o que será mais importante o Magalhães ou Escolas devidamente equipadas?
Temos de ver as prioridades que um governo estabelece e parece que a única prioridade do Ministério da Educação é o “ dar cabo da imagem social dos professores” e distribuir Magalhães .

Tiazoca de Oeiras disse...

D. Anunciação a Tiazoca concorda consigo mas sabe há prioridades e prioridades e as prioridades do Governo não são as nossas prioridades ...porque as prioridades deles saaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaão muito complexas ....
LOL

Isabel Magalhães disse...

São muito complexas apesar do 'Simplex'...

Quanto aos professores e à sanha que lhes move um assíduo anónimo que aqui vem debitar umas piadas, desta vez esqueceu-se de mencionar que os citados "têm 3 meses de férias no verão e reformam-se todos com mais de 3.000 euros/mês". sic.