sábado, 28 de fevereiro de 2009

Director Nacional da PSP assume "erro" na apreensão de livro


Cultura
Lisboa, 27 Fev (Lusa) - O Director Nacional da PSP, Oliveira Pereira, reconheceu hoje que a PSP errou ao ter apreendido cinco exemplares de um livro que reproduz na capa uma pintura de Gustave Courbet mostrando o sexo de uma mulher, em Braga.

"Eu assumo pessoal e profissionalmente, acho que devemos todos assumir os erros que cometemos e, na minha opinião e depois de uma análise, é minha interpretação que errámos e assumimos o erro", disse Oliveira Pereira em conferência de imprensa.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

"O Planeta dos Homens"

Política
Sócrates recandidata-se a primeiro-ministro em nome da decência
Económico com Lusa
27/02/09 21:14


O secretário-geral do PS, José Sócrates, disse hoje que se recandidata a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas em nome de valores éticos e da decência na vida democrática em Portugal.




. "SÓ CONTARAM P'RA VOCÊ!"

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Ministra da Educação terá o ordenado penhorado

Justiça
Ministra da Educação terá o ordenado penhorado

O Tribunal obrigou Maria de Lurdes Rodrigues a pagar 10% do salário mínimo, por cada dia de incumprimento de uma sentença judicial.


Em causa está uma acção interposta em 2007 por um professor, para anular as eleições para o conselho executivo da Escola Secundária Dr. João de Araújo Correia, no Peso da Régua.

Depois de ter perdido todos os recursos, o Ministério da Educação tinha três meses para cumprir a ordem judicial e repetir o acto eleitoral. Como não o fez, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela decidiu que Maria de Lurdes Rodrigues deve pagar «10% do salário mínimo nacional» por cada dia de atraso no cumprimento da sentença que deu razão ao professor Pedro Pombo. O prazo começa a contar quinze dias depois do trânsito em julgado desta decisão – no dia 13 de Março.

«Enquanto cidadão, tenho o direito e, sobretudo, o dever de pugnar para que a legalidade seja reposta», afirmou ao SOL o docente, que diz esperar «que a tutela assuma, agora, as suas responsabilidades».

Galeria de Arte Fundação Marquês de Pombal

. Clique na imagem para ampliar

Inauguração: dia 28, sábado, às 18h00

Galeria de Arte Fundação Marquês de Pombal

Palácio dos Aciprestes, Linda-a-Velha

Fábrica Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro

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Salvam-se bancos e banqueiros com tanto dinheiro. Porque não salvar uma empresa centenária que produz… ARTE?!

recebido via email:

Carta Aberta a Sua Exa. O Primeiro Ministro

Em 1884, Bordalo Pinheiro funda uma fábrica de cerâmica artística, que pretende exemplar, nas Caldas da Rainha. Aí, aquele que muitos consideram o maior artista português do séc. XIX desenha, inventa, modela e pinta milhares de peças que concretizam, excedem e amplificam toda uma tradição, definindo um estilo que ainda hoje, tantos anos volvidos, todos identificamos imediatamente. Mais de cem anos após a sua morte, a fábrica herdeira do seu saber continua a produzir esta obra genial.

As notícias recentes e inquietantes sobre o futuro da Fábrica de Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro obrigam-nos neste momento a manifestar-nos publicamente. Por preocupação com um património histórico único e em defesa da obra de um artista que desde finais do séc. XIX integra o imaginário nacional.

Num momento em que a vida desta empresa conhece piores dias e quando se perspectiva a venda desta fábrica, apelamos a uma intervenção do Estado, qualquer que seja o seu futuro, no sentido de:

- Salvaguardar que o espólio do artista Bordalo Pinheiro (moldes, desenhos e peças originais) se mantenha na fábrica e seja a matriz de uma nova estratégia de qualidade e afirmação da marca Bordalo Pinheiro;

- Aprofundar a inventariação, estudo, preservação e divulgação deste espólio, promovendo o reconhecimento de uma faceta menos consagrada deste artista;

- Salvar uma fábrica única pela sua história e pelo saber especializado daqueles que aí trabalham, assegurando a transmissão deste na formação de futuras gerações, de modo a fazer também desta empresa um lugar de ensino;

- Estimular, simultaneamente, a renovação da marca Bordalo Pinheiro, envolvendo nomes prestigiados e novos valores do design e das artes;

- Contribuir para a definição de uma estratégia que reposicione a marca Bordalo Pinheiro num segmento de mercado de excelência, a nível nacional e internacional, investindo na sua divulgação, marketing e distribuição.

Os autores desta carta apelam pois ao Estado para que, neste momento crítico, olhe para a singularidade desta situação e, nós próprios, não nos demitindo das nossas responsabilidades enquanto cidadãos, disponibilizamo-nos para contribuir para essa reflexão.

Autores:

Raquel Henriques da Silva, Professora de História da Arte, FCSH Universidade Nova Lisboa.

Joana Vasconcelos, Artista Plástica.

Elsa Rebelo, Coordenadora do Atelier Artístico da Fábrica Bordalo Pinheiro

Henrique Cayatte, Designer, Presidente do Centro Português de Design.

Bárbara Coutinho, Directora do MUDE. Museu do Design e da Moda

Catarina Portas, Empresária A Vida Portuguesa

Lúcia Marques, Curadora Independente

Carmo Afonso, Advogada

ASSINE A CARTA ABERTA ATRAVÉS DO SEGUINTE ENDEREÇO:

http://www.petitiononline.com/Bordalo/petition.html

copie e cole, ou clique AQUI
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Canil Municipal de Lisboa

O Canil da Câmara Municipal de Lisboa dispõe de um serviço de incineração para animais domésticos.

Se tiver a tristeza de ficar sem o seu animal de estimação, por uma pequena quantia - de momento a incineração de um cão de grande porte custa euros 11,14 e os residentes em Lisboa estão isentos do pagamento - a CML disponibiliza este serviço no canil situado no Parque de Monsanto.

Casa agora, paga depois...


















Pitecos

VIII JOGOS FLORAIS DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE POETAS

Oeirenses: vamos lá a concorrer. O regulamento está em

http://appoetas.blogs.sapo.pt/

e depois é só ter um pouco de imaginação.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A reconquista cristã do casamento






O que não falta na Figueira da Foz são donzelas cristãs que, após uma tarde de apostas na roleta, desejam unir-se em casamento com um seguidor do islamismo



Mais de um milénio depois, os mouros estão de volta a Portugal e desta vez querem casar connosco. Em 711 vieram para lutar; agora vêm para contrair matrimónio o que, pensando bem, é quase a mesma coisa, se não for mais sangrento. Por sorte, os cruzados continuam de atalaia e, depois de terem rechaçado a invasão da Península Ibérica, parecem prontos a impedir esta nova e igualmente perniciosa invasão das conservatórias.
Pessoalmente, confesso que não dei por nada. Só sei que os mouros voltaram porque, no espaço de pouco mais de um mês, dois cardeais foram ao Casino da Figueira precatar as moças católicas contra os perigos do casamento com muçulmanos. Eu não conheço uma única senhora que pretenda desposar um muçulmano, nem imagino a razão pela qual os mouros, aparentemente, preferem noivas católicas frequentadoras de casinos. Mas a verdade é que, tendo em conta a frequência dos avisos e o local em que eles são emitidos, o que não falta na Figueira da Foz são donzelas cristãs que, após uma tarde de apostas na roleta, desejam unir-se em casamento com um seguidor do islamismo.
Vivemos em tempos estranhos.
A única senhora com a qual travei conhecimento que casou com um mouro chamava-se Desdémona, e realmente viria a ser assassinada pelo marido, mas não é menos verdade que o principal responsável pela sua morte foi um cristão especialmente pérfido. Suponho que aconselhar as raparigas a evitarem o casamento com mouros que tenham subordinados cristãos particularmente malévolos seja menos eficaz, e até pouco prático, mas de acordo com a minha experiência pessoal é, de facto, o mais apropriado.
Não quero com isto dizer que desconsiderei as recomendações dos cardeais.
Pelo contrário, tomei-as a sério: nunca ninguém me há-de ver casado com um muçulmano. Até porque conheço bem o perigo que corremos quando nos relacionamos com pessoas que interpretam literalmente os textos sagrados, como fazem muitos muçulmanos e o cardeal Saraiva Martins. Mas, em Dezembro de 2007, D. José Policarpo disse que o maior drama da humanidade era o ateísmo. Pouco mais de um ano depois, vem alertar as portuguesas para os malefícios do casamento com gente que acredita e muito em Deus, e esquece-se do perigo que representam os incréus. Não digo que, para impedir os casamentos entre católicas e ateus, volte a entrar num casino. Mas custa-me a compreender que não interrompa ao menos um jogo de poker para avisar as jovens católicas que pretendem casar-se com quem professa o maior drama da humanidade. A minha mulher deveria ter tido a oportunidade de saber o monte de sarilhos em que se ia meter. Estar casada com um palerma que não deseja matá-la por causa das suas convicções religiosas é um drama pelo qual nenhum ser humano devia ser obrigado a passar.
Visão – 26.02.2009

Disparates



Da Vida Real





“Está tudo feito para que nada funcione nem permita funcionar”


É preocupante que a agenda do Governo ande tão permanentemente desfasada das necessidades ditadas pela realidade. Desta vez tocou à Juventude, que tanto precisa de ensino de qualidade e perspectivas profissionais de futuro.

No dia 18 de Fevereiro foi publicada a Lei nº 8/2009, que cria o Regime Jurídico dos Conselhos Municipais de Juventude. A juventude, o futuro, merece-me todo o respeito e empenho. A sua ‘utilização’ politiqueira, não. A Lei nº 8/2009 é um exemplo descarado de politiquice.

Apesar da má qualidade das nossas leis e da sua profusão, raras vezes me foi dado a observar um regime – peço desculpa pela brutalidade – tão pouco inteligente, da composição às competências. Está tudo feito para que nada funcione nem permita funcionar: os conselhos municipais de juventude são compostos, entre outras entidades, por um representante de cada associação juvenil com sede no município, inscrita no Registo Nacional de Associações Jovens, um representante de cada associação de estudantes do ensino Básico e Secundário com sede no município inscrita no RNAJ (exacto, é verdade) e, ainda, um representante de cada associação jovem equiparada a associação juvenil...

Supostamente, estes conselhos colaboram na definição e execução de políticas municipais de juventude em áreas como a habitação, a saúde, etc. Compete-lhes também emitir pareceres obrigatórios sobre alguns projectos de regulamentos, bem como sobre o orçamento municipal e o plano anual de actividades.

Não imagino quão preparada esteja, por exemplo, uma associação de jovens do ensino Básico para discutir estas matérias em toda a sua complexidade. Ignorância minha. A administração participada é para aplaudir, mas isto não é administração participada, é demagogia e instrumentalização.

Em Lisboa, não vejo onde caiba ou onde possa reunir, nem sequer como possa reunir, um órgão com tal estrutura, considerando que o município está obrigado a disponibilizar instalações ‘condignas’, note-se.

Entretanto, a fome cresce na cidade e o desemprego também, com grande incidência entre a juventude.

Ele há, de facto, mentes brilhantes cujo objectivo esta humilde escriba não descortina e pormenores de intendência que obviamente me escapam.

Haja juízo e preocupação com coisas sérias, que de medidas demagógicas e entropias no sistema estamos todos mais do que fartos.

Paula Teixeira da Cruz, Advogado

Adiado julgamento de Isaltino Morais por corrupção

Tribunal de Oeiras

O julgamento de Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, por crimes de corrupção, abuso de poder, fraude fiscal e branqueamento de capitais, foi hoje adiado por falta de notificação dos arguidos.
O Tribunal de Oeiras não consegui notificar todos os arguidos o que levou ao adiamento da sessão de hoje que marcava o inicio do julgamento por crimes de corrupção e abuso de poder do autarca de Oeiras.
O julgamento deverá agora ser marcado para daqui a pelo menos um mês.

PORTUGAL DE VERDADE

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Acaba de ser inaugurado o blogue Fórum Portugal de Verdade em http://portugal-de-verdade.blogspot.com/ .

OEIRAS ESTERILIZA CÃES E GATOS

Caro Leitor;

Divulgue esta informação; quem sabe assim começamos a ter menos animais abandonados e ninhadas indesejadas.

A partir de Abril, os munícipes mais carenciados de Oeiras poderão pedir gratuitamente à Câmara para fazer a esterilização dos seus cães e gatos, uma iniciativa de carácter social destinada também a defender a saúde pública. A autarquia dará prioridade aos animais de companhia de idosos.

Reabertura do Forte de S. Jorges de Oitavos


PONTOS DE VISTA por JORGE MIRANDA

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DEVORISMO



A intenção de a Administração do Porto de Lisboa fazer construir a sua nova sede no terrapleno ribeirinho frente a Algés é sabida desde cerca de 2006. Mas perece que só agora se tomou consciência da lesão paisagística que tal projecto acarretará. Foi necessário que esta autoridade levantasse impedimento (já ultrapassado) à utilização daquele espaço para a realização de um festival de música, agora na terceira edição consecutiva, para se acordar e cair na real. E o projecto de execução já se encontra concluído e a obra, infelizmente, irá avançar no segundo semestre deste ano.

A Administração do Porto de Lisboa goza de autonomia no seu espaço de jurisdição. Vive em autarcia. É uma “ilha” que se desenvolve numa larga área distribuída pelas duas margens. Nem sequer tem de submeter a licença os projectos que empreende. E neste quadro decidiu construir o edifício da sua nova sede sem dar conhecimento à Câmara de Oeiras, o que nos parece que estaria obrigada, embora sem obrigação de se sujeitar ao seu parecer.

Agora que o poder autárquico tanto reivindica a restituição do Tejo para fruição da população e reclama a preservação do espaço, livre de barreiras, especialmente de cimento ou de contentores (veja-se o que se pensou para Alcântara), o Porto de Lisboa dissipa uma portentosa área, com potencial aptidão para o recreio e lazer, para fazer construir um imóvel, em proveito próprio. Primeiro “eu”, depois a população! Sem lesar a comunidade, a opção deveria recair sobre outro terreno.

A construção projectada, “em forma de paralelepípedo alongado, tem dois pisos e assenta sobre pilotis”. Embora o primeiro piso seja vazado, o edifício é “alongado”. Constituirá, portanto, uma muralha que macula a paisagem. E temo-lo como um atentado urbanístico, dadas a vocação do espaço e o seu desejável equilíbrio.

Mas se a Administração do Porto de Lisboa mostrou insensibilidade e não terá ponderado as consequências do seu projecto, a Câmara de Oeiras teve o mesmo comportamento. Porquê só agora protestou e por causa de um efémero festival? Foi um acontecimento acessório e não a essência que motivou a reacção. E porquê uma intervenção “contida” da Câmara e apenas, publicamente, o aparecimento de uma petição de protesto liderada pelo vereador Pedro Simões?

Ir-se-á a tempo de travar o processo?

Jorge Miranda
jorge.o.miranda@gmail.com
Com os habituais agradecimentos ao Autor e ao Jornal da Costa do Sol pela cedência do artigo e à revista municipal oeiras actual pelo uso da foto.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Oeiras Mais à Frente

Mais à frente porque, em Oeiras, tudo é legal. Mesmo quando parece que não. 

Afinal de contas, os campos de futebol não se pagam sozinhos...



Há um blog criado, julgo eu, por alguém da associação de moradores que a reportagem mostra: http://www.carnaxidedebetao.blogspot.com/


Assim vai o Isaltinismo.

Custa os olhos da cara...

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Pirotecnias





23.02.2009
O partido governamental realiza o Congresso num dos momentos de maior crise da democracia portuguesa. Crise imensa de valores que, entre dúvidas na lisura de quem nos governa e inseguranças quanto às instituições da República, nos roubou o sentimento de dignidade e orgulho nacional que é o que inspira os povos a ultrapassar as crises. Sem essa ferramenta, ao fim dos quatro anos de governação de José Sócrates - entre Freeport I e Freeport II - Portugal vive um quotidiano de descontentamento.

Como conduzir os trabalhos do mais importante órgão do partido, evitando que números do desemprego diariamente desactualizados não dominem as preocupações de militantes responsáveis? Como evitar que o desencanto dos estraga-festas desfigure com a realidade relatos mediáticos mais virtuais?

Com uma operação de choque e espanto de efeitos pirotécnicos, sob a forma de moções e diversões. O guião arranca com uma supergirândola que rebenta qual big-bang e ocupa o espaço de debate dominando o Congresso: "O Tino de Rans já não pega. Vamos convidar Mahmoud Ahmadinejad, Raúl Castro ou Hugo Chávez", propuseram os assessores de media. "Ahmadinejad não vem! Nós nem sequer somos islâmicos e os iranianos já disseram que não gostam do casamento homossexual. Os irmãos Castro sempre irritaram Mário Soares, portanto, não. Ficamos por Chávez. Ninguém o convida na Europa e ele vem de certeza. Soares acha-lhe piada e as televisões vão andar sempre atrás dele".

"Porreiro, pá. Mete aí na agenda um jogging na Cova da Moura e manda vir da Havanesa cinco caixas de Coronas que ele também ainda fuma". Um conselheiro mais prudente dirá que com esta vinda de Hugo Chávez talvez seja melhor eliminar na tradução para espanhol da moção do secretário-geral aquela parte na página 6, onde se lê : "uma após outra, as ditaduras inspiradas pelo comunismo foram derrubadas pelos povos em busca de liberdade e democracia". 'Está claro que isto é dirigido ao PCP, mas parece mal, logo agora que o camarada Chávez se tornou presidente vitalício". "Depois, para cobrir os problemas das escolas, da saúde, da justiça e da falta de Magalhães vamos lançar então a proposta do casamento gay. Para já como um processo facultativo aberto aos cidadãos que o requeiram, mas que tendencialmente poderá ser obrigatório, a menos que se pague uma coima ao atingir-se a maioridade. Essa parte deixa-se para quando a Comissão Europeia nos impuser o procedimento relativo aos défices excessivos. Para os pensionistas deixarem de fazer contas a pacotes de subsídios e complementos que não chegam para os medicamentos diários nem para a meia de leite e o folhado de salsicha mensal, aí lança-se a discussão sobre a eutanásia. Ficam todos cheios de medo e não falam mais disso".

E pronto. Inspirado pela presença de Chávez, o Congresso votará por unanimidade as 26 páginas da moção de José Sócrates. Mesmo aqueles pontos da página 4, onde se descreve que no passado houve uma fase de "falta de sentido de Estado e da dignidade das instituições tão intolerável que obrigou à demissão antecipada do Governo". Esta é a parte mais perigosa da moção de Sócrates. Claro que ele se refere ao governo PSD/CDS. Mas está a dar ideias a Cavaco, para quando o presidente tiver tempo para se concentrar no Governo, depois de resolver aquela questão que ele tem lá no Conselho de Estado.

1867

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"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado"


Karl Marx, in Das Kapital, 1867
(qualquer semelhança com a actualidade não é mera coincidência)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Enviar SMS durante a aula


Nos EUA
Jovem de 14 anos presa por enviar SMS durante aula


A polícia de Wauwatosa, nos EUA, prendeu uma rapariga de 14 anos por se ter recusado a deixar de enviar SMS durante uma aula. A jovem vai ter de ir a tribunal em Abril responder por conduta desordeira.

Centro de Saúde de Algés

Vai realizar-se no dia 26 de Fevereiro pelas 21h00, na sala de Exposições do Palácio Ribamar (edifício onde funciona a Biblioteca Municipal de Algés) a Sessão Extraordinária da Assembleia de Freguesia de Algés com o ponto único – Centro de Saúde de Algés.
A sua construção está prevista para a Rua Dr. Manuel Arriaga onde agora foi colocada uma parede de lata, com inicio lá para 2010. Como já referimos neste Jornal em Setembro de 2007, foi na reunião da CMO de 17 de Janeiro desse ano – acta 3 que foi aprovada a transacção para que o barracão dos Bombeiros fosse comprado. Como é fácil de constatar é uma “largueza” entaladinha entre prédios de habitação numa zona com falta de estacionamento. Para resolver este problema estão previstos dois pisos abaixo do solo.
Mas, como aconteceu em 30 de Setembro de 2007 e se repete periodicamente, uma chuvada mais forte provoca inundação nas caves dos prédios da Av. dos Bombeiros daquela área. São consequências de não se ter respeitado as margens da ribeira. Na verdade eram outros tempos mas esses erros continuam hoje a fazer-se e mais grave, por pessoas que sabem muito bem o que está errado.

Maria Clotilde Moreira / Algés

[Artigo publicado no Correio do Leitor do Jornal de Oeiras desta data]


Sessão Extraordinária da Assembleia de Freguesia de Algés
EDITAL
Carlos Eduardo Barbosa Periquito
Presidente da Assembleia de Freguesia de Algés

Faz público que vai realizar-se, no próximo dia 26 de Fevereiro de 2009, na Sala de Exposições do Palácio Ribamar, pelas 21.00 horas, uma Sessão Extraordinária da Assembleia de Freguesia de Algés, com a seguinte:

ORDEM DE TRABALHOS
PONTO ÚNICO – CENTRO DE SAÚDE DE ALGÉS
Para conhecimento geral se publica o presente Edital que vai ser afixado nos locais de estilo.
Algés, 20 de Fevereiro de 2009
O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA
Carlos Eduardo Barbosa Piriquito

Propaganda, Futebol e Demagogia



Abriu a época das inaugurações, e apesar de Isaltino Morais estar reduzido ao silêncio por mor do início do julgamento em Tribunal, nada obsta a uma inauguraçãozita .
Dia 26 de Fevereiro começa a época, com o novo Estádio Municipal de Oeiras, obra estimada em cerca de 4 milhões de euros, acrescidos de IVA.
Como eu sei destas coisas? Simples! A máquina de propaganda está a funcionar e depositam na Caixa do Correio o folheto, feito no melhor papel, para que nada falte ao munícipe. Sem tirar nem pôr!

Mas, para além do papel, a propaganda é sempre realizada com as obras a inaugurar, as que estão em curso, mais as que ainda estão em fase de projecto e as outras em fase de utopia saloia e demagógica. Esperam sempre que o munícipe se anime e entusiasme tanto quanto eles.

Pois, não fora o munícipe ser ferveroso adepto da bola e desejar dar um pontapé sem ter como, informa dos novos equipamentos desportivos, embora os gastos sejam estimados, que isto de rigor não é com eles . São mais 4 - quatro - 4 equipamentos em fase de projecto ou em execução, já para não falar no Parque Desportivo Prof. Carlos Queiroz, concluído e inaugurado, que custou 5,5 milhões de euros.





(carregue na foto para ampliar e verificar os custos estimado das obras)

Fazendo as contas, e recorrendo às verbas indicadas pela propaganda, os gastos da autarquia já vão em 20 milhões e 500 mil euros.

Mas, a propaganda não dispensa uma palavrinha de consolo com a foto e assinatura do edil.
Sabendo o apoio incondicional que qualquer munícipe (pensam eles) dá aos seus bravos heróis do futebol, o "Tininho de Oeiras" apela, embora indirectamente, a esse filho madeirense que é o melhor jogador do mundo, para justificar o investimento. Nesta mensagem subliminar, Oeiras também há-de ter o melhor jogador da bola do mundo e Isaltino será conhecido como o "Alberto João de Oeiras".

E com a lata de não ter vergonha, ainda afirma que, com estes equipamentos ajudam as crianças a serem jogadores, e "cidadãos, num lugar onde antes apenas estavam aglomerados de barracas, habitadas por pessoas sem presente nem futuro" (sic). Lá está! O futuro é o futebol! Quer ser cidadão ? Pois seja primeiro futebolista.

Ele até remata a mensagem a dizer que, e cito, "também com o desporto e com o futebol podemos mudar o mundo para melhor". Temos também verificado como o futebol ajuda a mudar o mundo. O Futebol, Fátima, Felgueiras e Fado. (onde é que eu já ouvi isto ?!)

Mais de vinte milhões de euros pode este autarca gastar sem pestanejar. "A Ordem é rica e os frades são poucos!"

É patético e ignominioso que no momento de recessão como o que se vive em Portugal, com o desemprego a alastrar assustadoramente, venha este senhor fazer demagogia com futebol e ainda se envaideça dos milhões gastos.

Vergonha é coisa que já não se usa em Portugal.

Um acto de censura - PSP apreende livro de pintura por considerar capa pornográfica

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Depois de o Ministério Público ter decidido censurar o carro alegórico 'MAGALHÃES' do Carnaval de Torres Vedras, decisão essa que veio a ser 'repensada', foi agora a vez da PSP de Braga apreender um livro de pintura por considerar a capa pornográfica.

O quadro de Gustave Courbet, pintor oitocentista - tido como fundador do realismo em pintura - expõe as coxas e o sexo de uma mulher, sendo, por isso, a sua obra mais conhecida.

"A Origem do Mundo" pintado em 1866, está exposto no Museu D'Orsay em Paris.

Que mais nos irá acontecer? Quiça cobrir as estátuas dos jardins e as telas dos museus, - para preservar a inocência das crianças ate à maioridade, sendo-lhes aí permitido espreitar sob o "manto diáfano da verdade" - com lençois ou colchas cor-de-rosa bordados a bastidor com a esfinge do líder, para que o povo não esqueça, jamais, o grande partido mentor da ideia; a criação do Index socialista; e a censura dos filmes na sala de projecções do Palácio Foz.

O Carnaval da DREN em Paredes de Coura


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Na minha estante


As três irmãs monstruosas: as górgones


O ensino transformou-se num reino das trevas. No seu interior evaporaram-se as ideias sobre o que devemos, afinal, aprender. Uma reflexão séria, apoiada numa base científica sólida, sobre os objectivos do ensino, é algo que não se vislumbra acontecer em parte alguma. Em vez disso pontificam as duas irmãs- a grande insegurança e a grande confusão.

Experimentam-se continuamente modelos novos. A escola regressou ao princípio da economia da troca directa. O desconhecimento da língua e da literatura nacionais podem ser compensados por educação física, e as lacunas em matemática por religião e moral. Os pontos obtidos nas disciplinas nucleares escolhidas pelo aluno têm o dobro do peso dos pontos conseguidos nas disciplinas regulares. Tudo isto faz da escola um mercado, onde se negoceiam notas e onde os alunos regateiam com os professores pontos decimais. O facto de tudo poder ser combinado com tudo, de tudo ser permutável e passível de ser compensado, conduziu à consagração da terceira irmã górgone: a grande aleatoriedade.

O seu domínio fez com que se esfumasse a ideia do valor cultural e impermutável de cada disciplina, dependente do respectivo conteúdo. O princípio fundamental de qualquer ordenamento hierárquico dos diversos conteúdos do saber foi posto de parte: a distinção entre o essencial e o acessório, entre o central e o periférico, entre o dever e a escolha, entre as disciplinas nucleares e as facultativas.

O mito e a cosmologia ensinam-nos: quando o desenvolvimento bate no fundo, é tempo de arrepiarmos caminho. A noite mais longa é, ao mesmo tempo, o solstício; após a descida ao inferno segue-se a ressurreição. Por isso são horas de acabarmos com o domínio das três irmãs que são a grande insegurança, a grande confusão e a grande aleatoriedade. Uma das górgones mitológicas é a Medusa, cujo o olhar é mortífero; se a confrontamos com um espelho, ela mata-se a si própria. Comecemos pois por aí.

Jantar-Tertúlia 27-02-2009

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Os Encontros Espaço e Memória têm início já no próximo dia 27 de Fevereiro, sexta-feira, com um Jantar-Tertúlia no restaurante "A Quinta", em Oeiras.

Assinalamos que a ementa será constituída por:

Entradas: queijinhos e salgadinhos.

Duas opções de prato principal: Arroz de Cherne com Gambas ou Cabrito Assado no Forno.

Bebidas: Vinho branco e tinto, água, cerveja e sumos.

Sobremesa: Fruta ou doce.

Café.

Os digestivos serão por conta de quem os solicitar.

Quem pretender uma dieta é favor informar rapidamente.

Para mais pormenores consulte o documento abaixo:

CLIQUE PARA AMPLIAR
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É Carnaval

Será que algum professor de Língua Portuguesa reformado poderá - obviamente em regime de voluntariado - ajudar a competentíssima Margarida Moreira, da DREN, a escrever? Mais: poderá alguém explicar-lhe o que é uma democracia?

A história está aqui relatada, via Educação do Meu Umbigo.

Eles não sabem... nem sonham!

Nas grutas de Leceia sobrevivem duas pessoas na mais extrema forma de exclusão social.

Espelham a privação múltipla em todos os domínios das suas necessidades básicas.

Espelham a perda de identidade social e do sentimento de pertença à sociedade.

Espelham a descrença na capacidade de ultrapassar a situação.

Espelham o conformismo e a ruptura dos laços familiares e afectivos.

Espelham um nível de aspirações tão baixo, que o sonho se reduz a que a CMO lhes permita nas próprias grutas, fazer umas paredes, a que chamariam casa.

Espelha até a insensibilidade social dos políticos destes país, e deste concelho.

Vejam os 11 minutos da reportagem e lembrem-se que a cidadania não se resume a votar de 4 em 4 anos. Construir a cidadania é construir novas relações e consciências. É no quotidiano que exercitamos a nossa cidadania, através das relações que estabelecemos com os outros, com a coisa pública e o próprio meio ambiente. A cidadania é sinónimo de solidariedade, democracia, direitos humanos, ecologia, e acima de tudo ética.

E já que há fanfarronices na praça... Recordar não faz mal...


2009 – Algés – 9

Enquanto são anunciadas grandes e majestosas obras no Município de Oeiras, no centro de Algés continuam a existir muitas pequenas coisas por resolver. As 3 fotos retratam o que existe no espaço entre as traseiras do início da Calçada do Rio e as traseiras do n. 41 da Av. dos Bombeiros Voluntários.






Estes restos de construções – dizem que são propriedade privada – estão a tornar-se lixeira e inserem-se num parque de estacionamento que em Setembro de 2006 sofreu obras de algum aparato, e até lá queriam construir um auto-silo. (Lembram-se ?) Mas o problema dos restos das casas e sua envolvente nunca mais é resolvido.

Apela-se que ao menos se mantenha limpa a área envolvente. Já agora uma pequena pergunta: se têm imaginação para planear grandes obras e encontrarem caminhos para ultrapassarem tantas dificuldades que dizem que enfrentam no dia a dia, não seria possível resolverem este problema? É que este aglomerado fica a poucos metros do tal sítio onde vai (?) ser construído o Centro de Saúde.

Pensamento: "Água mole em pedra dura tanto dá até que fura": - pode ser que te oiçam.


Fotos: Maria Clotilde Moreira

sábado, 21 de fevereiro de 2009

"Cork – Forest in a Bottle"


No dia 22 de Fevereiro, Domingo, às 11H55, a SIC vai transmitir um documentário intitulado "Cork – Forest in a Bottle". A produção deste programa foi realizada pela mesma equipa de algumas das séries de Sir David Attenborough, conhecido como um dos produtores mais experientes em séries ambientais.


Após dois anos de trabalho, na recolha e edição de imagens e informação, o trabalho sobre os montados de sobro e a cortiça será transmitido pela primeira vez em Portugal no próximo Domingo.


Acreditamos que este trabalho é um contributo muito positivo para a promoção do papel dos montados de sobro e a valorização e credibilização da cortiça.

Salários


Rendimento médio mais longe da média europeia desde que Sócrates tomou posse (TSF)


Numa análise à evolução dos principais indicadores económicos em Portugal e no resto da Europa desde que o executivo de José Sócrates tomou posse, conclui-se que o rendimento médio de cada português está actualmente mais longe da média europeia do que em 2005.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Já não há “Charme” no Palácio dos Arcos?


No Jornal Público de hoje – secção Local pag. 22 – ficamos a saber que a empresa municipal Fortaleza de Cascais vai formalizar a adjudicação da concessão para a reabilitação e exploração da Cidadela ao Grupo Pestana, pelo que este Grupo já comunicou à Câmara de Oeiras a sua desistência ao concurso para adaptação hoteleira do Palácio dos Arcos, em Paço de Arcos, (aqui) por ter sido o único concorrente à Cidadela.

Lembram-se da noticia que era junto à linha do comboio? Parece que há mais concorrentes e não será esta desistência que fará com que a Autarquia coloque aquele património ao serviço da comunidade apesar das muitas e avisadas sugestões.

Mas, entretanto, mesmo em frente da entrada do Palácio está uma memória desta Vila – a antiga escola do professor Coelho – abandonada. Foi há dias que entrei em Paço de Arcos pela Rua Costa Pinto vindo da Marginal e ao ver o que vi – há quantos anos não passava ali? – deixei que os olhos se enchessem de tristeza. Recordações. Hei-de voltar a esta zona para ver se ainda lá está aquela papelaria do Campos Pereira...

Nota - Para saber mais sobre o Palácio dos Arcos aceda a 'Pesquisar no Blog'.


"É CARNAVAL E NINGUÉM LEVA A MAL "

Diz o povo ou a população, que no Carnaval ninguém leva a mal. 

Mas parece que o Ministério Público levou a mal,  e após queixa de uma senhora puritana,  resolveu censurar qual lápis azul de má memória, umas imagens minúsculas e ridículas de  uma senhoras um pouco destapadas, que ninguém daria por elas, não fora o douto despacho.  

Não deixa de ser curioso que a censura tenha chegado no Governo do sr. Sousa com o hiper protegido  material de propaganda, o tão amado Magalhães. 

O sr. Sousa  e o PS devem estar com o coração nas mãos. É que já não é a primeira vez que nesta época de  Carnaval um governo inicia a sua gloriosa queda . Querem lá ver que a história se repete ? 

Eu cá não levo a mal ... se isso voltar a acontecer, ainda fico fã do Carnaval . 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O horror do vazio

2009-02-16






Depois de em Outubro ter morto o casamento gay no parlamento, José Sócrates, secretário-geral do Partido Socialista, assume-se como porta-estandarte de uma parada de costumes onde quer arregimentar todo o partido.

Almeida Santos, o presidente do PS, coloca-se ao seu lado e propõe que se discuta ao mesmo tempo a eutanásia. Duas propostas que em comum têm a ausência de vida. A união desejada por Sócrates, por muitas voltas que se lhe dê, é biologicamente estéril. A eutanásia preconizada por Almeida Santos é uma proposta de morte. No meio das ideias dos mais altos responsáveis do Partido Socialista fica o vazio absoluto, fica "a morte do sentido de tudo" dos Niilistas de Nitezsche. A discussão entre uma unidade matrimonial que não contempla a continuidade da vida e uma prática de morte, é um enunciar de vários nadas descritos entre um casamento amputado da sua consequência natural e o fim opcional da vida legalmente encomendado. Sócrates e Santos não querem discutir meios de cuidar da vida (que era o que se impunha nesta crise). Propõem a ausência de vida num lado e processos de acabar com ela noutro. Assustador, este Mundo politicamente correcto, mas vazio de existência, que o presidente e o secretário-geral do Partido Socialista querem pôr à consideração de Portugal. Um sombrio universo em que se destrói a identidade específica do único mecanismo na sociedade organizada que protege a procriação, e se institui a legalidade da destruição da vida. O resultado das duas dinâmicas, um "casamento" nunca reprodutivo e o facilitismo da morte-na-hora, é o fim absoluto que começa por negar a possibilidade de existência e acaba recusando a continuação da existência. Que soturno pesadelo este com que Almeida Santos e José Sócrates sonham onde não se nasce e se legisla para morrer. Já escrevi nesta coluna que a ampliação do casamento às uniões homossexuais é um conceito que se vai anulando à medida que se discute porque cai nas suas incongruências e paradoxos. O casamento é o mais milenar dos institutos, concebido e defendido em todas as sociedades para ter os dois géneros da espécie em presença (até Francisco Louçã na sua bucólica metáfora congressional falou do "casal" de coelhinhos como a entidade capaz de se reproduzir). E saiu-lhe isso (contrariando a retórica partidária) porque é um facto insofismável que o casamento é o mecanismo continuador das sociedades e só pode ser encarado como tal com a presença dos dois géneros da espécie. Sem isso não faz sentido. Tudo o mais pode ser devidamente contratualizado para dar todos os garantismos necessários e justos a outros tipos de uniões que não podem ser um "casamento" porque não são o "acasalamento" tão apropriadamente descrito por Louçã. E claro que há ainda o gritante oportunismo político destas opções pelo "liberalismo moral" como lhe chamou Medina Carreira no seu Dever da Verdade. São, como ele disse, a escapatória tradicional quando se constata o "fracasso político-económico" do regime. O regime que Sócrates e Almeida Santos protagonizam chegou a essa fase. Discutem a morte e a ausência da vida por serem incapazes de cuidar dos vivos.

Opinião - Jornal de Notícias

Crónica de Ricardo Araújo Pereira

Visão – 19 de Fevereiro 2009









UM GRANDE DEBATE NACIONAL SOBRE GRANDES DEBATES NACIONAIS - A melhor maneira de lançar Portugal no caminho do desenvolvimento não é ouvir os portugueses, é ouvir os noruegueses


O PS e o PSD querem falar connosco. Primeiro foi a crise, agora é este súbito interesse dos dois maiores partidos em falar com os portugueses. 2009 é, definitivamente, o ano das más notícias.
Há uma semana, Manuela Ferreira Leite anunciou o Fórum Portugal de Verdade, uma iniciativa que pretende resolver os problemas que preocupam os portugueses, designadamente com soluções que preocupem de outra maneira os portugueses. Depois, José Sócrates, na qualidade de candidato a secretário-geral do PS (que é uma pessoa muito parecida com o primeiro-ministro, só que enfrenta uma oposição mais forte), declarou que o partido iria levar a cabo um grande debate nacional com o objectivo de definir a plataforma eleitoral com que o PS se apresentará às eleições para continuar a política que gerou a necessidade deste grande debate nacional.
Os grandes debates possuem características específicas que não só os distinguem dos pequenos debates como os tornam encantadores. Em primeiro lugar, os grandes debates são inúteis. A melhor maneira de lançar Portugal no caminho do desenvolvimento não é ouvir os portugueses, é ouvir os noruegueses. Falemos com gente que sabe mesmo o que é desenvolvimento a sério. Trata-se de um povo que consegue desenvolver-se às escuras no meio do gelo. Pode ser que tenham sugestões importantes para dar a quem vive num clima em que o Verão dura mais de dez minutos.
Em segundo lugar, os grandes debates nacionais são sazonais. Só medram em ano de eleições. Desde os Estados Gerais do PS, em 1995, até ao Fórum Portugal de Verdade, todos os grandes debates nacionais decorreram no ano de eleições legislativas. Sempre que os cidadãos se dirigem à cabina de voto, os dois maiores partidos fazem muita questão em ouvi-los. Nos anos em que não vai às urnas, o povo, aparentemente, não tem nada de especialmente interessante para dizer.
Por último, os grandes debates nacionais são inquietantes. Os do PSD misturam Portugal e verdade, que são dois conceitos geralmente tidos como incompatíveis. Além de que, num ano como este, disporem-se a dizer a verdade aos portugueses parece ser uma crueldade desnecessária. A única mais-valia do debate proposto pelo PSD é avançar com a verdade um bom par de meses antes das eleições e, portanto, da campanha eleitoral – da qual a verdade costuma estar convenientemente afastada. Os grandes debates propostos pelo PS realizam-se no âmbito das Novas Fronteiras, o que pode ser trágico. Ao fim de um ano de governo, Sócrates foi às Novas Fronteiras declarar que o País começava a recuperar a confiança. Ao fim de dois anos foi dizer que era claro que o governo tinha um rumo. Ao fim de três anos foi garantir que o governo tinha conseguido fazer um trabalho notável no domínio da estabilidade e da confiança nas instituições. Tenho alguma curiosidade relativamente à comunicação deste ano, mas confesso que, se é para ouvir debates com intervenções sem nexo, prefiro o Fórum da TSF, que é mais animado.

Prémios na Administração Fiscal


Li nos jornais que os funcionários da administração fiscal vão receber em 2009 um suplemento de remuneração entre os 30 e 42 por centro do vencimento por terem conseguido ? cumprir aquilo que eu pensava que fazia parte das suas funções. Cobrar dívidas em execução. Parece que é para estimular ? a produtividade… Defendendo que os ordenados devem estar de acordo com as dificuldades e responsabilidades das tarefas a desempenhar fico com dúvidas destes suplementos e ainda mais quando a CHEFIA diz que é para estimular. Eu como trabalhador sentir-me-ia mal…

Lembrei-me que há anos, na minha empresa fomos informados que determinados directores - por terem conseguido atingir mais de 75% dos seus objectivos - iam ter e tiveram uns prémios pecuniários. Nessa altura perguntei: então o ordenado não é para cumprir 100% dos objectivos e só se se ultrapassar é que deverá ser encarada a hipótese de prémio? Não me responderam. Então, como protesto pacífico, escrevi e afixei na vitrina dos Trabalhadores estas palavras:


O P R É M I O

Quem faz a estrada? o projectista
e a casa? o arquitecto
e a ponte? o engenheiro
Quem faz a fábrica? o patrão
e a empresa? o empresário
Quem manda? o presidente
Quem governa? o ministro
E estão sós? NÃO, mas pensam que sim.

QUEM tem calos nas mãos
E os ossos dobrados ao peso da picareta
E os olhos piscos da luz intensa
E as rugas das noites de vigília
E os pulmões cheios de pó
E os pés sangrando das grandes caminhadas
E a voz rouca do sol abrasador
E a chalaça cantante das lágrimas contidas
E a presença firme na hora do perigo
E o braço estendido
E a mão aberta
E o coração pronto
para os outros que com ele fizeram esta TERRA?

Então se aqueles não estão sós,
porque levam o prémio que também é destes?

M.

PONTOS DE VISTA por JORGE MIRANDA




PROTAGONISMO


Já aqui referimos a proposta da secção do PSD de Oeiras de que Pedro Simões seja o seu cabeça de lista para a câmara, nas eleições autárquicas que se avizinham. Esta seria a candidatura que conviria ao independente Isaltino Morais, se, como as sondagens indicam, este for eleito. É crível que não encontraria em Pedro Simões um opositor obstinado, irredutível.

A direcção nacional do PSD ainda não se pronunciou sobre esta candidatura e, ao que supomos, aguarda a oportunidade azada para, publicamente, anunciar a sua recusa. Ao que julgamos saber, também a secção de Algés, que se manteve à margem do processo, e a sua líder, a deputada Helena Lopes da Costa (ex-vereadora da Câmara de Lisboa, no mandato de Santana Lopes), não a apoiam.

Neste quadro, a candidatura de Pedro Simões estará comprometida; será uma causa perdida. Mas ainda decorrerá muito tempo até à necessidade de uma clarificação…

Pedro Simões é um autarca desconhecido para a maioria dos munícipes. Só neste mandato ocupou o lugar de vereador, primeiro, sem pelouro distribuído (por decisão unânime dos edis do PSD) e, depois, cedendo à “pressão” de Isaltino Morais, já com pelouro. E a sua prestação tem-se desenvolvido sem aparente relevância.

Talvez, por isso mesmo, tenha entendido necessário assumir algum protagonismo que lhe desse visibilidade e especialmente no terreno do “inimigo” – em Algés.

Sem pôr em cauda a justeza da reivindicação, com a qual estamos de acordo (em breve escreveremos uma nota sobre a questão), é a Pedro Simões que se deve a iniciativa da petição, que até circula na net, de contestação à construção de instalações da Administração do Porto de Lisboa no litoral de Algés.

Dado o atentado ao património paisagístico que tal representa e a importância da causa, não seria preferível a acção partir do grupo de vereadores ou das secções locais do PSD? Ou mesmo da própria câmara? Não teria assim mais força?

Jorge Miranda

jorge.o.miranda@gmail.com


Com os habituais agradecimentos ao Autor e ao Jornal da Costa do Sol pela cedência do artigo e à revista municipal oeiras actual pelo uso da foto.

2009 – Algés - 8


Os peões que entram no Largo Com. Augusto Madureira/Rua Conde Rio Maior vindos da Av. dos Bombeiros só têm passeio do lado do parqueamento da Ribeira. Passeio moderno com pavimento que parece traves recuperadas de alguma linha férrea desactivada, bordeada por arranjos florais. Depois emboca num passeio estreito de pedras normais e lá se começa a subir a Rua Conde Rio Maior.



Este arranjo foi inaugurado a 25 de Abril de 2008 com a pompa que tal parqueamento exigia. Mas como mostram as fotos os postos de iluminação ficaram no meio da passagem.



Pequenos “nada” que parecem – parecem – que há falta de atenção pois são empecilhos para, em dias de chuva, duas pessoas com um guarda chuva, ou para pessoas em cadeira de rodas… Não teria sido mais correcto encostá-los ao lado do parqueamento?

Pensamento: Com paciência havemos de endireitar este Município.


Fotos: Clotilde Moreira / Algés

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O prometido é devido



Pedro Santana Lopes - Equinócios e Solstícios


14 February 09 12:00 AM

Verticalidade

Campanhas negras?

Sempre tenho defendido que não devem existir aproveitamentos políticos de processos que correm os seus termos na Justiça. Principalmente, quando nada têm a ver com o exercício de funções públicas. Mas a regra deve valer sempre. Porque, de contrário, são os julgamentos feitos por políticos e por jornalistas em vez de o serem pelos juízes.

Lembro-me de um deputado do PPD/PSD, Cruz Silva, que sempre lutou por não suspender o mandato sem ser julgado. Mas foi muita a pressão da opinião difundida, a tal ponto que o homem foi mesmo afastado.

Nunca privei com ele e limitámo-nos a trocar algumas palavras, duas ou três vezes. Soube, há tempo, que Cruz Silva tinha sido absolvido das acusações que lhe eram feitas. Mas ninguém, ou quase ninguém, difundiu isso. Encontrei- -o nos corredores da Assembleia, aqui há uns meses. Com um ar distante e algo irónico. Compreensivelmente.



Mas, se não deve haver aproveitamento político por parte dos outros, muito menos deve existir por parte da pessoa visada. Aí, entramos no domínio do abuso: os adversários do visado nada diriam para não pôr em causa as boas regras – mas teriam de arrostar com as acusações do próprio, para se livrar de uma situação embaraçosa.

Campanhas negras em Portugal? Já houve. Falei aqui, na semana passada, dos ataques a Paulo Portas. Durante esse tempo, José Sócrates tinha um debate comigo na RTP todos os domingos. Seria bom que mostrasse agora palavras suas da época, demarcando-se das posições do PS. Campanhas negras? E Leonor Beleza? E Miguel Cadilhe? Para não falar de Francisco Sá Carneiro.



O Partido Socialista costuma falar da campanha contra Ferro Rodrigues e do processo Casa Pia. José Sócrates é capaz de se recordar que, na altura, em directo, na televisão, expressei a minha solidariedade sincera para com o então secretário-geral do PS e mostrei repulsa por aquilo que estava a passar-se. Ora seria interessante Sócrates mostrar o que disse sobre esse processo de ataque a Paulo Portas. Até porque poderia credibilizar o que hoje defende sobre essas matérias.

Já agora, se me permitem, tenho uma leve ideia do que são campanhas dessas. Desde há muitos anos – mas, especialmente, desde 2004. Aliás, a campanha foi tão negra que as pessoas até tinham vergonha de me contar algumas das inacreditáveis histórias que a central de intoxicação que existia à época pôs a circular.

José Sócrates, na sua campanha para secretário-geral do PS, deu logo o tom, com um tema ainda ‘suave’.

Numa conferência de imprensa atacou-me por eu, enquanto primeiro-ministro, ter nomeado cerca de vinte secretárias pessoais… Só que, como o acusador sabia, era o mesmo número dos que me antecederam no exercício dessas funções. E como sucedia antes, era para todo o gabinete: Só duas eram para o próprio primeiro-ministro.

Campanhas negras existem quando as acusações se baseiam em invenções ou falsidades. Sem dúvida. E eu, que julgava que a verdade vinha sempre ao de cima, aprendi que às vezes não é fácil – porque só vem depois do que a justiça da verdade impunha.

Congratulations!



Mais de 96% votaram na reeleição de Sócrates como secretário geral do PS.

Mas esses 96% não incidem sobre a totalidade dos militantes socialistas.

Nem correspondem a 96% dos militantes socialistas com as quotas em dia.

Correspondem, isso sim, a 96% de 36% dos militantes socialistas com as quotas em dia.

Infelizmente não se sabe quantos são os militantes socialistas com as quotas em dia.

Não obstante, façamos contas:

- Em cada 100 do total de militantes socialistas, uma % ignorada (1) tem as quotas em dia;
- Em cada 100 com as quotas em dia, foram votar 36, isto é, pouco mais de 1/3;
- Desses 36, votaram nele 96%;
- Significa isto que, em cada 100 militantes socialistas com as quotas em dia, que correspondem a uma percentagem ignorada do total de militantes, 34,5 votaram no homem.

Deve ter sido uma enchente... Pallettes de gente atropelada lá pelos corredores, na ânsia de meter o votinho na urna.

Parabéns!

Para terminar, uma perguntinha de algibeira:

E se o que estivesse para ser metido na urna não fosse algo como o voto, mas um algo que não sabe falar com ninguém sem ser aos gritos e sempre que vai à AR temos "peixeirada"? O resultado seria o mesmo?
_________________
(1)
Em qualquer dos cinco partidos portugueses de maior expressão, 60% dos militantes com as quotas em dia é considerado altíssima performance.

Por gentileza de RUVASA

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O monstro tóxico


Cozido à portuguesa – Domingos Amaral

O monstro tóxico


“A globalização financeira gerou um monstro internacional que nenhum país consegue domesticar”


Ao assistir ao espectáculo televisivo das últimas semanas lembrei-me de um velho provérbio português, que diz: "Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão." Assim parece ir o Mundo e Portugal. Na América, o novo secretário de Tesouro de Obama ralha com a China porque mantém a sua moeda desvalorizada. Obama, por sua vez, ralha com os banqueiros. Os trabalhadores ingleses, esses, ralham com o seu governo, e com os trabalhadores portugueses também, pois não os querem em Inglaterra. O governo inglês, obviamente, ralha com os seus bancos por eles não darem crédito. Já os economistas, premiados com o Nobel ou não, ralham com os políticos e com os bancos. Por cá, o PSD, o PP, o Bloco e o PCP ralham com o Governo, em especial com Sócrates, que ralha por sua vez com os jornalistas e com as "forças ocultas" e manda Santos Silva ralhar com o Bloco e o PCP. Com a crise a agravar-se a olhos vistos, aumentou exponencialmente o uso mundial do ralhete. Toda a gente ralha com toda gente, sinal de que a frustração e a impotência são gerais.

A originalidade alarmante desta recessão mundial é a sua aparente imunidade aos remédios tradicionais propostos nos manuais de economia. No passado, as graves crises ensinaram que os bancos centrais têm de baixar as taxas de juro para facilitar o crédito e evitar a falência da Banca; e que os governos têm de gastar mais para contrariar a recessão. E isso tem sido feito: na América e na Inglaterra, as taxas de juro estão próximas de zero e mesmo na Europa estão muito baixas; os governos têm-se multiplicado em pacotes, anunciando investimentos. Contudo, como disse Krugman, a política económica "não tem tracção". É como se o carro continuasse a patinar na lama, os pneus afundando--se cada vez mais.

A realidade é evidente e frustrante: hoje, governos e bancos centrais são impotentes para controlar uma crise planetária. A globalização financeira foi tão profunda que gerou um monstro internacional que nenhum país consegue domesticar. O monstro, descontrolado e tóxico, é um colossal fogo que arde sem se ver e que lentamente vai asfixiando as economias. A sua fúria cega engrossa o desemprego e alimenta uma frustração generalizada, que a prazo pode pôr tudo em causa: o comércio internacional, o euro, a Europa Social, os regimes políticos, os partidos, os consensos sociais e até, quem sabe, as próprias democracias. Casa onde não há pão...

Domingos Amaral, Director da GQ

Betão de Luxo para Algés


Apesar do número de casa novas vazias, das pequenas casas abandonadas à espera de caírem, dos letreiros a dizer “vende”, a freguesia de Algés continua a ser invadida por betão, não havendo qualquer política de conservação e reabilitação obrigatórias.

Até a Quinta do Palácio Foz, ali na Rua Mestre de Avis, está à espera da aprovação neste semestre, para a construção e comercialização ocorrer até ao fim do ano. Este empreendimento – São José de Ribamar –“ é composto por 22 fracções das quais 12 correspondem a uma nova área a edificar e que se compõe por dois conjuntos de moradias em banda, todas elas com vista directa para o rio Tejo e com tipologias que variam entre o T4 e o T5 +1.“ O resto será dentro do convento do século XVI e na moradia do início do século passado. E não havia uma capela, o que lhe vão fazer?

A aprovação deste projecto será a morte e o abastardamento deste legado de séculos. Não haverá outra alternativa para revitalizar este palácio mantendo-o enquadrado na sua quinta e na sua história?

E como irão ser resolvidos os problemas de acesso e mobilidade na Rua João Chagas já saturada em muitas horas do dia?




Há mais informação em "São José de Ribamar"

[Texto publicado hoje em "Correio dos Leitores" do Jornal de Oeiras]