quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

CARLOS A SARAIVA

----- Original Message -----
From: José Barroco
To: Isabel Magalhães
Sent: Thursday, February 14, 2008 7:49 PM
Subject:

Isabel

Pediu-me o Carlos uma mensagem para a edição de aniversário do Jornal que sai agora.
Enviei o texto que junto em anexo e peço que publiques no blogue.
Um grande abraço

José Barroco



Por Quem os Sinos Dobram?

No passado dia Sete, - dia dos meus anos – tive oportunidade de falar pela última vez com o Carlos Saraiva, na inauguração da Exposição “ O Homem e a Obra “, alusiva ao Igrejas Caeiro, na Fundação Marquês de Pombal, em Linda-a-Velha.

Como sempre, voltámos a falar da minha promessa não cumprida de levá-lo a comer um magnífico Leitão à Bairrada, num conhecido hotel de Cascais.

Hoje de manhã, ao ouvir dobrar os sinos, fiquei a saber que nunca irei cumprir tal promessa.

O Carlos Saraiva tinha pousado a pena de jornalista para sempre.

Nos últimos três anos em que convivi, confraternizei, discuti e gesticulei com o Carlos, passei a conhecer um lutador, um inconformado, um genuíno jornalista.
Como poucos, o Carlos soube “ meter o dedo na ferida “, conhecer os diversos protagonistas da política, cultura e desporto de Oeiras.
Não temos dúvidas que ninguém é insubstituível.
Mas eu acho que fiquei mais pobre! O jornalismo ficou mais pobre e Oeiras perdeu uma voz incomodativa para alguns, mas quase sempre sincera e acutilante.

Naquele dia Sete, o Carlos pediu-me para fazer umas palavras para inserir na edição de aniversário do “ Jornal de Oeiras “, em nome da Freguesia de Linda-a-Velha.

Pouco mais posso dizer, que transmitir à família, amigos e colaboradores do “ Jornal de Oeiras “ os sentidos pêsames pela perda prematura do Carlos.

E resta-me desejar – porque é minha convicção ser essa a vontade do Carlos – votos de longa vida para o “ Jornal de Oeiras “, que conte muitos aniversários como o de hoje e saiba manter-se firme nos princípios que sempre o guiaram.

Que o Carlos descanse em Paz!

José Barroco

5 comentários:

Anónimo disse...

Tudo o que se possa dizer, do carácter Humano e do brio e dignidade profissional do Carlos Saraiva, é pouco, é muito pouco.

O seu bom exemplo, comparado e confrontado com o que se vê à nossa volta, em particular aqui bem perto de nós, nesta profunda territorialidade oeirense.

Ao Jornalista, ao cidadão, ao Amigo, sincero e Honesto, a Nossa profunda saudade e o mais reconhecido e sincero Obrigado Carlos.

Dr. José Pesdro Barroco, comungo contigo o mesmo sentimento de reconhecimento.

José Ferreira

Isabel Magalhães disse...

Também fiquei mais pobre. Fica-se sempre mais pobre quando se perde um AMIGO.

No dia 7, faz hoje precisamente uma semana, pouco conversei com o Carlos porque a Exposição/Homenagem do Igrejas Caeiro na FMP estava super animada, montes de gente conhecida a quem falar, mas agendou-se a 'bica' para esta semana.
Lembro-me que numa exposição recente tb na FMP tive com o Carlos S. uma interessante conversa sobre Deus e embora com opiniões diferentes em essência estávamos muito próximos.

Rui Freitas disse...

Deixo-te apenas UM ABRAÇO, Amigo Carlos...

Anónimo disse...

O Concelho de Oeiras está de luto. O Jornalista Carlos Saraiva era uma figura de grande estatura e alma do prestigiado Jornal de Oeiras. Sem ele ficamos mais pobres de inteligência, bom-humor e companheirismo. Carlos Saraiva era um pilar fundamental da participação democrática e cívica dos munícipes, com um sentido de cidadania e profissionalismo exemplar, acompanhou e acarinhou a vida social, política, desportiva e intelectual de Oeiras. Edificou e credibilizou de forma notável o Jornal de Oeiras. Vai ser mais difícil concretizar a democracia participativa em Oeiras, e deixará eternamente um rasto de saudade com aqueles que com ele tiveram o privilégio de conviver.

O velório inicia sexta-feira dia 15 pelas 16.00h na Igreja de S. Julião da Barra e a missa de corpo presente no Sábado às 10.00h.
João Viegas

Jaime Conceição disse...

FINAL

É chegada a hora da partida!...

Deixaste a prisão
Onde desde o nascer
Permaneceste.
Deixaste a cela
do mundo onde viveste.
Deixaste as algemas
Que desde sempre te apertaram.
Deixaste as ordens,
Desordenadas,
Que te regeram!...
E partes em liberdade!...

Livre dum corpo
que se separa de ti!...
Elevas-te no espaço…
Isento de formas,
Isento de dores,
Isento de lágrimas.
Partes em liberdade,
Deixando para trás os sons
Das vozes enfraquecidas.
Deixando as luzes ténues das velas.
Ficando oco o barro
No leito onde adormeceste.

No pó em que te transformares,
Sobre esta terra dormirás.
Num sono eterno deitado.
Dando vida a novas vidas
Novos seres terão chegado.

Adeus aos olhos que te viram.
Adeus ás vozes que te escutaram.
Adeus ao Sol e à Lua.
Adeus ao Mar e ao Fogo.
Adeus à Luz que se acendeu,
Quando nasceste…
Adeus Carlos,
Até sempre…
Namastê!...

17/2/2008