sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

eu não disse... (a mim próprio)

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Quando em 19 DEZ 2006, 15:18, tirei esta fotografia acima, senti que era a última oportunidade que tinha de o fazer.


Ontem fiquei a saber que eu, sem saber sabia... pois ontem, 21 FEV 2008, 18:11, ao passar no mesmo local, foi isto abaixo que fotografei.


À cautela tenho-me empenhado, dentro do possível, em percorrer Oeiras e em registar fotograficamente os poucos vestígios do passado - da memória - que vou encontrando.
Convido os oeirenses a fazerem o mesmo. Se não podermos salvar o património, pelo menos registemo-lo em fotografia e video para a posteridade.
Sei que me compreendem.

imagem: © josé antónio / comunicação visual - CLIQUE PARA AMPLIAR
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14 comentários:

Fernando Lopes disse...

Aplaudo a iniciativa

Cá por mim vou fazer o possível.

Caso contrario, já nem a memória nos resta.

Rui Freitas disse...

Tens toda a razão, Amigo Zé,
Seguirei o exemplo pois, apesar de pensar tratar-se de propriedade privada e não de património a preservar, é sempre bom termos MEMÓRIA!

Laetitia disse...

Não posso crer! Passei tantas vezes por essa rua quando era gaiata a perguntar aos meus botões quando é que reconstruíam a casa. E afinal...
Foi como os prédios em frente! Construídos ontem antigamente existia uma bela vivenda. Ainda me lembro de uma pequena oficina quase perto da papelaria e do café perto do Montepio Geral.

Laetitia disse...

Lembro-me perfeitamente dos jardins em flor à volta da igreja Matriz, da pequena bomba de gasolina em frente à mesma, de quando apanhava os autocarros em frente ao BES. Bons tempos!

Anónimo disse...

Há uma técnica - penso eu - para fazer degradar de propósito. Depois: olha caiu, olha não rende... e lá vem o betão grande, enorme, pesado. Já viram o que estão a fazer Belém/Pedrouços/ Algés entre o eléctrico e a marginal? É o que eu digo: há falta de casas porque os Suevos estão a chegar e se calhar trazem elefantes como o Alexandre Magno encontrou quando das suas campanhas.
Aos menos fiquem as fotos para os nosso filhos saberem como foi.
Clotilde

Anónimo disse...

Gosto sempre de ler os comentários entendidos de alguns "filósofos" desta praça...
Ora então os "velhos do restelo" apenas servem para pagar IMI e pouco mais... "não rende", li algures... POIS NÃO!!!
O seu a quem o pertence e a Santa Casa da Misericórdia, que eu saiba, ainda não é simbolo laranja...
Haja Decoro e honestidade.
É bonito falar, quando de passa ao lado, como se costuma dizer, no formigueiro do vizinho, são cócegas...
Boa noite.

Isabel Magalhães disse...

Este assunto, e outros semelhantes, suscitam-me sempre uma dualidade de opiniões, - razão vs emoção.

Unknown disse...

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O importante é saber e conseguir gerir o espaço urbano edificado (como neste caso) de modo a garantir o progresso e o desenvolvimento, sem destruir o carácter intrínseco, específico e histórico, que caracteriza os espaços das vivências humanas, de forma a que estes permaneçam como memória do passado.

Esta é a essência da filosofia de protecção e reabilitação de centros históricos, na minha óptica.

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Unknown disse...

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Caro Amigo Rui,

Não penso que exista uma fronteira entre património e privado.

Há por todo o país imenso património que está nas mãos de privados, que têm que zelar por ele e a quem não é permitido fazer o que quiserem e lhes apetecer.

Existem progamas específicos para salvaguarda de edifícios situados em centros históricos, p.ex., e muitos destes edifícios são propriedade privada.

Claro que não defendo que tudo tenha que ser conservado.
Mas neste caso específico da Rua Cândido dos Reis, que em tempos era a estrada Lisboa-Cascais, todo este casario antigo que a bordeja é um testemunho do que aquela estrada era. Muitas destas casas eram não só de habitação, mas também de comércio.
Parece-me que em tais situações deve existir um especial cuidado na sua gestão. Não se pode permitir a alienação a qualquer preço, muito menos com o argumento de que é privado, logo o proprietário pode fazer o que quiser.

Se assim fosse, a maioria dos centros históricos já não existia.

Atenção que não estou seguro de que este caso particular esteja integrado no Centro Histórico da Vila de Oeiras. Talvez até nem esteja.
Mas mantenho a minha opinião sobre esta rua e o casario que a bordeja, e de que esta casa, como outras que lá existem, fazia parte.

Abraço

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Fernando Lopes disse...

Volto à carga

O progresso não têm que ser inimigo de uma prática "conservacionista" (aplica-se mais à natureza, eu sei)do património classificado ou por classificar. É mais fácil deixar cair, ou botar a baixo. Mas uma prática integradoura dos núcleos urbanos ou edificações rurais representativas poderia fazer a diferença e vir a ser rentável .

Oeiras disse...

Aquela casa não era património nenhum; agora que o edifício a ser lá construído está mal, está, mas só numa coisa: mantiveram os 40cm de passeio que havia antigamente na fachada para a Rua Cândido dos Reis, em vez dos 2,25m que a Lei actual exige em novas urbanizações.

Na outra fachada, ou vão ter que tirar as árvores (os técnicos da Divisão de Espaços Verdes devem ter um ataque) ou então os vizinhos vão poder descer à rua pelos troncos, tal a proximidade dos mesmos às varandas que estão a ser construídas.

Unknown disse...

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Caro Oeiras,

A sua noção de património parece estar muito desactualizada e desajustada das novas noções científicas da História.

A ideia de que património são apenas os monumentos, classificados como tal ou em vias de o ser, é uma noção muito restrita.

O património é a MEMÓRIA. A começar pelo genético.
Qualquer coisa que seja memória e que nos dê uma imagem do passado é património.

Seguindo a sua presumível ideia de património, é caso para dizer "Deitem tudo abaixo e deixem ficar só o Palácio do Marquês, que é património, e no espaço que sobrar à volta construam prédios modernos de 12 andares..."

Até uma árvore, um rochedo, uma escarpa, uma azinhaga, etc., são PATRIMÓNIO.

Aquela casa, como outras, poucas, que existem mais acima frente à Cruz de Oeiras (marcava o termo da Vila), é/são a memória do que Oeiras era ao tempo do Marquês. Uma estrada de terra que descia em direcção ao Palácio, ladeada de casas destas por ali abaixo, provavelmente com pequenas hortas e de costas para as grandes quintas que se estendiam em torno por todo o lado.

Destruir estas casas é APAGAR ESSA MEMÓRIA.

É certo que não é possível conservar tudo.
Mas é necessária muita sensibilidade e bom senso no que se refere aos centros históricos das povoações.

Oeiras não tem sido um bom exemplo.

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ALTO DO LAGOAL E VALE DA TERRUGEM disse...

Um aplauso para o José António

Subscrevo

Oeiras disse...

Ainda estaríamos a atirar ossos e pedras uns aos outros e a viver em grutas se todos tivessem a vossa opinião... felizmente que não somos todos assim.

São necessários os defensores do património e eu até gosto de achar que sou um deles, mas realmente o meu amigo tem razão, eu acho que do centro histórico de Oeiras, pouco mais do que o palácio pode ser considerado património... exceptuando, claro está, a igreja e as casas das ruas Febus Moniz e 7 de Junho, que são comprovadamente do século XVIII.

Vá lá o meu amigo às cidades por essa Europa fora e veja se preservaram casinhas de um piso com aquela área e sem traça arquitectónica digna de qualquer relevo como a casa que lá estava, que se calhar nem 100 anos tinha... temos que ser equilibrados no que dizemos.

Quando construíram os edifícios um pouco mais abaixo, onde era a maternidade onde nasci, por exemplo, também deve ter havido uns quantos a contestar a demolição das casas que lá haveria dantes... o supermercado que está onde era a SUMEO (lembram-se) também não me agrada mas culpados foram os que não souberam preservar a sociedade, não os construtores ou a Câmara.