O tribunal terá pedido ao Google Inc. e ao Google Portugal, a 13 de Maio passado, que impedissem o acesso à página em causa e, apesar da proibição não ter acontecido «de imediato», foi respeitada, uma decisão «sem precedente em Portugal, mas que, para António Pedro Ribeiro, colaborador do blog suspenso, é «uma atitude autoritária e fascizóide» por parte dos políticos visados.
A sentença foi publicada no novo Póvoa Offline, criado pelo mesmo autor do Póvoa Online, que é anónimo e, presume-se, colectivo, ainda que se escreve sob o pseudónimo Tony Vieira. «Actualmente, a cidade oferece lixo e praias contaminadas, tudo supervisionado por autarcas agarrados ao poder e sustentados por uma teia de corrupção que corrói toda a gestão municipal», acusa.
O presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Macedo Vieira, e o vice-presidente, Aires Pereira, ambos do PSD, nunca chegaram a descobrir quem se escondia por trás do perfil, apesar de terem circulado vários nomes de suspeitos, e interpuseram a providência cautelar que o tribunal julgou procedente, uma vez que considerou provado que «a maior parte do conteúdo do blog» consistia em «artigos de opinião», com o objectivo de «difundir, de forma gratuita, a ideia de que os requerentes são corruptos e corruptíveis».
Para Aires Pereira, os textos são escritos por alguém que, «de forma covarde», se esconde atrás do anonimato. «A minha expectativa é que a sua identidade seja identificada e que se lhe exijam responsabilidades».