quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

BANCOS DE JARDIM

Desde há algum tempo que ando a pedir à C M O - um concelho MODELO – para ter atenção aos bancos dos nossos jardins e larguezas para que todos possamos estar confortavelmente a apanhar SOL ou a cavaquear. Mas eles não me têm ouvido. Este texto foi publicado no Jornal Público em 28 de Setembro de 2004.

Clotilde Moreira
Algés



Mais atenção aos bancos de Jardim

Com muita frequência os novos arranjos paisagísticos incluem, nos seus espaços verdes e Jardins, bancos sem costas. Desde há muito que venho chamando a atenção no Concelho onde moro - OEIRAS que, embora possa ser muito bonito, não são cómodos, principalmente para a nossa população idosa.

Os bancos a direito, mesmo com costas, cabendo quatro pessoas, só permitem uma conversa a dois, ficando as outras pessoas, periodicamente fora da cavaqueira ou deitadas sobre a barriga para participarem na conversa. Por isso, também, venho pedindo para terem mais atenção nestes pormenores e encontrarem maneira de adequar grande parte dos bancos dos nossos jardins de modo a poder-se desfrutar de um lugar ao ar livre onde seja possível e propício uma boa tarde de troca de ideias.

Gostava que me ouvissem: acabar com os bancos sem costas ou pelo menos diminuir drasticamente a sua implantação; fomentar os bancos em semi círculo para um maior número de pessoas poder conversar – ouvir e falar (e alguns até com uma mesa ao centro) e, enquanto não for possível, pelo menos colocar os existentes em V. Ter, também, em atenção a altura dos bancos pois há muita gente que não chega com os pés ao chão.

São coisas pequenas que me parecem que deviam ter atenção especial em todo o País, e que a nossa população de idosos de certo que agradece e os menos velhos também ficarão mais confortávelmente instalados sempre que tiverem a possibilidade de descansar num Jardim.



7 comentários:

antonio manuel bento disse...

Tenho estado ausente - sempre atento certamente - e este assunto é nuclear para o Concelho de Oeiras. Subscrevo na integra todas as palavras da cidadã Isabel Magalhães e acrescento o seguinte: Estes bancos modernos e cheios de ângulos rectos e de arquitecto são em primeiro lugar um atentar ao bolso do contribuinte, pois é um facto - de que já fui informado - de que o seu preço é pornográfico. Que interesses se escondem por detrás da aquisição desses bancos e outros equipamentos urbanos? Um banco de jardim, ou espaço verde e de laser, não serve para descansar a vista dos intelectuais do “design” nem dos automobilistas - que são em prol do bom equipamento urbano nos jardins em mei-ambiente mas só os frequentam quando por eles passam de carro. Os bancos de jardim de Oeiras têm que ser cómodos para quem lá se senta, para quem lá decide confraternizar, para quem, enfim, gosta de apreciar o ar livre e a natureza - porque a natureza também se vive à beira da marginal com carros. O Jardim de Algés é um bom exemplo de como devem ser os bancos de jardim. Não é preciso inventar nada o banco de jardim tradicional é barato, bonito e cómodo. À que preservar o que funciona bem e com sucesso e ter mais respeito pelo dinheiro dos contribuintes em seus impostos.

António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade.

Isabel Magalhães disse...

Todos os créditos do artigo são devidos à nossa amiga leitora e colaboradora Clotilde Moreira, de Algés. O meu trabalho limitou-se à publicação.

Anónimo disse...

O melhor será remeter essas preocupações para o e-mail da Direcção Municipal de Obras e Ambiente (direccao.ambiente@cm-oeiras.pt), uma vez que é a Divisão de Espaços Verdes e a Divisão de Estudos e Projectos quem projecta e executa a maior parte dos bancos de jardim do Concelho.

Anónimo disse...

Senhor anónimo

Estas preocupações foram formalizadas em reuniões públicas da C M O pelo menos em 28/1/2004 como deve estar em acta, mas como ninguém parece ler as actas e dar seguimento... Além disso é muito fácil fazer "bonecos" no papel sem ir aos sítios. Até em reunião pública pedi para os autores dos "bonecos/bancos" serem obrigados a estarem sentados uma tarde neles juntamente com quam despacha. Deve ter ficado tb em acta.

Maria Clotilde Moreira - Algés

Isabel Magalhães disse...

Sr. anónimo [25 Janeiro, 2008 11:19]

Não sei se entendi o seu comentário, mas, se nega aos blogues o direito de divulgar / informar, permita-me que pergunte o que o leva a lê-los.

Saudações

Unknown disse...

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Cara Clotilde,

Lamento mas desta vez, por muito que me sensibilizem as suas já conhecidas preocupações com o bem estar dos munícipes, estou em completo desacordo com o que afirma.

Por um lado porque não acredito que a maioria dos bancos do nosso concelho não obedeçam aos padrões standard de Ergonomia, do Design usados na sua Projecção, Concepção e Implantação.
Até hoje nunca encontrei nenhum em qualquer lado. Exceptuando soluções antigas de décadas, de tempos em que o Design nem sequer existia em Portugal como disciplina.

Por outro lado o seu texto é um bom exemplo do que chamo criticismo, crítica pela crítica, que parece ser apenas 'dizer mal por dizer mal'...
A organização do espaço lúdico, p.ex. jardins, também ela obedece a normas de Ergonomia, Proxémia e Funcionalidade, e não é executada apenas "fazendo uns (fáceis) 'bonecos' no papel".
Se assim fosse qualquer um, sem formação superior, poderia ser 'arquitecto paisagista'.
Conhece alguém nestas condições a trabalhar na CMO? Ou noutra autarquia? Eu não.

Só um exemplo:
Sabe porque é que os carros dos bombeiros que acudiram ao grande incêncio do Chiado não puderam subir a Rua do Carmo e minorar os efeitos da tragédia?
Porque a rua estava cheia de esplanadas, inamovíveis, projectadas por um Designer GRÁFICO...!!!
Coisas que acontecem quando os projectos não são feitos por técnicos habilitados para os fazer, e por isso hoje em dia a generalidade das autarquias não corre riscos. Contratam técnicos habilitados e certificados.

A sugestão dada pelo anónimo (25 Janeiro, 2008 11:19) é boa.
Há que ir direito à 'fonte' para saber os porquês das coisas.
É o que eu faço quando tenho dúvidas, p.ex. sobre Paisagismo, sobre Arquitectura Paisagista. Falo com uma amiga minha, arquitecta paisagista na CML. Tiro as dúvidas e esclareço-me para saber e não dar opiniões com desconhecimento técnico-científico.

Cumps

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Anónimo disse...

Senhor José António

Eu não tenho dúvidas que os bancos de jardim nunca foram um grande conforto. Mas refero-me a uns novos modelos que se calhar até estão dentro das regras ergonométricas mas que são incomodos. Ex: uma laje assente em duas lages a servirem de pés SEM COSTAS. Não tenho nada que sejam confortáveis para os namorados se deitarem, mas para os outros??? Depois, como no Largo da Igreja de Oeiras há umas lages cobertas com uns bocados de madeira que não chegam ao fim - quem se senta nas pontas fica com uma bocheca do rabo em cima e a outra em baixo: as costas - se calhar ergonométricas - não dão para descansar as costas (posto o problema ao Dr Isaltino ele disse pois. Não disse que estava errada). Depois há uns que a altura é demasiada e não se chega com os pés ao chão para velhas como eu (e somos um nºs. apreciável). Há quem esclareça que os fabricantes só fazem assim.
O que gostava ... gostava mesmo era que além dessas "criações" tivessemos bancos confortáveis e também em semi circulos alguns para que as pessoas conversassem cara quase na cara. É que os em linha recta só permitem ver o vizinho do lado ou estão espreitar deitados de barriga
Não se zangue mas às vezes quase que temos a certeza que muito é feito de longe... Certo?

Aquele Abraço
Maria Clotilde