Principalmente nos últimos quinze anos, os sucessivos (des)governos têm multiplicado esforços para legislar contra os trabalhadores não só operários e indiferenciados mas já se estendendo, agora, a especializados e licenciados.
Alegam que são reorganizações mais adequadas à globalização, que estão a cumprir as metas europeias, que é melhor para o país importar do que produzir (veja-se a agricultura), etc. Depois cortam na saúde, no ensino, nas regalias sociais e nas reformas alegando que cada um tem de cuidar de si e apadrinham que bancos e grandes consórcios explorem quimeras de assistência (empréstimos pelo telefone, poupanças/reformas, seguros de saúde…)
E os velhos ficam ao deus dará, outros com o coração nas mãos pois, a qualquer minuto, podem ser despedidos e os jovens, ah! os jovens, sem mercado de trabalho. Tudo está mascarado com o choque tecnológico, flexisegurança, e outras artimanhas em livro branco para ajudar em despedimentos rápidos e cláusulas especiais sobre inadequação às tarefas.
E como se despede patrões, autarcas, altos responsáveis, gestores e mesmo ministros que fazem negócios fraudulentos, fogem ao fisco, exploram mão-de-obra, não pagam salários, metem dinheiro ao bolso, abusam em proveito próprio de bens de todos, que adjudicam grandes empreendimentos que já sabem que vão derrapar em milhões, que deixam prescrever processos, que aprovam leis iníquas e mais outros desacatos?
Não será tempo de nós todos os que acreditamos que as mulheres e homens deste País têm direito a uma vida melhor, aprovarmos um LIVRO PRETO para despedir, de vez, estas pessoas?!
Clotilde Moreira
Algés
Nota: Este texto foi publicado no Diário de Notícias no dia 15/1 na pág. 7, na secção CARTAS, mas em destaque, com título Em vez de livros brancos, um “livro negro” e com uma introdução chamada Desabafo.
17 comentários:
E quantos patrões não são também trabalhadores que além de trabalhadores criam postos de trabalho?
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Às vezes lembro aquelas cóboiadas em que o bandido era besuntado com alcatrão e penas...
Fica a sugestão.
p.s.: Caro anónio, essa lembra a rábula da Ivone Silva (vestido preto)... se é que você tem idade para se lembrar... :)
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Claro que o comentador "anónimo" tem razão. Há patrões e patrões, trabalhadores e trabalhadores...
Há patrões que encerram fábricas e vão explorar mão-de-obra na China para fazer o mesmo. Há patrões que só no ultimo ano viram em Portugal a sua riqueza aumentar 30%, enquanto a generalidade dos trabalhadores e ex-trabalhadores viram o seu "poder de compra" diminuir.
Sabia que em cerca de 30 anos a distribuição da riqueza pelos que trabalham baixou dos cerca de 70% para próximo dos 40%.
Tenho a certeza que a Clotilde se refere aos "sacripantas" que se aproveitam do sistema que ajudaram e ajudam a alimentar ou a subverter.
Há uns belos anos atrás houve um sujeito que matou o patrão à machadada (Um Champalimaud qualquer...).
E se pega moda?
Sempre houve e haverá bons trabalhadores e bons patrões. Não desvirtuem o "post", por favor!
Esqueceram apenas de dizer que o pior "patrão" - o pior de todos - é o próprio Estado: paga tarde e a más horas (quando paga); publica listagens dos que lhe devem mas não a quem deve; despede a seu bel-prazer; contrata a prazo e a recibo verde; "encerra empresas" supostamente deficitárias (como hospitais, maternidades, sap's e escolas); taxa-nos e príbe-nos por dá cá aquela palha... Ainda querem mais?
E este (des)governo, então, tem sido pródigo nessas atitudes!
Estão à espera de quê?
Ó Senhor anónimo:
Há em Portugal gente muito honesta em todas as classes sociais, mas não sei se percebeu, refiro-me a um número já considerável de uns que andam a fazer grandes malandrices. Esteja atento e informe-se.
Clotilde
Viva, Isabel!
Sugestão para a Clotilde:
Os autarcas e outros políticos e bem assim os gestores )que dependem dos políticos, governantes e autarcas), despedem-se todos do mesmo modo e sem nada custar.
Não votando nos políticos; votando NULO
Abraço
Ruben
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Leitura recomendada, porque hoje está de chuva e fala-se de patronato:
Pessoa, Fernando, O Banqueiro Anarquista, Lisboa 1922
Podem encontrar o (curto) texto completo AQUI
Boa leitura !
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Quer-me parecer que há por ai muito esquerdismo demagogico, PC, e o Bloco de Esquerda em força no Oeiras Local, a esquerda fina e radical da praia e da danceteria.
Serão os patrões sempre os bandidos? Quem é que arrisca o seu dinheirinho? Quem é que investe, quem é que tem coragem e acredita numa ideia e a pôe em prática por sua conta e risco? É o investidor. Ele é que cria postos de trabalho e dá inicio ao gerar de riquesa. Claro que o patrão tem que ser sempre o ladrão, para muitos funcionários que querem um emprego e mais dinheiro ao invés de quererem trabalhar e se preocuparem em vestir a camisola da empresa. Para além dos problemas de conjuntura os patrões - e falo dos pequenos comerciantes em particular - ainda têm que sustentar o estado com o roubo que lhes é feito em espoliação de seus bolsos na forma das taxas actuais dos impostos, são também tratados como delinquentes pela nova PIDE - ASAE, que parte do principio que o patrão é prevericador, juntando à entidade que fiscalisa a policia, por fim e para dar brilho ao ramalhete ainda são roubados por clientes de má indole moral. Matar os patrões à machadada? Isso faz lembrar as brigadas vermelhas ou os precedentes do 25 de Novembro de 1975. Lamentável.
Antonio Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade
Senhor Rui Freitas,
Subscrevo na integra as suas palavras. Grande clarividência, tomara que toda a classe politica tivesse uma visão realista do que secede. Os meus parabéns. Uma pessoa que admiro com sinceridade!
António Manuel Bento, um cidadao ao serviço da comunidade
Resumindo...
Clotilde; Claro que dos que cumprem não vale a pena falar mas é preciso estar atento aos outros, como muito bem diz.
Ruvasa; Sabe que, pontualmente, tb penso em anular o meu voto?
Rui; BINGO. Em cheio! O meu aplauso.
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I.
J.
Obrigada pela sugestão
"Pessoa, Fernando, O Banqueiro Anarquista, Lisboa 1922"
Fui reler e dou o tempo por bem empregue. ;)
I.
Obrigado José António
Deixo aqui um excerto do diálogo de "O Banqueiro Anarquista", que diz a determinado passo...
"Trabalhei, lutei, ganhei dinheiro; trabalhei mais, lutei mais, ganhei mais dinheiro; ganhei muito dinheiro por fim. Não olhei o processo - confesso-lhe, meu amigo, que não olhei o processo; empreguei tudo quanto há - o açambarcamento, o sofisma financeiro, a própria concorrência desleal. O quê?! Eu combatia as ficções sociais,..."
É destes "patrões" que nos devemos cuidar...e "eles andem aí", na finança e na política.
"Matar os patrões à machadada? Isso faz lembrar as brigadas vermelhas ou os precedentes do 25 de Novembro de 1975. Lamentável."
Ó camarada AMB, você anda esquecido... ai anda, anda!
Já se esqueceu de há uns tempos atrás ter vindo a este blog defender brigadas populares de moradores para 'caçarem' bandidos, além doutras coisas que defendeu, como a destruição de sinalização de trânsito por si e seus 'jagunços' perpetrada (segundo você próprio relatou num pungente retrato da estirpe a que pertence), sem esquecer a historinha de riscar os carros estacionados em cima do passeio, etc.
Também ainda não esquecemos a sua sugestão duma CENTRAL NUCLEAR na Fábrica da Pólvora de Barcarena...!
Tome os comprimidos para a memória.
Em vez de água, use cicuta.
FL
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Caros,
Nada a agradecer.
É um texto fascinante do qual gosto muito.
14 comentários...
Vejo que isto está animado !
:)
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Ao anónimo de cima,
Agradecia que não descontextualiza-se factos. Pegar em alguns apontamentos de opinião e somar algumas falsidades é demagogia reles. O Oeiras Local é um site onde a procura do esclarecimento dos cidadãos é premissa basilar. Que tal ser mais construtivo e proactivo? Que tal contribuir para o debate de ideias por Oeiras? Que tal um comportamento mais rectal?
António Manuel Bento, um cidadão, já instituição, ao serviço da comunidade
«Que tal um comportamento mais rectal?»
E ele a dar-lhe...
rectal
adj. 2 gén.,
relativo ao recto (intestino).
Aqui: http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx
Este cavalheiro (?) NÃO EXISTE.
É um 'BLUFF'.
É um brincalhão que vem aqui apenas para GOZAR com as pessoas.
O Júlio de Matos está cheio de fulanos assim. E são incuráveis...
Não lhe respondam. Ignorem-no. Apaguem-lhe os comentários abstrusos, s.f.f.
EE
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