Fui testemunha:
da força bruta dos bois que lavravam as terras de pão e do trabalho compulsivo de homens e mulheres que o ceifavam,
das traineiras carregadas de peixe que aportavam a Paço de Arcos e das varinas, descalças, que o distribuíam,
do estrondo dos disparos nas pedreiras que alimentavam Lisboa ,
dos golfinhos que entravam no Tejo e
das rolas bravas que aos milhares enchiam os ares em época de migração.
Memórias, certamente.
5 comentários:
Olá, Fernando!
Segui o link. Pena a legenda que referencia a 'marginal em cascais' e a mim parece-me (tenho a certeza) ser em Caxias e Sto. Amaro.
Quanto ao post... boa ideia trazer estas fotos.
I.
Olá Isabel
Estava em dia de nostalgia...e depois tinha sido como que desafiado por um leitor do OL.
De facto a primeira imagem, não sendo de Oeiras, remete para um "mundo perdido" que muitos oeirenses ainda recordam. Os tempos mudaram e teriam inevitavelmente que mudar. Claro depois dos bois vieram os tractores...e depois o betão. A "tercearização" assentou arrais com todas as vantagens que conhecemos. Mas na nossa mente persiste a memória de um tempo que, acredito, poderemos encontrar aqui ou ali, desfigurado tantas vezes. Haveria incompatibilidade?
A segunda foto é na curva do Mónaco em Caxias, de facto.
Caros Fernando e Isabel,
Olhe que a imagem, faz bem recordar os vastos terrenos agrícolas da nossa Oeiras, de Leceia, Porto Salvo e Leião, e que agora são propriedade de agentes imobiliários, que nada trouxeram de mais valia.
Eram terrenos e imensas áreas de actividade agrícola, em equilíbrio com a Natureza, das coisas e da vida, que calmamente complementavam outras economias, centradas ora nos serviços, ora na indústria, mas onde havia emprego, e uma imensa qualidade de vida, que hoje se perdeu inexoravelmente.
Hoje vimos imigrantes, gente estranha, a promover soluções de ocupação territorial, na mira de um lucro fácil e imediato, ciosos (de raiva e sem olhar a meios) para apurarem proveitos, para logo, eles, regressarem ricos (supostamente) às suas terras de origem, foi o que muitos portugueses fizeram em África e noutras paragens e continentes, chamavam a isto colonialismo, hoje o que lhe deveremos chamar?
Não estará o povo oeirense a ser barbaramente colonizado? - ou simplesmente excluído?
Pois já nem aqui conseguem obter casas, pão e trabalho (regular) para os seus filhos e netos, que se vêm forçados e emigrar para outros concelhos, tudo na esperança de lá fora, obterem uma casa ou um pequeno apartamento que aqui no concelho de Oeiras nunca puderam comprar.
Só a talho de foice, a curva que o carro faz não é a do Mónaco, essa vê-se lá em baixo. O carro está perto do desvio para Caxias.
O meu pai lembra-se de ir jogar à bola na Marginal e terem que se desviar de vez em quando porque vinha lá um... havia de ser agora!
E eu lembro-me de nos idos de 50 contar as marcas que passavam. Escolhiamos uma e ganhava o que tivesse mais sorte. Jogos da época (ainda não havia "playstation").
Já agora, porque tal não seria possível nos dias de hoje, aquela estrada passa precisamente por cima de uma antiga fortaleza (N.ª Senhora do Vale) de que restam vestígios à direita.
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