sábado, 16 de fevereiro de 2008

CARLOS A. SARAIVA

Perdeu-se um Homem único, um não desistente, um lutador extremo que apoiava todos, tanto nas suas más horas como nos bons momentos.Tenho orgulho em ser filho dele e sinto pena não só pelos meus irmãos (principalmente por eles, que viveram com o meu pai os seus melhores anos de toda a sua curta vida)como por Oeiras em geral que perde um simbolo histórico desde a sua existência ...Peço a todos que honrem o BOM nome dele e que lutem pelo que ele lutava...

BERNARDO SARAIVA


No poiso final do meu Pai, moram com ele todo o amor que semeou com palavras embrulhadas em verdade e franqueza.Na minha boca, TODAS as palavras ficarão aquém do que é obrigatório dizer e qualquer grito é vago e iverosímil. Carlos Saraiva, mais que meu pai, foi seguramente o ser vivo mais irrepetível que alguma vez conheci, dotado de um carisma anormalmente desmesurado, o meu Pai bafejou almas várias com socorros a vulso e abraços gratuitos. No limiar da despedida fica um amargo de boca por seres tão grande, por seres tão ÚNICO.Curioso é de notar como o meu Pai se desdobrava no papel de cidadão interventivo e jornalista apaixonado, de caneta em riste Carlos Saraiva emocionou uns, fez tremer outros. Genuinamente inquietante, inacreditavelmente activo, este foi um Homem sem idade...Onde quer que estejas meu Pai, fica na garantia que o teu sangue transborda de orgulho de tudo o que representas e que (melhor seria) aqui estaremos para que, qual tribalismo, enchermos as tuas medidas naquele que é o teu apaixonante legado.Do espaço para o espaço, olho no olho, teu filho, meu Pai...

Amo-te muito.
Rodrigo Saraiva


[Da caixa de comentários]

15 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Caro Bernardo Saraiva;

As minhas sentidas condolências extensivas aos seus irmãos e restante família.

Isabel Magalhães

Rui Freitas disse...

Um abraço FORTE, e a certeza de que os AMIGOS NÃO ESQUECERÃO o CARLOS.

Anónimo disse...

Melhor do que eu, ou todos nós, são os filhos quem mais sabem dizer sobre essa personagem apaixonante que foi em vida, o Carlos Saraiva. Um dos poucos homens que deverão, por nós oeirenses, ser recordado depois da sua prematura morte.

Para mim, cidadão deste concelho, foi mais do que um Jornalista de caneta em riste, na luta pela Liberdade, ele era sobretudo um português convicto, absolutamente ciente, dos seus direitos e acima de tudo, dos seus deveres. Aprendi com ele, mesmo com os meus 57 anos de idade, e vida sofrida nesta terra de Barcarena e neste concelho de Oeiras, que mal sei identificar.

Quero expressar aos seus filhos e demais família e amigos, o meu agradecimento, por ter conhecido e privado com Carlos Saraiva, sem dúvidas, uma referência de liberdade, de cidadania e de apurado sentido social e humano.

Conheci poucos oeirenses, com a sua garra e vontade de mudar este mundo, tornando-o mais plural e luminoso, para todos, e não apenas para alguns.

Mariano Gonçalves

Fernando Lopes disse...

Mais uma vez me refiro a alguém que conheci apenas através da pena.

Não podia deixar de ficar emocionado com os escritos dos seus filhos. Que belo e raro testemunho.

Este Homem escreveu (livros), plantou (árvores de humanidade)e teve filhos que o veneram.

Vive!

Anónimo disse...

Cara Isabel,

Não sei se nos conhecemos (talvez sim), mas isso não importa. Quero começar por lhe agradecer o esforço para manter viva a memória do meu pai. Peço-lhe depois que publique este pequeno texto sobre o Carlos Saraiva, o meu Pai.

Até sempre Pai!

O chão branco de uma folha não é suficiente para contar todos os ensinamentos que contigo aprendi. Mas uma coisa te prometo: não mais deixarei de dizer em voz alta o quanto foste (és) importante para mim, isto apesar das tensões e dos arrufos que são parte insubstituivel da relação entre o melhor pai do mundo e qualquer um dos seus filhos.

No beijo do teu adeus, descobri a importância dos teus silêncios e dos teus olhares, por vezes de reprovação. Não eram mais do que um sinal da tua preocupação com o rumo que a vida dos que sempre amaste podia tomar. Afinal, e como sempre, tinhas razão.

Sabes, Pai... Não é fácil lembrar-me de ti sem que uma ou duas lágrimas escorram rosto abaixo, em sinal de uma saudade que é tudo menos gratuita ou, como tu dirias, é tudo menos "uma mariquice". Há no entanto algumas coisas que me confortam. Desde logo a convicção profunda de que, apesar dos teus exageros, foste profundamente feliz nos últimos quatro anos. Depois porque tinhas ao teu lado a Teresa Lima, certamente uma grande mulher. Por outro lado, fiquei a saber, por estes dias de despedida, que tu, Pai, foste e serás uma referência da vila de Oeiras que tanto amavas. Ouvir tanta gente falar de ti, dizer tantas coisas bonitas e verdadeiras a teu respeito, sabendo que não tinhas nada em troca para lhes dar a não ser a tua enorme grandeza como homem e como Pai fez-me sentir ainda mais orgulho em ser teu filho.

À Joaninha, minha "mana" e ao Miguel Morgado peço mais uma vez que não deixem morrer o sonho do meu Pai: resistam a tudo e a todos que queiram pôr um ponto final no Jornal de Oeiras. Por favor, não desistam de lutar e de continuar o sonho dele.

Pai, eu sei que, mais cedo ou mais tarde, havemos de nos encontrar. algures numa esquina do tempo. Até lá ficará para sempre a saudade e a responsabilidade de falar de ti a toda a gente porque, sem a menor das dúvidas, tu és e serás sempre a minha referência e o meu modelo. Até sempre, Pai!

Nuno Saraiva

Isabel Magalhães disse...

Caro Nuno;

(Talvez sim), mas como diz e muito bem isso agora não importa. No entanto, quero dizer-lhe que sei quem é, o que faz e onde o faz, porque o Carlos, ainda em recente conversa, mo confidenciou. De que falam os pais e as mães? Dos filhos! E ambos falavamos dos filhos com enorme orgulho, e das preocupações dos filhos que são sempre as nossas preocupações. E no meio das conversas sobre Arte; - era nas exposições de Arte que nos encontravamos principalmente - falava-se de tudo, e de política, porque a política está em tudo.
O Carlos tinha aquele jeito de perguntar o que já sabia, e que eu lhe conhecia pelo risinho 'ao canto do olho' e, quando me pedia a minha opinião sobre Arte eu respondia-lhe, invariavelmente: 'Eu não sou crítica de arte; se os críticos soubessem pintar, pintavam', (espero que nenhum crítico me leia) e depois ria-mo-nos e, é assim que quero lembrar-me do Carlos Saraiva, a rir, a trocar pequenas 'fofocas' inóquas, a trocar notícias, informações, preocupações entre as 'miniaturas' e os 'canapés'. Falta dizer que lamento o último café que não se cumpriu, por culpa minha, porque não telefonei, porque achamos sempre que o amanhã nunca chega...

O Carlos Saraiva vive. Vive na alma dos que o conservam no coração.

Um abraço

Isabel Magalhães

Anónimo disse...

Carlos Saraiva:

Não vivo no concelho de Oeiras e raras vezes tive oportunidade de ler o jornal que dirigia.
Ainda assim quero expressar a toda a família e amigos a minha solidariedade neste momento de mágoa.
Estou certa de que a obra continuará!
Um abraço e até sempre.

Anónimo disse...

Como tu próprio me disseste um dia "no lugar das palavras que nunca se dizem há muitas vezes silêncios que falam de toda uma vida!"... É a minha vez de dizer que apesar de rebelde, irreverente e inquieto eu sabia que do outro lado de tudo isso havia sempre um pequeno gesto, uma palavra desajeitada ou mesmo um lágrima de silencio... Um ano trouxeste-me uma boneca a quem lhe deste o nome de Criança e que era o principio de tudo e de todos os valores em que convém acreditar para vida...Nela estavam todos os teus gestos contidos e todos os afectos silenciados...

Com admiração, ternura e um enorme beijo...
A tua sobrinha afilhada

Andreia

Anónimo disse...

Isabel

Sobre o tal café que ficou por tomar:

Às vezes andiamos os sonhos
para um amanhã com mais tempo.
Mas quando esse tempo chega
os sonhos são só lembranças
porque os actores já partiram.

Um abraço

Clotilde

Isabel Magalhães disse...

Querida Clotilde;

Não é só às vezes, é muitas vezes que adiamos estar com os amigos, adiamos uma conversa, porque não temos tempo. Tempo, a falta de tempo, esse mal terrível da nossa civilização. E depois, um dia, percebemos que é tarde...

Outro abraço

I.

Anónimo disse...

Sinto muito. Não esperava.

Conhecia-o de o ler e já o apreciava mas foi o artigo sobre a Fá que me maravilhou. Soube hoje que já não está visível mas sinto que não poderá afastar-se dos lugares nem das pessoas que o apreciaram.


O "até logo" chegou rápido
Nem um ano demorou
E foi o poema mais belo
Que jamais se publicou.

A noite também vai cair
No Jornal que dirigia
Choraremos esta partida
Que nenhum leitor previa.

E fica enorme vazio
Pois partiu um conhecedor
Dos assuntos que tratava
Com saber e com calor.

E se a morte não existe
Continuará presente
Nos espaços que percorreu
E também na nossa mente.

Anónimo disse...

ATÉ SEMPRE MEU QUERIDO


Tudo o que aqui li é tão lindo, tão verdadeiro, que me sinto pequena e a precisar de um abraço teu. Meu companheiro com lugar cativo neste coração tão amachucado para albergar tanta saudade. Que mãe linda e gigante que tens, que filhos tão grandes e irmãos e sobrinhos maravilhosos. Como foi marcante o teu percurso na vida de todos que te conheceram ou mesmo, onde tu ao de leve poisaste com esse teu sorriso e olhar que falava. Todos nós e todos os lugares te encontrarão sempre, numa frase, num poema, n um rascunho, ou até no brilhar de uma estrela. Fiquei mais pobre com a tua mudança para "o virar daquela tal esquina", mas ao mesmo tempo completa por termos feito juntos planos de vida incontáveis. Obrigada Carlos.
Continuas tão presente, como se nesta mesa estivesses sentado e agora mesmo me perguntasses "apetece-te ir à rua beber café?".
Um dia, li-te algo deste género: "nunca vou deixar de sonhar, pois só assim todos os dias terei um segredo para te contar". Tu respondeste-me a sorrir: "faz isso querida!".

Fica em paz

Um beijo meu todos os dias

Teresa Lima

Anónimo disse...

Boss, meu querido Boss.

As páginas do Jornal mais dificil que algum dia tive que fazer, estão fechadas.
No entanto, a história que há três anos começámos, o laço raro e incrível que criámos não vai ser possivel de terminar. Nem sequer quero que aconteça.
Foste um professor, um mestre, um ombro amigo, um abraço forte e sentido e tudo aquilo que te posso dizer é obrigada.
Por aquilo que me ensinaste, mas mais pela pessoa que eu me tornava quando estava à tua volta.
Devo-te tanto, e tive tão pouco tempo contigo. Nunca é suficiente. Mas esta jornada foi intensa, com mais alegrias que tristezas, e só nós é que sabemos como todas aquelas noites na redacção eram loucas, divertidas, de muito trabalho e muita cumplicidade.
Carlão, guardo tudo cá dentro e vou levar-te sempre comigo, porque a pessoa que muda uma vida, como tu mudaste a minha, não se esquece, nunca.

À Teresa, ao Mano Nuno, Mano Rodrigo, Mano Bernardo e todas as pessoas maravilhosas que conheci através do Carlos...Vou em frente, como ele me ensinou.

um beijo do tamanho do amor e admiração que sinto por ti, Boss.

Joana Coelho Lopes (Rabbit Lops, só para ti)

Anónimo disse...

Conheci um Homem,há um bom par de anos. Escasso tempo, confirmo-o agora face ao que ainda me poderia proporcionar.Bastante, porém, para me tornar mais rico e me oferecer momentos inesquecíveis, não obstante o nosso relacionamento circunstancial.Mas amigo.
O Homem é Carlos Saraiva. A sua vincada personalidade, o carácter íntegro, a franqueza instintiva, o sorriso e o riso e as gargalhadas expressivas, o coração ao pé da boca, e tudo o mais que não consigo textualizar, fazem deste amigo que se separou de nós um ser especial para com todos os que com ele se cruzaram esporadicamente ou desfruaram de uma presença mais constante.
Não esquecerei jamais a denúncia, cirúrgica, do que era preciso melhorar, o tiro certeiro no que carecia de ser expurgado, a cultura abrangente que transpirava, com alguma ironia sã, nas delicisas crónicas semanais "Um Homem na Cidade", sem esquecer o seu indesmentível valor literário.
Aos filhos Nuno, Rodrigo e Bernardo(e restante família), a minha solidariedade, na certeza de que, igual orgulho que vós,os filhos, tendes nele só o que ele nutria por filhos, seus.À(o)s colaboradore(a)s do Jornal de Oeiras,(em especial à Joana,por se tratar da minha filha), um estímulo para continuarem a tratar deste "seu menino",que o Carlos deixou nos vossos braços
Até sempre , Carlos.

Xavier Coelho Lopes

Anónimo disse...

Querido colega e amigo.....
Hoje é segunda-feira e não te encontrei sentado na tua mesa de trabalho de luz acesa (porque ainda nem te tinhas deitado....), como éra costume! Vou sentir falta das nossas conversas, vou sentir falta das nossas risotas, vou sentir falta dos teus petiscos aqui no jornal, vou sentir falta de te ver todos os dias, vou sentir falta dos meus "beijinhos na testa" de despedida, todas as vezes que saias para algum trabalho - "miuda, porta-te bem!"...
Nunca te vou esquecer.....Carlos!
Estarás sempre no meu coração....

Candida Pinto (Jornal de Oeiras)