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Esta fotografia foi tirada no dia 6 de Abril de 2004, por volta da hora de almoço, na Estação de Oeiras.
É um instantâneo fruto do acaso. Eu estava de passagem pelo local e apercebi-me da cena, do enquadramento, das leituras e das significações possíveis.
Apontei a máquina... Clique!
Com ela pretendo metaforizar a saudade de uma época sem retorno, a da actividade industrial no Concelho de Oeiras, representada pelo homem vestido com o característico fato-macaco de operário — que espera o quê? — e pela fachada da Fundição de Oeiras em fundo, e as lutas operárias, representadas pelo (moderno) cartaz do PCP.
Desconheço o senhor que inconscientemente posou para o meu 'retrato'.
imagem: © josé antónio / comunicação visual - CLIQUE PARA AMPLIAR
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7 comentários:
Juro que não sou eu que estou de costas ó José António
Bonita imagem. Excelente de significado.
Não foram as fotos e qualquer dia julgávamos que Oeiras veio da Sicassal.
Ganhámos a tercearização e abandonámos a indústria e a agricultura. Inevitável, diremos nós...
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Caro Fernando Lopes,
Eu também não sou! Sou o 'careca' da outra foto... AHAHAH...
Não sei se será inevitável mesmo.
Da forma como vejo as coisas, não só cá mas pelo mundo fora, não me admirava nada que um destes dias comecemos a aproveitar todo o pedacito de terra para plantar umas couves...
Não por sermos apologistas das hortas urbanas, mas porque a isso a fome nos obriga.
Já ando a pensar pôr terra cultivável nas minhas varandas e... já ando à procura do Borda d'Água... :)
Ainda ontem eu falava com um amigo e ele expunha-me uma ideia, que talvez não seja absurda (se o comboio não fizer agulha).
A de que se acabaram com os bairros de lata e etc., mas que dada a actual situação do mercado de habitação e a previsível evolução negativa do mesmo, além do desemprego, talvez não faltem muitos anos para termos de novo bairros de lata espalhados por aí...
Não me surpreenderia.
Só que desta feita, não lhes vamos chamar 'bairros de lata' mas sim 'favelas'... digo eu.
Coisas da aculturação telenoveleira.
Abraço
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Oi José António
Não tenha dúvida que lá chegaremos. Ou pela consciência ecológica (palavra que já deixa de arrepiar mas que alguns querem banalizar) ou pela efectiva necessidade. Tenho sempre presente uma foto da 2.ª Guerra Mundial, na cidade de Tóquio, uma mulher a cultivar vegetais num canteiro de jardim (os jardins da cidade terão sido transformados em hortas por decisão do governo e necessidade das pessoas). Bom, mas nós estamos muito confiantes "nos europa".
Quanto às varandas acho que há experiências muitos giras de aproveitamento (em especial com as ervas aromáticas). Mas porque não umas alfacezitas? Não foi numa varanda, mas numa horta minúscula, que o meu irmão produziu as pencas deste Natal.
Quantos às favelas...se calhar elas ainda existem até no nosso Concelho. Na Quinta-Feira estive num local, escondido do mundo, onde não voltava há 30 anos, que me deixou estarrecido. Duvido até que o PCMO esteja actualizado quanto ao grau de degradação daquele espaço (onde vivem pessoas mas que está sujeito a servidão do Estado). Espero voltar ao assunto
Eu sou a dona da bicicleta da foto mas tinha ido comprar pipocas! :)
Agora a 'varandagem'... há muito que cultivo ervas de cheiro nas varandas e outras espécies comestíveis. Pena o espaço não ser muito. :)
A fundição vai abaixo; o metalurgico fica sem emprego; o PCP morre. Felizmente que o PCP morre e que dos comunistas não vai rezar a história. De eleição em eleição o coveiro cava a mais fundo, sei que vou assistir a esse funeral.
António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade
Este senhor AMB deve ser o Matusalém da Bíblia
Este senhor AMB morreu e não deu por isso.
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